.
Boca-livre,
prato feito,
pau-mandado,
folha seca,
galho fraco,
pé-de-vento,
braço forte,
olho gordo.
.
Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
.
Pé-de-cabra,
ombro a ombro,
trem de doido,
dor no peito,
sono eterno,
paz na Terra,
pé na tábua
e fé em Deus.
.
Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
.
Piso na terra batida,
durmo em cama de campanha,
vou pro mato sem cachorro,
ganho a pena de morte.
.
Cada passo tem seu preço,
cada mão tem seu apreço.
.
Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
.
Eu deixo o barco correr,
desligo o motor de arranque,
ando com pernas-de-pau,
solto cabeças-de-negro.
.
O apreço não tem pressa,
precisa é de precisão.
.
A vida tem mil motivos,
que dependerão de mim.
É por isso que eu vivo assim.
.
Felipe Cerquize
.
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13/10/2010
21/09/2010
CLASSIFICADO NA FLIPORTO 2010


A comissão julgadora do TOC140 presidida por Antônio Campos, curador da Fliporto, tem a honra de anunciar os 100 classificados, 50 na primeira e 50 na segunda etapa, que serão publicados na coletânea "Os cem melhores poemas do TOC140" e, entre eles, os 10 que serão submetidos à votação on line classificando os vencedores. O endereço para votação, a partir do dia 28 próximo, será amplamente divulgado.
Os três mais votados receberão respectivamente 3, 2 e 1 mil reais, bem como livre acesso a toda a programação literária da Fliporto 2010.
Dos 391 inscritos, estiveram em julgamento mais de 1000 poemas em RT (Retweeted) disponibilizados no endereço: http://twitter.com/fliportope onde permanecerão.
A comissão julgadora, formada pelos poetas Antônio Campos, advogado, escritor e curador da Fliporto, Antônio Miranda, professor de Ciência da Informação e diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, Delasnieve Daspet, advogada, Presidente Internacional de Poetas del Mundo e pela coordenadora da Fliporto Digital, Cláudia Cordeiro, professora de Literatura Brasileira, ensaísta e webdesigner, agradece a todos os participantes e espera encontrá-los, em Olinda, em novembro próximo, na VI Festa Literária Internacional de Pernambuco.
CLASSIFICADOS 2ª FASE
1. @kabs82: essa aparente imperícia/dos meus dedos, mãos e braços/nada mais é que malícia/o mais seu, dos meus traços #TOC Kleber Bordinhão –Ponta Grossa, PR
2. @Cerquize: MORTE E VIDA A morte é a esperança do lado do avesso A vida um suicídio que errou de endereço TOC Felipe Cerquize –Campo Grande, RJ
3. @marinarabelo: às vezes o poema me lê em voz alta // TOC Marina Rabelo Caldas – Natal, RN
4. @muciogoes: FINESSE - dona de uma fineza absoluta: / na sala, Sartre, / na cama, Sutra. / TOC Mucio de Lima Goês – Recife, PE
5. @smcbrandao: De tanto olhar o ninho / nos meus olhos / nasceram pássaros. TOC SôniaMaria Carriel Brandão – Bauru, SP
@_WebertGomes_: E, quando não amo, também me arrisco. Pois não amar é o grande risco da vida! A mecânica automática que nos limita. #TOC Webert Gomes Silva – Goiânia, GO
@alexacampora: A minha estranheza de mim Não é estranheza. É descoberta. TOC Alexandre Testa Acampora – Flamengo, RJ
@amscaligrafia: Aqueço meus pés numa fogueira/ Enquanto digito em meu caderno de verdades/ As mentiras que gostaria de dizer. #TOC Antonella Mitsuko Sartori – São Paulo, SP
@anapeluso: sozinha / jamais saberia / se aquilo que não se lembrava / existia #TOC Analuísa Gouvêa Peluso Caminata – São Paulo, SP
@AngelaOiticica: Persignações Abruptos certames Quebrantos uivam na noite agreste Corisco faísca sua ladainha Rugido indomável #TOC Angela NadjaBerg Ceschim Oiticica – Maceió, AL
@anjonordestino: São João de minha infância/ um gosto de milho assado/ céu enfeitado/com fogo em polvilho. #TOC Edgley Silva Gonçalves – São Paulo, SP
@balmacedaparker: Minha dor maior que o maior outdoor. #TOC José Carlos Barbosa de Aragão – Belo Horizonte, MG
@barbara_leite_: MALIGNO// Algumas palavras/ eram difíceis dizer/ Calei/ e apodreceram em mim. TOC Barbara Silva Leite – São Paulo, SP
@biannaratis: RESISTÊNCIA Sobrados sobreviventes do Recife Sumindo na fuligem do tempo É que junto ao progresso Também chega o tormento TOC Fabiana de Lima Ratis Vieira – Recife, PE
@carlosh_magoga: Bom te ouvir, bom sabê-la minha. Bom dormir, descansar, sonhar relembrando, Revendo suas linhas. #TOC Carlos Henrique Magoga –São Bernardo do Campo, SP
@CesarVeneziani: CAIS // Era triste, / hoje não mais. / És meu abrigo, / meu cais! / E digo, / Amor tão denso / penso / que nem antes, / nem jamais... TOC Cesar Veneziani - São Paulo, SP
@cicabrandi: É criado-mudo / porque carrega / meus livros que / já dizem tudo TOC Maria Cecilia Touriño Brandi – Rio de Janeiro, RJ
@cretinabillis: A navalha do poeta é a palavra Que em seus versos esculpe a face do leitor Amável ou maldito, não importa Corta a alma e expõe a dor #TOC Ramon Felipe Ronchi – Ponta Grossa, PR
@Denisrubra: Penso/ e penso também em não pensar./ Pois saber que penso/ é saber também/ que ando pensando/ no que nego lembrar. TOC Dênis Augusto Sousa da Silva – Rio de Janeiro, RJ
@edusleverve: Não ouça o que escrevo somente leia meu escrito. Prefira contagiar-se de palavras a proferir sem beleza o indizível. TOC Carlos Eduardo Sales de Souza – Olinda, PE
@ep26: Telegrama para Klink:/ Caro Amyr, Um dia é preciso parar de partir e, de algum modo, sonhar. TOC Ricardo Alexandre Xavier Pinheiro – Aracaju, SE
@eukmila: A noite vai/O dia vem/O dia vai/A noite vem/Todos os dias é essa rotina/Pobre sol/ele é sempre o mesmo/Já a lua tem suas fases. #TOC Camila Soares Gomes – Parnamirim, RN
@fabiohpupo: 4 CHUVA DE VERÃO Chuva de verão: tão pobre, que o céu não cobre. Quanto mais o chão! TOC Fábio Henrique Pupo – Ponta Grossa, PR
@Fernanda_Limao: E o relógio continua sua dança, movendo-se lento e incessante, medindo o personagem mais importante da História: o tempo. #TOC Fernanda de Lima Alves – Garanhuns, PE
@Francisco_Nery: a poesia é meu veneno / a poesia em mim perdura / dias ela me mata / outros ela me cura. TOC Francisco Nery Alves da Silva Neto – Recife, PE
@frassinetts: Paradoxo // é na alegria / que se esquece / o que doía / é na tristeza / que se lembra / porque sorria. TOC Paula Frassinetti Sampaio de Oliveira Santos – Recife, PE
@fredstahl: TERAPIA INTENSIVA O mar não parou assim, de repente./Inspirou e expirou. Inspirou e expirou./A última onda,/deve ter sido um suspiro. TOC Alfredo Stahl – São Paulo, SP
@jrodolfolima: SINGULARIDADE: duas alianças / num único dedo // nem singular / nem plural // a s o l i d ã o é f r a c t a l . #TOC Jorge Rodolfo Lima – São Paulo, SP
@katiamaia: Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos TOC Katia Fabiana Chaves Maia – Brasília, DF
@literaturame: o rugido do leão não cabe na jaula #TOC Juliana Diniz Bernardo – São Paulo, SP
@lrkba: Ódio progresso e carcaça Salve salve a bala que passa! TOC Leonardo Renda Kajdacsy Balla Amaral – Recife, PE
@Luzia48: No Trampo//Trago do trampo prata pra luta./Labuta que tira fruto da terra./Na estrada, batalho,/ na gruta, trabalho./Sou proletário. TOC Luzia Magalhães Cardoso – Penha, RJ
@marciliomedeiro: ALCOÓLICO// o álcool é volátil/ as ideias rochedos/ ele as encontra com seu hálito/ bacantes bailam suspensas de seu peso TOC Marcilio de Medeiros Brito – Aracaju, SE
@Natanjr12: Efêmeros/O sentido perdeu o sentido/E a vista não avista além do vasto. #TOC Natanael José de Lima Júnior – Jaboatão dos Guararapes, PE
@paraquenomes: PRAIA - Vagalumiando o caminho / Entre nuvens o luar prometeu / A maré, o que nos inunda / Meu olhar, beijo teu TOC André Luís Souza Salviano – Laranjeiras - RJ
@paulakorey: Corpo imundo/Clamando uma chance desse mundo TOC Paula Korey – Olinda, PE
@pedropizelli: SUA PÁGINA- Sem camisa e jogada no chão da sala/ Você lê poemas. Transpira./ Vestida de gozo a poesia é você,/ E eu te leio com a língua.TOC Pedro Márcio Nascimento Pizelli– Belo Horizonte, MG
@poetadorec: Museu Lembra do velho vento?/ Já faz um tempo/ Que nunca mais soprou./ Lembra daquela árvore?/ A última você cortou.../ # TOC Ricardo Gomes Ferraz – Recife, PE
@Protopaco: LEVOU O VERÃO - do escuro, vejo o clarão/no clarão, perco o prumo/tua pluma, revejo do escuro -/a plenitude de meu carv(er)ão./ TOC Flávio da Silva Sobreira – Recife, PE
@robycirne1: A senhora do sobrado olhou através da renda das cortinas , em direção a um Capibaribe que agora apenas flui em sonhos do passado. #TOC Roberta Cardoso da Costa Cirne– Recife, PE
@rodrigodomit: Curiosa: Durante todo o outono / folheava displicente / todas as ruas do bairro - TOC Rodrigo Domit – Rio de Janeiro, RJ
@Sempoesianaoda: CICLO - O menino come terra / depois / a fome de sempre / e a terra come o menino TOC Sérgio Bernardo – Nova Friburgo, RJ
@solange_star: 'Eclipse' A lua espera / debruçada na janela / vestir-se de sol #TOC Solange Firmino de Souza – Flamengo, RJ
@vaniaosorioo: Este é um mapa, feito de descaminhos e distâncias/ É fascinante e fácil perder-se nele./TOC Vânia Osório – Rio de Janeiro, RJ
@vargasaline: Aqui não tem palmeiras/E nem cantam sabiás/Meu quintal é mangue, lama, relento/As tilápias e os caranguejos/ Meus vizinhos-alimento. TOC Aline Juliana Vargas de Lira – Ipojuca, PE
@veronicabenesi: O COMEÇO/ Há dois “pontinhos”/ Pulsando/ Dentro de mim/ Grávida/ A Vida convida/ Juliana e Clara/ #TOC Veronica Oliveira Benesi – Belo Horizonte, MG
@vilarinhos: PASSATEMPO: A aranha tece o fino tecido / de tua veste./ Sozinha teço/ o vestido que teu olho/despe. TOC Maria Regina Ribeiro Vilarinhos – Volta Redonda, RJ
@w__d: GALOS A madrugada fria/De vento e chuva/Desfaz a promessa/Do amanhecer/E cria a multidão inumerável/De desconsolados/Emudecidos galos.TOC Wellington Dantas – Olinda, PE
@zanny_adairalba: SOLIDÃO - Notas soltas / Rimas poucas / Sol em vão #TOC Zanny Adairalba Dantas de Góes – Boa vista, RR
@zeforis: há coisas para serem pensadas, outras se tornam poesia TOC André Boniatti – Corbélia, PR
CLASSIFICADOS 1 ª FASE
1. @cseabra: No despenhadeiro / a sombra da pedra / cai primeiro. #TOC Carlos Seabra – São Paulo, SP
2. @euFRASE: Já foi dito que palavras são mortais. Eu diria que palavras são incertas, mas as certeiras podem ser fatais. #TOC Marcelo Melo Soriano – Santa Maria, RS
3. @gabriel_andre: PÃO AO ESPÍRITO o pintor anônimo comenta com desdém: / - natureza morta / não enche a barriga de ninguém. #TOC Andre Luis Gabriel – Caieiras, SP
4. @LilianMaial: AUTO-ESTIMA // lílian maial // desamor não tem desculpa // tempo não é desabono // são folhas secas que enfeitam o outono. TOC Lílian Maial Tavares – Vila Isabel, RJ
5. @LuhanaSP: TOC, TOC,TOC/Transtorno obsessivo compulsivo/Quero ver o mundo com os teus olhos/Troca de óculos comigo? #TOC Luhana Silva Pires – Recife, PE
6. @_aymmar_: baba de moço (no sobejo de erickson luna) o poeta brindou com baco e bakunin eu babo em bocas nos becos e botequins TOC Aymmar Rodriguez – Recife, PE
7. @_thiagoneves: CONQUISTA // A feição de um feixe / espelhada na alma de um peixe... / O que é isso garota? / Não, não me deixe! #TOC Thiago Pereira Neves – Montes Claros, MG
8. @anamello: Ao acaso: amor tentativa/ ele dúvida/ela iniciativa TOC Ana Maria de Souza Mello – Porto Alegre, RS
9. @andrealeico: engraçado, até quando me perco, te acho; até quando me escondo, te encontro; Até quando disfarço – desfaço-me. #TOC Andréa Leite Costa – São Luís, MA
10. @antitetica: Sei que a neve russa esfriará o que arde em mim. Mas acontece que estou no calor do Maranhão e nenhuma brisa vem me afagar. #TOC Jéssica Mendes Costa – São Luís, MA
11. @artEletras: Paquera de Pássaro um certo azul ao fundo; um certo olhar... [quem sabe uma bicada? TOC Eliana Mora – Juiz de Fora MG
12. @bitoroots: esta solidão que / me dá rasantes / já não me dói / como antes #TOC Vinicius Palma Meireles da Trindade – São Paulo, SP
13. @castanholobo: não simplificarei nada/ sem resumos ou isenções de pausas/ não posso com espaços em branco/ vou preenchido/ vou todo/ ou não vou. TOC Edson de Souza Gonçalves – Brasília, DF
14. @cerqueirra: Se me estranhas/ é porque sou mil/ faces cheias de sonhos/ a contemplar teus infernos/#TOC Maria de Fátima Rodrigues Cerqueira – Juiz de Fora, MG
15. @claudio_carlos: o destino/ é escrito com letra de médico:/ decifra-o/ boticário! #TOC Cláudio B. Carlos – Santa Cruz do Sul, RS
16. @Daniele_SF: SIGA O MESTRE/Anzol de papel/Fisgado num raio do Sol/Parassol!/A flor que desceu/do seu céu,/Cansou. #TOC Daniele Souza Freitas – Criciúma, SC
17. @diosouza: Sou eternamente agradecido/pelo favor de me amar só por instantes/pois vale mais um amor fragmentado/que na vida não ter sido amado antes TOC Diógenes Souza Freitas –
18. @faecao: vou ao supermercado/procurar absolvição/para os meus pecados. TOC Flávio Rubens Machado de Queiroz – Cabo Frio, RJ
19. @FernandoPlan: O corpo descansa apodrecendo, O mundo girando ainda se move. As flores em volta vão crescendo, deixando que a vida se renove TOC Fernando José Ribeiro Júnior – Recife, PE
20. @Flaviabiba: Existem coisas que a gente sente, que não cabem nem em palavras, nem em gestos, somente no silêncio TOC Flávia Pereira Aguiar – Campinas, SP
21. @geraldotrombin: NÓS // Nada de laços, / Apenas nós / Na garganta! / Difícil desatar. #TOC Geraldo Trombin – Americana, SP
22. @GerusaLeal: Deitou na cama, cobriu-se com a colcha de fuxico. E o cochicho do nada escorrendo pelo chão. Um eco oco, surdo. Um não. TOC Gerusa Barbosa Leal – Olinda, PE
23. @gracacarpes: PÁSSAROS um casal de sonhadores pousou na antena abriu o bico e bebeu o sol TOC Maria das Graça S. Carpes – Niterói, RJ
24. @herculano_nto: Meus olhos são duas/ Lentes miradas/ Para o futuro. Lembrarei desta infância/ Como se admirasse/ Uma Polaroid. #TOC Álvaro Herculano Barbosa Neto – Salvador, BA
25. @jardsonwtj: A paixão se foi/ a dor se foi/ o amor se foi/ agora resta a burocracia TOC Jardson Fragoso Carvalho – Itabuna, BA
26. @jcmbrandao: Nada acontece do lado de fora do poema. TOC José Carlos Mendes Brandão – Bauru, SP
27. @juan__salazar: o além ventre do sempre dente da minha sede: agora nunca: flor aberta: madre maestra quente #TOC Juan Alexander Salazar Silva – São Paulo, SP
28. @KamiBabiuki: E o ponto de interrogação / que me sai de intrometido / entra no meio da frase / e deixa tudo sem sentido. #TOC Kamila Cristina Babiuki – Ponta Grossa - PR
29. @lendorelendo: CONTRA-OFERTA - Já recebi tanta oferta / por esse coração poeta / que penso até em clonar / e começar a alugar. #TOC Lenise Moreira Fialho Resende – Rio de Janeiro, RJ
30. @lizfovalente: Quero folia reverente nas grotas do meu jardim Opaco é o homem que caminha em ruas secas sem reverência Não dança, nem vive em liberdade TOC Liz Fagundes Oliveira Valente – Viçosa, MG
31. @lmp_bioetorbis: Epitafio / Na hora do sim,/ele morreu/e aproveitaram a ocasião/para celebrar/a missa de corpo presente #TOC Luiz Mauricio Pires – Recife, PE
32. @lrkba: Numa manhã sem objeto É que cantam Mais profundamente As rosas sem nome TOC Leonardo Renda Kajdacsy Balla Amaral – Recife, PE
33. @LucasCMendes: Aprendi que quando o destino escorrega, a gente é quem cai / Que quando o sonho é torto, o plano se vai. #TOC Lucas Corrêa Mendes – Araguaína, TO
34. @marcoxpoesia: Não há palavras para descrever O poema. Não! Da razão não se conceberá O poema! O poema é antes de tudo Um sem-razão. TOC Marco Aurélio de Oliveira Almeida – Itapeva, SP
35. @Marioshirojr: Amor: sentimento transgênico / mutante da alma / codificado involuntariamente. TOC Mario Oshiro Júnior – Santo André, SP
36. @mesuplique: Os poetas quando morrem viram sem-teto Não são bem quistos no céu. Nem agonizam no inferno. É necessário criar para eles um novo mundo. TOC César Jácome Philippini – Recife, PE
37. @moskadebar: VERBAL / Teu sorriso de lua crescente o melhor tempo do meu verbo: presente!#TOC Fábio Renato de Oliveira – SP
38. @O_Angelo: Perder: sempre um inverno./Tanto para a frieza no peito/Como para a da terra. #TOC Angelo Marcantonio Júnior – São Paulo, SP
39. @paola_rhoden: Uma sombra/Nem o sol quer ver mais/árvores caídas/silêncio dos pássaros/mata ferida/#TOC Paola Rhoden – Brasília, DF
40. @paulodtoledo: GRAVIDADE // uma maçã podre um pecado / pensa o mendigo esfomeado / volta maçã para o seu galho /// TOC Paulo César de Toledo – SP
42. @renan_sud25: Goethe disse e eu sigo: / "Da tua dor faze um poema." / E de poema eu vivo #TOC Renan Apolônio de Sá Silva – Olinda, PE
43. @renanrop: HOLOFOTES Mal se veste/ escalou o Everest. TOC Renan Osvaldo Pacheco – Imbituba, SC
44. @ricardolahud: Ela só escrevia versos livres/ Um dia, o bairro amanheceu com um cartaz em cada poste:/ poema perdido,/ poeta doente,/ recompensa-se bem.TOC Ricardo Lahud – São Paulo, SP
45. @senhordan: A mesma paz que carrego comigo/ é o caos que me persegue/ Da vida, faço que sei/ o resto, eu improviso #TOC Daniel Hydalgo Erbert – SP
46. @tallesazigon: Não consigo escutar a palavra "prisão" sem sentir de imediato um nó na garganta, um súbito medo de me perder, ou de me achar. #TOC Jose Talles da Silva Soares – Fortaleza, Ceará
47. @ThatyMarcondes: SONÂMBULOS: Enquanto todos dormem, os pássaros se divertem imaginando vôos. O gato espreita, o cachorro se agita e eu sonho com o sono. TOC Thais da Cunha Marcondes – Ponta Grossa, PR
48. @thiagojrppoeta: As palavras são pássaros/ frouxamente amarrados/ à sombra de uma alma. #TOC Thiago José Rodrigues de Paula – Barbacena, MG
49. @Virvinhas: Minha mente /Mente /Faz isso regularmente /Inconseqüente./Minha mente /Trai /Fico em apuros, a máscara cai /Descontrai #TOC Vivian Cristina Ferreira – Porto Alegre, RS
50. @wgorj: VOCÊ Um punhal / Espetado no meu peito / Meu dilema / É não saber direito / Se a tiro de mim / Ou se cravo até o fim. TOC Wilson Gomes de Oliveira Jr. – Aparecida, SP
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FLIPORTO 2010,
Morte e vida,
Poesia
30/07/2010
MUDEZ ELOQUENTE (ELOQUÊNCIA MUDA)
.
O que é mais certo nisso tudo?
A mudez de quem fala muito
ou a fala de quem fica mudo?
.
Felipe Cerquize
O que é mais certo nisso tudo?
A mudez de quem fala muito
ou a fala de quem fica mudo?
.
Felipe Cerquize
05/07/2010
CURTA A VIDA
.
Um dia, você vai querer rever os amigos,
mas não conseguirá encontrá-los.
.
Um dia, você vai querer dar o melhor de si,
mas não terá mais forças para trabalhar.
.
Um dia, você vai querer amar,
mas não sentirá amor.
..
Um dia, você vai ter saudades das coisas mais simples,
mas elas lhe serão complexas.
..
Um dia, você vai querer o perdão dos seus pais
e vai ver que eles não existem mais.
..
Um dia, você vai querer o amor de seus filhos,
mas eles não estarão por perto.
..
E é nesse dia, então, que perceberá
que o tempo passou,
que o mundo mudou,
que a Terra girou,
que a vida fluiu,
que você dormiu
e tudo parou.
..
Um dia, você vai querer sua vida
e vai ver que ela ficou para trás,
pois não lhe pertence mais.
..
Felipe Cerquize
05/07/2010
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Um dia, você vai querer rever os amigos,
mas não conseguirá encontrá-los.
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Um dia, você vai querer dar o melhor de si,
mas não terá mais forças para trabalhar.
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Um dia, você vai querer amar,
mas não sentirá amor.
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Um dia, você vai ter saudades das coisas mais simples,
mas elas lhe serão complexas.
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Um dia, você vai querer o perdão dos seus pais
e vai ver que eles não existem mais.
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Um dia, você vai querer o amor de seus filhos,
mas eles não estarão por perto.
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E é nesse dia, então, que perceberá
que o tempo passou,
que o mundo mudou,
que a Terra girou,
que a vida fluiu,
que você dormiu
e tudo parou.
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Um dia, você vai querer sua vida
e vai ver que ela ficou para trás,
pois não lhe pertence mais.
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Felipe Cerquize
05/07/2010
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23/05/2010
8.EM VIAGEM PELA SERRA GAÚCHA DE 10 A 30/05
MONTANHAS DO SUL
Macieiras,
dormideiras,
o voo do gavião,
a neve que não caiu,
neblinas clareiam a visão.
Espaldeiras,
corredeiras,
o vinho nos aqueceu,
por entre montanhas do Sul,
pelas mãos de quem cultivou.
E assim fomos felizes,
driblando as verdades da vida,
enganando as despedidas,
reconhecendo a ilusão.
E assim passamos por tudo
que estava na imaginação.
Viagens fabricam verdades
ao gosto de cada artesão.
Felipe Cerquize
23/05/2010
Macieiras,
dormideiras,
o voo do gavião,
a neve que não caiu,
neblinas clareiam a visão.
Espaldeiras,
corredeiras,
o vinho nos aqueceu,
por entre montanhas do Sul,
pelas mãos de quem cultivou.
E assim fomos felizes,
driblando as verdades da vida,
enganando as despedidas,
reconhecendo a ilusão.
E assim passamos por tudo
que estava na imaginação.
Viagens fabricam verdades
ao gosto de cada artesão.
Felipe Cerquize
23/05/2010
Marcadores:
Poesia,
Serra Catarinense,
Serra Gaúcha
28/04/2010
PALHAÇO
.
PALHAÇO
o
o
dia
vivido
o sono
sacudido
esperança
que alcança
vivido
o sono
sacudido
esperança
que alcança
o pó da dança
.
a tarde esquecida
no jogo e na bebida
não é o fim do mundo
mas pode ser seu fundo
.
à noite, um pé no picadeiro
como todo cidadão brasileiro
é triste ver o choro do palhaço
perdido entre o tiro e o estilhaço
..
a tarde esquecida
no jogo e na bebida
não é o fim do mundo
mas pode ser seu fundo
.
à noite, um pé no picadeiro
como todo cidadão brasileiro
é triste ver o choro do palhaço
perdido entre o tiro e o estilhaço
11/03/2010
ESSA EU FIZ PRA VOCÊ
Essa eu fiz pra você,
que não esconde o rosto,
que enfrenta o perigo,
que prega o oposto,
que oferece abrigo,
que ama em agosto,
que planta o trigo
sem impor seu gosto,
sem nos dar castigo.
..
Que preza a verdade
e a consciência,
que doa a metade
e tem coerência,
que luta de dia
e descansa à noite,
que faz a magia
com seu próprio açoite.
..
Essa eu fiz pra você,
que olha pro cravo
e pra ferradura
que se mostra bravo
com muita ternura,
como um antiescravo
sem qualquer censura.
..
Que finge estar vivo
sem viver fingindo,
que traz bom motivo
para ser bem-vindo,
que grita efusivo
que o amor é lindo.
..
Essa eu fiz pra você,
que viu poesia
em palavras tortas,
que viu alegria
em pessoas mortas
e melancolia
em chuvas sem hortas.
..
Que sequer percebe
ser inspiração,
que sempre concebe
com o coração
e da água bebe.
Sede e sedução.
..
Essa, eu fiz pra você...
..
Felipe Cerquize
10/03/2010
que não esconde o rosto,
que enfrenta o perigo,
que prega o oposto,
que oferece abrigo,
que ama em agosto,
que planta o trigo
sem impor seu gosto,
sem nos dar castigo.
..
Que preza a verdade
e a consciência,
que doa a metade
e tem coerência,
que luta de dia
e descansa à noite,
que faz a magia
com seu próprio açoite.
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Essa eu fiz pra você,
que olha pro cravo
e pra ferradura
que se mostra bravo
com muita ternura,
como um antiescravo
sem qualquer censura.
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Que finge estar vivo
sem viver fingindo,
que traz bom motivo
para ser bem-vindo,
que grita efusivo
que o amor é lindo.
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Essa eu fiz pra você,
que viu poesia
em palavras tortas,
que viu alegria
em pessoas mortas
e melancolia
em chuvas sem hortas.
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Que sequer percebe
ser inspiração,
que sempre concebe
com o coração
e da água bebe.
Sede e sedução.
..
Essa, eu fiz pra você...
..
Felipe Cerquize
10/03/2010
Marcadores:
Cerquize,
Essa eu fiz pra você,
Poesia
14/01/2010
TUDO FAZ SENTIDO
Tudo faz sentido,
mesmo, às vezes, não tendo nexo.
.
Desprezo as minhas coerências,
pois não preciso delas,
elas é que precisam de mim.
.
E vou seguindo, assim,
entre o peso de necessitar
e a necessidade de pesar.
.
Tudo pode ser pesar,
apesar de nem sempre ter peso.
É daí que vem o meu desprezo.
.
Felipe Cerquize
mesmo, às vezes, não tendo nexo.
.
Desprezo as minhas coerências,
pois não preciso delas,
elas é que precisam de mim.
.
E vou seguindo, assim,
entre o peso de necessitar
e a necessidade de pesar.
.
Tudo pode ser pesar,
apesar de nem sempre ter peso.
É daí que vem o meu desprezo.
.
Felipe Cerquize
24/12/2009
FELIZ NATAL E ÓTIMO ANO NOVO PARA TODOS
.
SENTIDO
.
Precisamos aprender como perder os filhos
sem deixar se abater pela falta do brilho
dos olhos de quem nos dá a esperança.
.
Precisamos todos crer que no dia seguinte
haverá um novo deus nos permitindo a vida,
repetindo os caminhos, mas mudando as flores.
.
Precisamos respeitar a preocupação dos pais
e fazer com que nas preces sintam-se seguros,
mesmo que a gente insista em pular novos muros.
.
Precisamos de equilíbrio sobre a corda bamba,
procurar não envergar quando a vida nos flamba.
Só assim o novo dia será percebido
como parte de uma história que nos dá sentido.
.
Felipe Cerquize
.
SENTIDO
.
Precisamos aprender como perder os filhos
sem deixar se abater pela falta do brilho
dos olhos de quem nos dá a esperança.
.
Precisamos todos crer que no dia seguinte
haverá um novo deus nos permitindo a vida,
repetindo os caminhos, mas mudando as flores.
.
Precisamos respeitar a preocupação dos pais
e fazer com que nas preces sintam-se seguros,
mesmo que a gente insista em pular novos muros.
.
Precisamos de equilíbrio sobre a corda bamba,
procurar não envergar quando a vida nos flamba.
Só assim o novo dia será percebido
como parte de uma história que nos dá sentido.
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Felipe Cerquize
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13/12/2009
RESULTADO DO PRÊMIO FEUC 2009
Aconteceu, ontem, o Prêmio FEUC 2009 de poesias. Esse concurso é muito bem elaborado e já existe há mais de 15 anos. Graças ao empenho de seus organizadores, Rita Gemino e Américo Mano, o concurso atingiu um reconhecimento nacional, com participantes de vários estados brasileiros. A filmagem da minha apresentação pode ser vista no link http://www.youtube.com/watch?v=yNjwB8JcYnE . Abaixo, os vídeos com os anúncios dos três primeiros colocados e da melhor intérprete:
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1º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=32R2psr6Ex8
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2º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=CJiuQ2uApRk
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3º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=vxevHguo0i8
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Melhor intérprete - http://www.youtube.com/watch?v=zxZ5V7UGPc4
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A poesia com a qual participei do concurso é esta:
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SEMÂNTICA
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1º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=32R2psr6Ex8
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2º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=CJiuQ2uApRk
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3º lugar - http://www.youtube.com/watch?v=vxevHguo0i8
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Melhor intérprete - http://www.youtube.com/watch?v=zxZ5V7UGPc4
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A poesia com a qual participei do concurso é esta:
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SEMÂNTICA
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Cultivo metáforas românticas
em artigos bem definidos.
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Amarrado pelo Lácio,
penduro-me em teus predicados
e conjugo-te sem modos.
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Invento orações sem verbos,
inverto os teus hipérbatos,
divirto-me em contos diversos
e em poesias assertivas.
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Minha semente é a semântica,
mas não sei o quanto ela é quântica.
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Sou um insubordinado,
que diretamente transita
pelo teu palavreado.
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Cuspo letras, mordo a língua,
insisto nos meus parnasos.
Invoco mil vocativos,
cresço com meus erros crassos.
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Abaixo, algumas fotos tiradas durante o evento.
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RITA GEMINO E AMÉRICO MANO (EXTREMOS) COM O CORPO DE JURADOS
30/09/2009
ALICE RUIZ GANHA O JABUTI 2009 DE POESIA

09/05/2009
ESTRADA REAL I
FOTO TIRADA NO MEMORIAL CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
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De 15 de janeiro a 1º de fevereiro de 2009, estive em viagem pelo circuito da Estrada Real, que tem duas vertentes: uma que começa na cidade do Rio de Janeiro e outra que se inicia em Paraty, litoral sul do estado do Rio. Ambas as vertentes se encontram em Ouro Preto e de lá seguem numa só para Diamantina. Abaixo, uma breve descrição do circuito, retirada do site http://www.estradareal.org.br (trecho entre aspas):
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“A Estrada Real foi sendo construída nos muitos anos de idas e vindas, das Minas ao litoral, desde o século XVII, em busca das riquezas. Caminhar pela Estrada Real é seguir os passos e os caminhos percorridos pelos escravos, pelo ouro e pela história. Constituída, ainda, pelas vias de acesso, os pontos de parada, as cidades e vilas históricas que se formaram durante o passar dos homens e do tempo.
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“A Estrada Real foi sendo construída nos muitos anos de idas e vindas, das Minas ao litoral, desde o século XVII, em busca das riquezas. Caminhar pela Estrada Real é seguir os passos e os caminhos percorridos pelos escravos, pelo ouro e pela história. Constituída, ainda, pelas vias de acesso, os pontos de parada, as cidades e vilas históricas que se formaram durante o passar dos homens e do tempo.
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Inicialmente, o caminho ligava a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, mas pela necessidade de uma via de escoamento mais segura e mais rápida ao porto do Rio de Janeiro e, também por imposição da Coroa, foi aberto um "caminho novo". A rota de Paraty passou a ser o "caminho velho", a partir do século XVIII. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência da Estrada Real.
Inicialmente, o caminho ligava a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, mas pela necessidade de uma via de escoamento mais segura e mais rápida ao porto do Rio de Janeiro e, também por imposição da Coroa, foi aberto um "caminho novo". A rota de Paraty passou a ser o "caminho velho", a partir do século XVIII. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência da Estrada Real.
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Assim se formou o complexo da Estrada Real, ou seja, mais de 1600 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza, cultura e arte.”
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A minha trajetória começou pelo caminho novo, no Rio de Janeiro, de onde saí às 14:00 h do dia 15/01, seguindo pela BR-040 (Rio–Brasília), até Barbacena, por onde passei para tomar o caminho de Tiradentes, num percurso total de cerca de 340 Km. Além de explorar bem a riqueza cultural de Tiradentes, essa cidade também me serviu de base para conhecer o município de São João del Rei e a localidade de Bichinho.
..
No quarto dia (18/01), segui para Ouro Preto, que fica a 200 Km de Tiradentes, porém, passando antes por Congonhas, para conhecer o seu centro histórico e os Profetas do Aleijadinho. Ouro Preto foi a maior das cidades que visitei nessa minha viagem e nela permaneci por três dias, sem deixar de ter a preocupação de definir um roteiro enxuto para que não ficasse algo importante sem ser conhecido. Essa foi outra cidade base e dela parti por um dia inteiro para conhecer Mariana, que fica a pouco menos de 20Km de lá.
..
Na quarta-feira (21/01), fui para Itabira, também numa viagem de cerca de 200 Km. Lá, pernoitei dois dias, um dos quais dedicado inteiramente aos Caminhos Drummondianos, que detalharei oportunamente nestas memórias.
..
No dia 23/01, parti finalmente para Diamantina, cidade extrema da Estrada Real. Antes de chegar a lá, passei por várias cidades históricas menores, como Catas Altas, Santa Bárbara e Serro Frio, essa última de porte um pouco maior do que as outras. Diamantina fica a cerca de 300 Km de Itabira e, depois de conhecer os pormenores da cidade, tirei uma noite para conhecer a Folia de Reis da cidade de Curralinho, que fica a 8 Km do antigo Arraial do Tejuco.
..
Foi nesse ponto que optei por descolar da Estrada Real, e, no dia 25/01, deixei Diamantina e rodei cerca de 150 Km, a fim de chegar de volta à BR-040, de lá seguindo mais 50 Km rumo a Cordisburgo, terra natal de João Guimarães Rosa. Caetanópolis, cidade vizinha de Cordisburgo, é onde fica a Gruta de Maquiné, que também selecionei como parte do roteiro.
..
A essa altura da viagem, no afã de otimizar o tempo escasso que tinha, saí de Cordisburgo para Três Pontas, dirigindo 420 Km sem parar. Na verdade, essa quilometragem completou-se na cidade de Varginha, aonde cheguei à noite e pernoitei para, no dia seguinte (27/01) viajar mais 35 Km, até Três Pontas.
..
De lá, depois de conhecer a casa de Milton Nascimento e os meandros da cidade e suas adjacências, retornei a Varginha (passagem obrigatória) e passei por Três Corações e Cambuquira, até chegar a São Lourenço, retomando a Estrada Real nesse trecho do “caminho velho” (Percurso total de mais ou menos 120 Km). Em São Lourenço, que para mim é uma cidade especial, fiquei de 28 a 31/01.
..
De São Lourenço a Visconde de Mauá, fiz o último trecho dessa viagem (140 Km). Foi em Maringá de Minas, cidade a 5 Km de Visconde, que pernoitei, antes retornar para casa, com direito a um almoço de despedida em Penedo, às 17:00 h do dia 01/02.
..
Como comentários gerais sobre o trajeto, além da beleza e da riqueza cultural de todas as cidades visitadas, um ponto forte a ser destacado é a qualidade da pavimentação de todas as rodovias que utilizei para fazer o circuito da Estrada Real. Ficou claro, para mim, que o governo de Minas Gerais está investindo no turismo, dentro desse circuito. Os piores trechos de rodovias que utilizei durante a viagem foram ou fora de Minas ou fora do circuito da Estrada Real, mas não pela qualidade da pavimentação. Cito dois deles: 1) Trecho da BR-040 no Rio de Janeiro, que tem um custo / benefício duvidoso, pois, a cada 60 Km de estrada, pagam-se quase R$ 8,00 de pedágio (na Via Dutra, por exemplo, se paga valor semelhante, mas a cada 100 Km). 2) Trecho da Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a Varginha, onde a estrada é boa, mas a sinalização sofrível.
..
Duas outras observações importantes sobre a viagem, na minha opinião, dizem respeito à meteorologia e ao meu veículo de transporte. Na primeira, o tempo foi super generoso comigo e, mesmo com todas as cenas de enchentes vistas na televisão, durante o período que estava em viagem, o máximo que peguei na estrada foram alguns chuviscos. Na segunda, foi o meu carro, que se comportou como um campeão, não dando sinais de fadiga ou de defeito em momento algum do percurso total de 2300 Km, que rodei. Quando terminei a viagem e o estacionei na garagem de casa, a primeira coisa que fiz foi bater palmas para ele, um Manuel Audaz on road.
..
Na próxima publicação, iniciarei o relato sobre cada cidade por que passei.
..
ESTRADA REAL
..
O sangue escorrendo pelo chão,
pelos veios de ouro e diamante.
Instrumento de tua perdição
que serviu ao servil ignorante.
..
Mas o tempo, senhor soberano,
mostra sempre o que é certo e o que é errado.
São as lutas travadas no caminho
que não deixam a gente aqui sozinho.
..
Os teus mártires não morreram em vão,
eu os vejo no asfalto da estrada.
O poeta ainda inconfidente
sabe como dizer o que ele sente.
..
Cadafalso, corrente e garrote,
ciclotímicas surras com chicote.
As cidades exibem o teu lanho
e quem passa não acha isso estranho.
..
Realeza do Quinto e da Derrama,
hoje tuas cidades são pacatas.
Tuas cruzes são feitas pra quem ama,
tuas luzes tornaram-se abstratas.
..
Ó estrada real e imaginária!
Desfaz teu passado com o futuro.
Mostra a arte da verve que te serve,
ilumina o teu lado escuro.
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Felipe Cerquize
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Assim se formou o complexo da Estrada Real, ou seja, mais de 1600 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza, cultura e arte.”
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A minha trajetória começou pelo caminho novo, no Rio de Janeiro, de onde saí às 14:00 h do dia 15/01, seguindo pela BR-040 (Rio–Brasília), até Barbacena, por onde passei para tomar o caminho de Tiradentes, num percurso total de cerca de 340 Km. Além de explorar bem a riqueza cultural de Tiradentes, essa cidade também me serviu de base para conhecer o município de São João del Rei e a localidade de Bichinho.
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No quarto dia (18/01), segui para Ouro Preto, que fica a 200 Km de Tiradentes, porém, passando antes por Congonhas, para conhecer o seu centro histórico e os Profetas do Aleijadinho. Ouro Preto foi a maior das cidades que visitei nessa minha viagem e nela permaneci por três dias, sem deixar de ter a preocupação de definir um roteiro enxuto para que não ficasse algo importante sem ser conhecido. Essa foi outra cidade base e dela parti por um dia inteiro para conhecer Mariana, que fica a pouco menos de 20Km de lá.
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Na quarta-feira (21/01), fui para Itabira, também numa viagem de cerca de 200 Km. Lá, pernoitei dois dias, um dos quais dedicado inteiramente aos Caminhos Drummondianos, que detalharei oportunamente nestas memórias.
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No dia 23/01, parti finalmente para Diamantina, cidade extrema da Estrada Real. Antes de chegar a lá, passei por várias cidades históricas menores, como Catas Altas, Santa Bárbara e Serro Frio, essa última de porte um pouco maior do que as outras. Diamantina fica a cerca de 300 Km de Itabira e, depois de conhecer os pormenores da cidade, tirei uma noite para conhecer a Folia de Reis da cidade de Curralinho, que fica a 8 Km do antigo Arraial do Tejuco.
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Foi nesse ponto que optei por descolar da Estrada Real, e, no dia 25/01, deixei Diamantina e rodei cerca de 150 Km, a fim de chegar de volta à BR-040, de lá seguindo mais 50 Km rumo a Cordisburgo, terra natal de João Guimarães Rosa. Caetanópolis, cidade vizinha de Cordisburgo, é onde fica a Gruta de Maquiné, que também selecionei como parte do roteiro.
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A essa altura da viagem, no afã de otimizar o tempo escasso que tinha, saí de Cordisburgo para Três Pontas, dirigindo 420 Km sem parar. Na verdade, essa quilometragem completou-se na cidade de Varginha, aonde cheguei à noite e pernoitei para, no dia seguinte (27/01) viajar mais 35 Km, até Três Pontas.
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De lá, depois de conhecer a casa de Milton Nascimento e os meandros da cidade e suas adjacências, retornei a Varginha (passagem obrigatória) e passei por Três Corações e Cambuquira, até chegar a São Lourenço, retomando a Estrada Real nesse trecho do “caminho velho” (Percurso total de mais ou menos 120 Km). Em São Lourenço, que para mim é uma cidade especial, fiquei de 28 a 31/01.
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De São Lourenço a Visconde de Mauá, fiz o último trecho dessa viagem (140 Km). Foi em Maringá de Minas, cidade a 5 Km de Visconde, que pernoitei, antes retornar para casa, com direito a um almoço de despedida em Penedo, às 17:00 h do dia 01/02.
..
Como comentários gerais sobre o trajeto, além da beleza e da riqueza cultural de todas as cidades visitadas, um ponto forte a ser destacado é a qualidade da pavimentação de todas as rodovias que utilizei para fazer o circuito da Estrada Real. Ficou claro, para mim, que o governo de Minas Gerais está investindo no turismo, dentro desse circuito. Os piores trechos de rodovias que utilizei durante a viagem foram ou fora de Minas ou fora do circuito da Estrada Real, mas não pela qualidade da pavimentação. Cito dois deles: 1) Trecho da BR-040 no Rio de Janeiro, que tem um custo / benefício duvidoso, pois, a cada 60 Km de estrada, pagam-se quase R$ 8,00 de pedágio (na Via Dutra, por exemplo, se paga valor semelhante, mas a cada 100 Km). 2) Trecho da Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a Varginha, onde a estrada é boa, mas a sinalização sofrível.
..
Duas outras observações importantes sobre a viagem, na minha opinião, dizem respeito à meteorologia e ao meu veículo de transporte. Na primeira, o tempo foi super generoso comigo e, mesmo com todas as cenas de enchentes vistas na televisão, durante o período que estava em viagem, o máximo que peguei na estrada foram alguns chuviscos. Na segunda, foi o meu carro, que se comportou como um campeão, não dando sinais de fadiga ou de defeito em momento algum do percurso total de 2300 Km, que rodei. Quando terminei a viagem e o estacionei na garagem de casa, a primeira coisa que fiz foi bater palmas para ele, um Manuel Audaz on road.
..
Na próxima publicação, iniciarei o relato sobre cada cidade por que passei.
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ESTRADA REAL
..
O sangue escorrendo pelo chão,
pelos veios de ouro e diamante.
Instrumento de tua perdição
que serviu ao servil ignorante.
..
Mas o tempo, senhor soberano,
mostra sempre o que é certo e o que é errado.
São as lutas travadas no caminho
que não deixam a gente aqui sozinho.
..
Os teus mártires não morreram em vão,
eu os vejo no asfalto da estrada.
O poeta ainda inconfidente
sabe como dizer o que ele sente.
..
Cadafalso, corrente e garrote,
ciclotímicas surras com chicote.
As cidades exibem o teu lanho
e quem passa não acha isso estranho.
..
Realeza do Quinto e da Derrama,
hoje tuas cidades são pacatas.
Tuas cruzes são feitas pra quem ama,
tuas luzes tornaram-se abstratas.
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Ó estrada real e imaginária!
Desfaz teu passado com o futuro.
Mostra a arte da verve que te serve,
ilumina o teu lado escuro.
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Felipe Cerquize
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ESTRADA REAL II
VISTA DE UMA RUA DE TIRADENTES DURANTE PASSEIO NOTURNO
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Saí às 14:00 h do dia 15/01, seguindo pela BR-040 (Rio–Brasília). As surpresas que tive nessa estrada foram três pedágios caríssimos e dois temporais de verão, rápidos, mas intensos. Depois de rodar pouco menos de 300 Km, entrei em Barbacena, onde parei rapidamente para deixar o passado invadir minhas lembranças mais à vontade, pois estive algumas vezes nessa cidade, no início da década de 80, na casa de parentes de minha mulher, que viviam lá e em Correia de Almeida, uma pequena cidade vizinha. Foi em Barbacena, naquela época, que convivi com a rotina de uma fazenda agropecuária, acordando cedo, vendo ordenhas de vaca, colheitas e gente matando a cobra e mostrando o pau, literalmente. Depois dessa breve parada, segui viagem por mais 60 Km de estrada, até chegar ao destino desejado.
..
Tiradentes impressiona pela conservação de seus prédios e ruas, com respeito máximo às suas origens. Para se ter uma idéia, não há fiação aérea no centro histórico, pois toda a rede elétrica é subterrânea (o que não acontece em Ouro Preto, por exemplo). Cheguei de mansinho, chacoalhando nos pés-de-moleque, e subi pela rua em que dois colegas de trabalho haviam me sugerido duas pousadas. Como ambas estavam lotadas, sem opção, segui em frente, saí na rua da igreja matriz, desci a ladeira e, logo no seu início, apareceu uma entrada chamada Largo do Ó. Ali, havia uma pousadinha, “criativamente” chamada “do Ó”, onde fiquei.
...
Apesar de estar entre as menores cidades do circuito que visitei, essa foi uma das poucas em que permaneci por dois dias inteiros. Muitas opções de bons restaurantes, um número razoável de atrações turísticas e duas outras cidades próximas, para onde fui, mas mantendo a base em Tiradentes: Bichinho e São João Del Rei. O melhor dos passeios dentro da cidade foi o de jardineira, em um giro noturno nesse carro antigo, onde o motorista percorre todas as ruas e para nos pontos mais notáveis para contar suas histórias de uma maneira bastante peculiar. O museu do padre Toledo (um inconfidente muito prestigiado na cidade), a Matriz de Santo Antônio, o Chafariz de São José, a única estátua de Tiradentes em que ele está vestido como alferes etc. O motorista tem uma maneira de contar as histórias que surpreende. Com ele, aprendi a origem de alguns termos e expressões, como “pé-de-moleque” (as mucamas faziam aquele doce com amendoim e o punham na janela para esfriar, quando, então, os meninos tentavam furtá-lo e elas apareciam e falavam: “Não faz isso! Pede, moleque, que eu te dou um pedaço!”), “sem eira nem beira” (as abas dos telhados dos ricos tinham dois acabamentos: um interno, que se chamava “eira” e outro externo, conhecido como “beira”. Na casa dos pobres não havia isso, daí a expressão que permanece até os dias de hoje) e “nas coxas” (na época do império, as telhas eram moldadas nas coxas das escravas e, por isso, saíam com tamanhos e formas variados, dependendo do corpo da modeladora. Daí a expressão, que passa a idéia de coisa mal feita). Ao final do passeio, subimos por uma ladeira e fomos parar num mirante, de onde avistamos as luzes da cidade e conseguimos identificar os principais prédios e todo o roteiro feito pela jardineira.
..
Saindo para as cercanias, o passeio de maria-fumaça, que cada vez mais se multiplica pelas cidades históricas de Minas. Lá, o trajeto é de Tiradentes a São João Del Rei. Campos, rios, gado, apito e balanço de trem são coisas que me fazem rejuvenescer. Filmei um trecho do passeio, quando saíamos de São João Del Rei, o qual pode ser visto no endereço http://www.youtube.com/watch?v=pocbHiuEEcs&feature=channel_page .
..
Um espetáculo, também imperdível, é o que acontece após as missas noturnas da Matriz de Santo Antônio. Existe um sistema de som e luzes instalado na igreja, em que um locutor narra toda a sua história, descrevendo e iluminando separadamente cada um de seus altares, o órgão secular, as imagens barrocas, o sacrário etc. É um projeto que tem o patrocínio da Rede Globo.
.
As lojas de artesanatos da cidade são muito variadas. O centro sempre muito movimentado e com muitos turistas. No Largo das Forras, principal de Tiradentes, ficam charretes para passeios e há muitos bares e restaurantes à sua volta. Os poetas aparecem junto com histórias sobre a Inconfidência (principalmente Tomaz Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto), mas não percebi a sublimação poética que é tão intensa em outras cidades históricas do circuito pelo qual passei. Porém, existem movimentos artísticos fortes na cidade e foi possível vê-los em ateliês, em exposições de arte moderna e em corais que se apresentavam pelas ruas. Filmei um desses grupos e disponibilizei a gravação no endereço http://www.youtube.com/watch?v=2nfyd-auX58&feature=channel_page. É o Grupo Oficina de Teatro Entre & Vista que, naquele momento, cantava a música “Bem-te-vi”, de Renato Terra.
..
Existem outros passeios, do tipo “adventure”, sendo o principal deles a subida pela Serra de São José, que pode ser feita a pé, a cavalo ou de jipe. Essa é uma opção turística que não me agrada muito, além do quê, o tempo fechado também não estava ajudando a fazer turismos mais radicais. Por essa e por outras, substituí essa atividade por passeios pelas lojas da cidade e por um bom chocolate quente na pousada. Também não deixei de comprar o famoso doce de leite do Bolota, indicado até pelo Guia Quatro Rodas (um doce de leite light, saborosíssimo, vendido na casa do proprietário).
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No dia 18 de janeiro, fiz o último passeio pela cidade, aprontei as malas e peguei o caminho para Ouro Preto, via Congonhas.
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Tiradentes impressiona pela conservação de seus prédios e ruas, com respeito máximo às suas origens. Para se ter uma idéia, não há fiação aérea no centro histórico, pois toda a rede elétrica é subterrânea (o que não acontece em Ouro Preto, por exemplo). Cheguei de mansinho, chacoalhando nos pés-de-moleque, e subi pela rua em que dois colegas de trabalho haviam me sugerido duas pousadas. Como ambas estavam lotadas, sem opção, segui em frente, saí na rua da igreja matriz, desci a ladeira e, logo no seu início, apareceu uma entrada chamada Largo do Ó. Ali, havia uma pousadinha, “criativamente” chamada “do Ó”, onde fiquei.
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Apesar de estar entre as menores cidades do circuito que visitei, essa foi uma das poucas em que permaneci por dois dias inteiros. Muitas opções de bons restaurantes, um número razoável de atrações turísticas e duas outras cidades próximas, para onde fui, mas mantendo a base em Tiradentes: Bichinho e São João Del Rei. O melhor dos passeios dentro da cidade foi o de jardineira, em um giro noturno nesse carro antigo, onde o motorista percorre todas as ruas e para nos pontos mais notáveis para contar suas histórias de uma maneira bastante peculiar. O museu do padre Toledo (um inconfidente muito prestigiado na cidade), a Matriz de Santo Antônio, o Chafariz de São José, a única estátua de Tiradentes em que ele está vestido como alferes etc. O motorista tem uma maneira de contar as histórias que surpreende. Com ele, aprendi a origem de alguns termos e expressões, como “pé-de-moleque” (as mucamas faziam aquele doce com amendoim e o punham na janela para esfriar, quando, então, os meninos tentavam furtá-lo e elas apareciam e falavam: “Não faz isso! Pede, moleque, que eu te dou um pedaço!”), “sem eira nem beira” (as abas dos telhados dos ricos tinham dois acabamentos: um interno, que se chamava “eira” e outro externo, conhecido como “beira”. Na casa dos pobres não havia isso, daí a expressão que permanece até os dias de hoje) e “nas coxas” (na época do império, as telhas eram moldadas nas coxas das escravas e, por isso, saíam com tamanhos e formas variados, dependendo do corpo da modeladora. Daí a expressão, que passa a idéia de coisa mal feita). Ao final do passeio, subimos por uma ladeira e fomos parar num mirante, de onde avistamos as luzes da cidade e conseguimos identificar os principais prédios e todo o roteiro feito pela jardineira.
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Saindo para as cercanias, o passeio de maria-fumaça, que cada vez mais se multiplica pelas cidades históricas de Minas. Lá, o trajeto é de Tiradentes a São João Del Rei. Campos, rios, gado, apito e balanço de trem são coisas que me fazem rejuvenescer. Filmei um trecho do passeio, quando saíamos de São João Del Rei, o qual pode ser visto no endereço http://www.youtube.com/watch?v=pocbHiuEEcs&feature=channel_page .
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Um espetáculo, também imperdível, é o que acontece após as missas noturnas da Matriz de Santo Antônio. Existe um sistema de som e luzes instalado na igreja, em que um locutor narra toda a sua história, descrevendo e iluminando separadamente cada um de seus altares, o órgão secular, as imagens barrocas, o sacrário etc. É um projeto que tem o patrocínio da Rede Globo.
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As lojas de artesanatos da cidade são muito variadas. O centro sempre muito movimentado e com muitos turistas. No Largo das Forras, principal de Tiradentes, ficam charretes para passeios e há muitos bares e restaurantes à sua volta. Os poetas aparecem junto com histórias sobre a Inconfidência (principalmente Tomaz Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto), mas não percebi a sublimação poética que é tão intensa em outras cidades históricas do circuito pelo qual passei. Porém, existem movimentos artísticos fortes na cidade e foi possível vê-los em ateliês, em exposições de arte moderna e em corais que se apresentavam pelas ruas. Filmei um desses grupos e disponibilizei a gravação no endereço http://www.youtube.com/watch?v=2nfyd-auX58&feature=channel_page. É o Grupo Oficina de Teatro Entre & Vista que, naquele momento, cantava a música “Bem-te-vi”, de Renato Terra.
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Existem outros passeios, do tipo “adventure”, sendo o principal deles a subida pela Serra de São José, que pode ser feita a pé, a cavalo ou de jipe. Essa é uma opção turística que não me agrada muito, além do quê, o tempo fechado também não estava ajudando a fazer turismos mais radicais. Por essa e por outras, substituí essa atividade por passeios pelas lojas da cidade e por um bom chocolate quente na pousada. Também não deixei de comprar o famoso doce de leite do Bolota, indicado até pelo Guia Quatro Rodas (um doce de leite light, saborosíssimo, vendido na casa do proprietário).
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No dia 18 de janeiro, fiz o último passeio pela cidade, aprontei as malas e peguei o caminho para Ouro Preto, via Congonhas.
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SONETO PARA TIRADENTES
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Confundo a cidade com o homem,
confundo o homem com o conjurador.
Fecharei tuas ruas antes que as tomem,
juntarei meus versos com a tua dor.
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Romanceiros, poetas da Inconfidência,
sigo o rastro de teus apontamentos.
Meu suicídio é no cadafalso da inocência
e nas gotas de lágrimas de teus lamentos.
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Por aqui passaram mártires com sonhos,
por aqui passaram padres, poetas e loucos,
por aqui passou a liberdade em sementes.
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Por aqui passam muitos imbecis bisonhos,
por aqui passam tantos, mas são poucos
que desfrutam do sol de Tiradentes.
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Felipe Cerquize
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SONETO PARA TIRADENTES
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Confundo a cidade com o homem,
confundo o homem com o conjurador.
Fecharei tuas ruas antes que as tomem,
juntarei meus versos com a tua dor.
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Romanceiros, poetas da Inconfidência,
sigo o rastro de teus apontamentos.
Meu suicídio é no cadafalso da inocência
e nas gotas de lágrimas de teus lamentos.
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Por aqui passaram mártires com sonhos,
por aqui passaram padres, poetas e loucos,
por aqui passou a liberdade em sementes.
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Por aqui passam muitos imbecis bisonhos,
por aqui passam tantos, mas são poucos
que desfrutam do sol de Tiradentes.
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Felipe Cerquize
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Tiradentes
ESTRADA REAL IV
ARTESANATO NA PAREDE DE UMA LOJA EM BICHINHO
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No dia 17 de janeiro de 2009, atravessei o Largo das Forras e saí do centro histórico de Tiradentes rumo ao único posto de combustíveis da cidade, caminho que, na sua continuidade, conduz o turista ao pequeno distrito de Vitoriano Veloso, mais conhecido como Bichinho. É uma localidade distante cerca de 8 Km de Tiradentes, famosa pela qualidade e pela criatividade das obras dos artesãos que estabeleceram comércio por lá. A estrada não é boa, mas como o trajeto é curto, vale a pena encarar essa adversidade.
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O início da fama foi em 1991, na Oficina de Agosto, com o artista plástico Toti, que ainda restaura móveis e produz quadros e esculturas de material recolhido de demolições. Do ferro, Bageco faz lustres e arandelas. Bonecas de cabaça e de papel marchê são produzidas por Marcello Maia. Carmem tem colchas de retalho, capas de almofada, toalhas bordadas. É possível encontrar galos ciscando em quintais com capim viçoso e um Tiranossauro rex prestes a atacar turistas menos atentos. A vila é pequena e por isso fica fácil encontrar os ateliês, que costumam fechar por volta das 16:00 h.
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O Museu do Automóvel fica no meio do caminho entre Tiradentes e Bichinho. Recomendo que a visita seja feita na volta, sem estresse, pois existem antiguidades muito interessantes nos dois galpões que abrigam mais de 100 carros com anos de fabricação a partir de 1928. Há automóveis que já foram estrelas de comerciais e outros que foram alugados para novelas de época da Globo. A jardineira que faz o passeio noturno em Tiradentes (ver Estrada Real II) pertence ao Museu do Automóvel e é alugado para esse serviço.
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Para quem quiser almoçar durante o passeio, há algumas opções no centro de Bichinho e na estrada de acesso. A mais interessante delas, na minha opinião, é o restaurante Pau de Angu, que fica A 5 Km do centro do pequeno distrito.
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VITORIANO VELOSO
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Nada aqui se perde,
tudo aqui se cria
a partir da transformação.
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De um lado tijolo quebrado,
do outro a reconstrução.
É a lei dos homens
sem a lei do cão.
.
É a lei dos bichos,
são nossos caprichos
querendo os detalhes
de um novo artesão.
.
São fauna e flora
fazendo a hora.
Só assim se tem
uma revolução.
.
Felipe Cerquize
.
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O início da fama foi em 1991, na Oficina de Agosto, com o artista plástico Toti, que ainda restaura móveis e produz quadros e esculturas de material recolhido de demolições. Do ferro, Bageco faz lustres e arandelas. Bonecas de cabaça e de papel marchê são produzidas por Marcello Maia. Carmem tem colchas de retalho, capas de almofada, toalhas bordadas. É possível encontrar galos ciscando em quintais com capim viçoso e um Tiranossauro rex prestes a atacar turistas menos atentos. A vila é pequena e por isso fica fácil encontrar os ateliês, que costumam fechar por volta das 16:00 h.
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O Museu do Automóvel fica no meio do caminho entre Tiradentes e Bichinho. Recomendo que a visita seja feita na volta, sem estresse, pois existem antiguidades muito interessantes nos dois galpões que abrigam mais de 100 carros com anos de fabricação a partir de 1928. Há automóveis que já foram estrelas de comerciais e outros que foram alugados para novelas de época da Globo. A jardineira que faz o passeio noturno em Tiradentes (ver Estrada Real II) pertence ao Museu do Automóvel e é alugado para esse serviço.
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Para quem quiser almoçar durante o passeio, há algumas opções no centro de Bichinho e na estrada de acesso. A mais interessante delas, na minha opinião, é o restaurante Pau de Angu, que fica A 5 Km do centro do pequeno distrito.
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VITORIANO VELOSO
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Nada aqui se perde,
tudo aqui se cria
a partir da transformação.
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De um lado tijolo quebrado,
do outro a reconstrução.
É a lei dos homens
sem a lei do cão.
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É a lei dos bichos,
são nossos caprichos
querendo os detalhes
de um novo artesão.
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São fauna e flora
fazendo a hora.
Só assim se tem
uma revolução.
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Felipe Cerquize
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Vitoriano Veloso
ESTRADA REAL V
BASÍLICA DE BOM JESUS DE MATOSINHOS
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Não me hospedei em Congonhas. De Tiradentes a Ouro Preto, são cerca de 200 Km e, no trajeto, tive de retornar à BR-040 (Rio – Brasília), num percurso de cerca de 10 Km. Nesse trecho é que se situa a cidade onde está a Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, com os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão por Aleijadinho. O destaque turístico de Congonhas resume-se a esse rico conjunto barroco, que foi classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1985.
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Doente, após anos de trabalho em minas de ouro, o imigrante português Feliciano Mendes fez uma promessa: se recuperasse a saúde, mandaria erguer um templo em honra ao Bom Jesus de Matosinhos. E assim foi. A obra começou em 1757, mas Mendes morreu oito anos depois, sem saber que de sua iniciativa surgiria um dos maiores tesouros da arte barroca. A visita à basílica divide-se em três etapas. A primeira é ainda do lado de fora, onde estão as seis Capelas dos Passos. Nelas estão representadas sete cenas da Paixão de Cristo, sendo que as três primeiras foram cromadas por Mestre Athayde e parte delas é criação de Aleijadinho. A segunda etapa da visita são os doze profetas em pedra-sabão, que foram esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, entre 1800 e 1805, e enfeitam o adro da basílica. Por fim, a visita à igreja, que exibe traçado inspirado nos santuários portugueses de Matosinhos e Braga. O interior tem rica decoração rococó e a pintura do teto da nave, em cores vivas e traços marcantes, é assinada por Mestre Atahyde. Anexa à igreja, fica a sala dos ex-votos, que foi transformada em museu. De costas para a igreja, olhando para a cidade, têm-se, do lado direito, várias lojinhas de artesanatos, com seus relógios em pedra-sabão, colchas, redes, santos e até fitinhas de “Lembranças do Senhor de Bom Jesus de Congonhas”, numa clara imitação da célebre fitinha do Senhor do Bonfim (Salvador, Bahia). Do lado esquerdo, está o restaurante Cova do Daniel (Nome muito interessante, provavelmente em alusão a um dos profetas esculpidos), onde parei para comer um tutu à mineira delicioso. Dentro do restaurante, um pouco afastado do salão principal, existem umas baias, onde a rapaziada fica tomando cerveja e tocando violão. Escutei algumas boas canções do Gonzaguinha e do Chico.
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Depois do almoço, esperei por mais uma daquelas pancadas de chuva rápidas e segui para Ouro Preto.
Depois do almoço, esperei por mais uma daquelas pancadas de chuva rápidas e segui para Ouro Preto.
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OS DOZE PROFETAS
..
O primeiro é Isaías
Tem barba e cabelos longos
O profeta que mais fala
Sobre a vinda de Messias
..
Usa uma túnica curta
Sobre a qual desce um manto
Era um iluminado
E por pouco não foi santo.
..
O segundo é Jeremias
À direita de Isaías
Um homem de meia idade
Bem à moda bizantina
..
Tem na mão um pergaminho
Feito por Aleijadinho
Na cabeça um turbante
Que enriquece seu semblante
.
O terceiro é Baruc
Profeta jovem e imberbe
Foi um nobre erudito
Que ajudou Jeremias
..
Numa das mãos tem o manto
Seguro pelos seus dedos
E na outra a profecia
Que ele escreveu um dia
..
O quarto é Ezequiel
Do lado oposto a Baruc
Túnica longa e cintada
Com barba seccionada
..
O "profeta do exílio"
Fugiu para a Babilônia
Onde não havia as palmeiras
Que existem em Congonhas
..
Ladeando o passo do adro
Está o profeta Daniel
A quinta das doze estátuas
a cumprir o seu papel
..
Aparência altaneira
Com os louros da vitória
Por derrotar os leões
Que o levaram à glória
..
Oséias é o sexto profeta
O maior entre os menores
Com anatomia correta
Talvez seja um dos melhores
..
Botas tipo borzeguim
Casaco curto e fechado
Na mão direita uma pena
Profecias do outro lado
.
Em sétimo vem Joel
Que disse que as mãos de Deus
Protegeriam Israel
De todo inimigo seu
.
O segundo dos pequenos
Um profeta escatológico
Que assumiu grande importância
Na teologia cristã
.
Abdias é o oitavo
E assume um baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Habacuc
.
Numa escultura perfeita
Numa escritura sagrada
Levantando a mão direita
Onde pousa a passarada
.
No arco de circunferência
Que une muros extremos
Está o profeta Amós
O nono de Aleijadinho
.
Vestido como um pastor
Diferente dos demais
Com um jeito bonachão
Sugerindo estar em paz
.
O décimo profeta é Jonas
Aquele que caiu no mar
Um grande peixe o comeu
Mas conseguiu se salvar
.
Com a boca entreaberta
Cabeça voltada ao alto
Parece pedir perdão
Por errar na decisão
.
Habacuc é o penúltimo
E assume o outro baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Abdias
.
Com gola ornada por borlas
Um turbante em quatro gomos
Carrega alguns mistérios
Maiores do que supomos
.
E por fim o profeta Naum
Que previu a destruição
Da capital da Assíria
Séculos antes de Cristo
.
Numa sotaina abotoada
Uma estátua que destoa
Talvez a menos prezada
Por nosso mestre Lisboa
..
Felipe Cerquize
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OS DOZE PROFETAS
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O primeiro é Isaías
Tem barba e cabelos longos
O profeta que mais fala
Sobre a vinda de Messias
..
Usa uma túnica curta
Sobre a qual desce um manto
Era um iluminado
E por pouco não foi santo.
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O segundo é Jeremias
À direita de Isaías
Um homem de meia idade
Bem à moda bizantina
..
Tem na mão um pergaminho
Feito por Aleijadinho
Na cabeça um turbante
Que enriquece seu semblante
.
O terceiro é Baruc
Profeta jovem e imberbe
Foi um nobre erudito
Que ajudou Jeremias
..
Numa das mãos tem o manto
Seguro pelos seus dedos
E na outra a profecia
Que ele escreveu um dia
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O quarto é Ezequiel
Do lado oposto a Baruc
Túnica longa e cintada
Com barba seccionada
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O "profeta do exílio"
Fugiu para a Babilônia
Onde não havia as palmeiras
Que existem em Congonhas
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Ladeando o passo do adro
Está o profeta Daniel
A quinta das doze estátuas
a cumprir o seu papel
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Aparência altaneira
Com os louros da vitória
Por derrotar os leões
Que o levaram à glória
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Oséias é o sexto profeta
O maior entre os menores
Com anatomia correta
Talvez seja um dos melhores
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Botas tipo borzeguim
Casaco curto e fechado
Na mão direita uma pena
Profecias do outro lado
.
Em sétimo vem Joel
Que disse que as mãos de Deus
Protegeriam Israel
De todo inimigo seu
.
O segundo dos pequenos
Um profeta escatológico
Que assumiu grande importância
Na teologia cristã
.
Abdias é o oitavo
E assume um baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Habacuc
.
Numa escultura perfeita
Numa escritura sagrada
Levantando a mão direita
Onde pousa a passarada
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No arco de circunferência
Que une muros extremos
Está o profeta Amós
O nono de Aleijadinho
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Vestido como um pastor
Diferente dos demais
Com um jeito bonachão
Sugerindo estar em paz
.
O décimo profeta é Jonas
Aquele que caiu no mar
Um grande peixe o comeu
Mas conseguiu se salvar
.
Com a boca entreaberta
Cabeça voltada ao alto
Parece pedir perdão
Por errar na decisão
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Habacuc é o penúltimo
E assume o outro baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Abdias
.
Com gola ornada por borlas
Um turbante em quatro gomos
Carrega alguns mistérios
Maiores do que supomos
.
E por fim o profeta Naum
Que previu a destruição
Da capital da Assíria
Séculos antes de Cristo
.
Numa sotaina abotoada
Uma estátua que destoa
Talvez a menos prezada
Por nosso mestre Lisboa
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Felipe Cerquize
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ESTRADA REAL VI
VISTA DA CIDADE DE OURO PRETO (MG)
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Cheguei à antiga Vila Rica de Albuquerque no dia 18 de janeiro. Tempo chuvoso, mostrando a que veio a famigerada Zona de Convergência do Atlântico Sul, que molhou quase todas as almas brasileiras por mais de três meses. Como disse anteriormente (ver Estrada Real I), apesar de toda chuva, parece que São Pedro resolveu me poupar das mais fortes e prejudiciais, durante os percursos que fiz. Fiquei numa pousada situada no início do caminho para Mariana, mas era possível ir a pé até o centro de Ouro Preto. Do quarto que fiquei, viam-se as construções seculares e o Pico do Itacolomi, que impõe um ar místico ao cenário histórico da cidade (Em tupi-guarani, o nome quer dizer “menino de pedra ou “pedra menina”, ITA-CORUMI, pois para os índios o pico era visto como um “filhote” da montanha).
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Havia estado uma única vez em Ouro Preto, em 1992, quando fui participar de um curso em Belo Horizonte e aproveitei para esticar até lá com uns colegas de trabalho. Não percebi grandes progressos, na comparação do que vi nesses 17 anos de intervalo entre uma visita e outra, o que me pareceu ser exatamente o objetivo de seus administradores. Uma coincidência que me chamou a atenção foi que, na visita que fiz, na década de 90, havia morrido uma figura importante da cidade, cujo nome não me lembro, e um grande funeral passou por nós, quando passeávamos pela Praça Tiradentes. Nessa viagem de agora, enquanto visitávamos a Igreja do Pilar, fiquei sabendo do infarto sofrido pelo padre Simões, pároco daquela igreja, muito querido pelo povo de lá. Na manhã do dia seguinte, os sinos de várias igrejas tocaram, ininterruptamente, por mais de meia hora. Então, quando eu estava na praça de artesanatos de pedra-sabão, soube que ele havia falecido. Os moradores de Ouro Preto colocaram estandartes nas sacadas dos casarões e, no Museu da Inconfidência, a bandeira ficou a meio mastro. Na década de 60, Simões ajudou a recuperar diversas peças de arte sacra roubadas das igrejas históricas.
Havia estado uma única vez em Ouro Preto, em 1992, quando fui participar de um curso em Belo Horizonte e aproveitei para esticar até lá com uns colegas de trabalho. Não percebi grandes progressos, na comparação do que vi nesses 17 anos de intervalo entre uma visita e outra, o que me pareceu ser exatamente o objetivo de seus administradores. Uma coincidência que me chamou a atenção foi que, na visita que fiz, na década de 90, havia morrido uma figura importante da cidade, cujo nome não me lembro, e um grande funeral passou por nós, quando passeávamos pela Praça Tiradentes. Nessa viagem de agora, enquanto visitávamos a Igreja do Pilar, fiquei sabendo do infarto sofrido pelo padre Simões, pároco daquela igreja, muito querido pelo povo de lá. Na manhã do dia seguinte, os sinos de várias igrejas tocaram, ininterruptamente, por mais de meia hora. Então, quando eu estava na praça de artesanatos de pedra-sabão, soube que ele havia falecido. Os moradores de Ouro Preto colocaram estandartes nas sacadas dos casarões e, no Museu da Inconfidência, a bandeira ficou a meio mastro. Na década de 60, Simões ajudou a recuperar diversas peças de arte sacra roubadas das igrejas históricas.
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A cidade tem uma variedade considerável de opções turísticas. Igrejas estão por toda parte, formando o maior conjunto barroco do país. Na Igreja de São Francisco de Assis, por exemplo, a beleza é resultado de uma dobradinha de mestres inspiradíssimos, pois Aleijadinho criou o projeto e Atahyde pintou o teto, que levou dez anos para ficar pronto. A Matriz do Pilar, onde padre Simões era o pároco, é considerada a segunda mais rica do Brasil. Já a Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi projetada e construída por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho (as sepulturas de ambos estão nessa igreja, sob o piso). No Museu da Inconfidência, diversas poesias de Tomaz Antônio Gonzaga estão espalhadas pelas paredes, com muito requinte. Outro lugar interessante é a Casa dos Contos, antigo local de pesagem e fundição do ouro extraído na região. Visitar uma mina de ouro desativada e o Museu de Mineralogia também é inevitável. Para os atrativos turísticos mais distantes do centro, paguei um guia (sobram por lá, mas é importante utilizar os serviços de guias credenciados para não ter surpresas desagradáveis no meio do caminho). Procurei dar a ênfase que me era possível às atrações que retratavam os inconfidentes, como o próprio museu dedicado a eles, a casa de Cláudio Manuel da Costa (hoje, residência particular) e a casa de Tiradentes, cuja estátua na praça central da cidade está justamente no local onde a cabeça do alferes ficou à mostra, depois de ser enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro.
A cidade tem uma variedade considerável de opções turísticas. Igrejas estão por toda parte, formando o maior conjunto barroco do país. Na Igreja de São Francisco de Assis, por exemplo, a beleza é resultado de uma dobradinha de mestres inspiradíssimos, pois Aleijadinho criou o projeto e Atahyde pintou o teto, que levou dez anos para ficar pronto. A Matriz do Pilar, onde padre Simões era o pároco, é considerada a segunda mais rica do Brasil. Já a Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi projetada e construída por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho (as sepulturas de ambos estão nessa igreja, sob o piso). No Museu da Inconfidência, diversas poesias de Tomaz Antônio Gonzaga estão espalhadas pelas paredes, com muito requinte. Outro lugar interessante é a Casa dos Contos, antigo local de pesagem e fundição do ouro extraído na região. Visitar uma mina de ouro desativada e o Museu de Mineralogia também é inevitável. Para os atrativos turísticos mais distantes do centro, paguei um guia (sobram por lá, mas é importante utilizar os serviços de guias credenciados para não ter surpresas desagradáveis no meio do caminho). Procurei dar a ênfase que me era possível às atrações que retratavam os inconfidentes, como o próprio museu dedicado a eles, a casa de Cláudio Manuel da Costa (hoje, residência particular) e a casa de Tiradentes, cuja estátua na praça central da cidade está justamente no local onde a cabeça do alferes ficou à mostra, depois de ser enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro.
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Fotos:
Fotos:
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32811163 Artesanatos em pedra-sabão
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32811348 Casa que foi de Cláudio Manuel da Costa
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32812324 Vista da Praça Tiradentes
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32813851 Mina de ouro desativada
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32813851 Vista da cidade
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32816039 Museu dos Inconfidentes
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142541&imageID=32812387 Casa dos Contos
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Muitos cafés e restaurantes agradáveis no centro da cidade. Nos ladeirões, que acabam com o fôlego dos menos preparados, estão as principais ruas de comércio. No entorno da Praça Tiradentes, também há diversas lojas que vendem jóias e pedras preciosas, o que é uma atividade comercial tradicional em Ouro Preto. A diversidade das gemas extraídas naquelas plagas permite a criação de jóias finas e de qualidade. A cidade é a única produtora mundial de topázio imperial, o mais valioso entre os diversos tipos de topázio. As gemas são encontradas nas mais variadas tonalidades. Quanto mais forte a coloração, mais cara a gema.
..
SONETO A OURO PRETO
..
A cidade parada no tempo,
nuvens ao sabor do vento.
O sol vaza por teus ninhos,
clareando meus caminhos.
..
Enquanto subo as ladeiras,
minhas pernas sorrateiras
tremulam como bandeiras
e brindam o prazer da dor.
..
Brindam o laço da história,
a grandeza de teus poetas,
que atormentaram o amor.
..
Tropeçam na tua memória,
caem nos braços do tempo,
mas depois cultivam a flor.
..
Felipe Cerquize
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Muitos cafés e restaurantes agradáveis no centro da cidade. Nos ladeirões, que acabam com o fôlego dos menos preparados, estão as principais ruas de comércio. No entorno da Praça Tiradentes, também há diversas lojas que vendem jóias e pedras preciosas, o que é uma atividade comercial tradicional em Ouro Preto. A diversidade das gemas extraídas naquelas plagas permite a criação de jóias finas e de qualidade. A cidade é a única produtora mundial de topázio imperial, o mais valioso entre os diversos tipos de topázio. As gemas são encontradas nas mais variadas tonalidades. Quanto mais forte a coloração, mais cara a gema.
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SONETO A OURO PRETO
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A cidade parada no tempo,
nuvens ao sabor do vento.
O sol vaza por teus ninhos,
clareando meus caminhos.
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Enquanto subo as ladeiras,
minhas pernas sorrateiras
tremulam como bandeiras
e brindam o prazer da dor.
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Brindam o laço da história,
a grandeza de teus poetas,
que atormentaram o amor.
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Tropeçam na tua memória,
caem nos braços do tempo,
mas depois cultivam a flor.
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Felipe Cerquize
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ESTRADA REAL VII
PRAÇA NO CENTRO HISTÓRICO DE MARIANA
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Mariana foi a primeira capital mineira e é a mais antiga cidade histórica do estado. Embora o seu pequeno centro preserve ricas igrejas e diversas construções com arquitetura colonial, o turismo por lá ainda é menos intenso do que na maioria das cidades renomadas da Estrada Real. É um local muito glamoroso e aparentemente organizado.
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Ao chegar, ainda sem saber onde era o centro histórico, fui parar na estação ferroviária da cidade (existe um passeio de maria-fumaça, de Mariana a Ouro Preto, que não fiz) e lá tive algumas poucas e boas surpresas. A primeira foi uma engenhoca eletrônica, onde era possível pesquisar tudo sobre a cidade e suas adjacências, bastando pressionar teclas, como se estivesse num caixa eletrônico, mas com a vantagem de ter uma voz estereofônica narrando os fatos relevantes ali registrados. A segunda foi um vagão-cinema, patrocinado pela Vale, que passa curtas-metragens que receberam o apoio cultural daquela empresa. A terceira, e para mim a mais impressionante, foi uma pracinha que fica em frente à estação, onde existem diversos brinquedos que também são instrumentos musicais verdadeiros, numa idéia muito criativa que estimula a criança e fustiga o adulto (fiquei quase meia hora tocando bumbo, xilofone e outros instrumentos de percussão).
.
Depois desse intróito, com a orientação de moradores, segui a pé até o centro histórico de Mariana e fiquei fascinado. A essência da cidade resume-se a três ou quatro quarteirões, mas nessa pequena área é possível encontrar uma enorme concentração de prédios seculares. Na parte baixa, início do centro histórico, existe uma igreja e uma enorme praça (ver foto). Na parte alta, as igrejas multiplicam-se, próximas da Casa de Câmara e Cadeia, onde também há um pelourinho bem conservado, que deixa em evidência a insanidade humana de outros tempos. Existem obras de Aleijadinho e de Mestre Atahyde em várias igrejas.
.
Depois dessas visitas imperiosas, tirei uma boa parte do tempo restante para conhecer a Casa de Alphonsus de Guimaraens, assim sabendo um pouco mais sobre a vida desse que foi um dos maiores poetas simbolistas brasileiros. Alphonsus nasceu em Ouro Preto, mas viveu a maior parte de sua vida em Mariana, nessa casa que visitei e que hoje é uma espécie de museu. Teve 14 filhos e morreu relativamente jovem, aos 51 anos. Não era um abastado e para mim ficou difícil imaginar como ele conseguia espaço para 14 filhos naquela casa de poucos cômodos. O filho caçula, seu homônimo, fazia parte da Academia Marianense de Letras e faleceu em agosto de 2008, com 90 anos. Ele escreveu a biografia do pai, disponível na Casa (naturalmente, comprei). Alphonsus pai morreu em 1921, quando seu caçula ainda tinha três anos, mas sua mulher, Zenaide de Oliveira, viveu até 1969. Para quem tiver interesse, é possível encontrar muita informação na internet, tanto sobre o pai quanto sobre o filho.
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Fotos:
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807685 Cãmara Municipal de Mariana
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807802 Chafariz
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807859 Estação ferroviária
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32808099 Hino de Mariana
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32808785 Ruas e prédios
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Assim, tendo alimentado a alma, parei num pequeno restaurante para alimentar o corpo. Depois, voltei a Ouro Preto, onde estava hospedado (fica a menos de 15 Km de Mariana). No dia seguinte, parti para Itabira.
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MARIANA
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Bucólica cidade do interior de Minas
O centro histórico, a estação de trem
Nas praças, as pernas de tuas meninas
Na tua Via-Sacra, milhares de "amém"
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As igrejas, a Casa de Câmara e Cadeia
Cidade que dá permissão aos poetas
Não sei se os seios que servem a ceia
São parte da hóstia em missas secretas
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A chuva cai intensa, arrasta teus metais
Nós seguimos juntos, querendo a poesia
Na Casa de Alphonsus a teremos mais
O simbolismo em tudo que viveu um dia
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E o tempo nublado no céu da tua boca
E olhos marejados dizem vir mais chuva
Então, prenso as formas da arte barroca
Como espremo bagos em cachos de uva
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Felipe Cerquize
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Ao chegar, ainda sem saber onde era o centro histórico, fui parar na estação ferroviária da cidade (existe um passeio de maria-fumaça, de Mariana a Ouro Preto, que não fiz) e lá tive algumas poucas e boas surpresas. A primeira foi uma engenhoca eletrônica, onde era possível pesquisar tudo sobre a cidade e suas adjacências, bastando pressionar teclas, como se estivesse num caixa eletrônico, mas com a vantagem de ter uma voz estereofônica narrando os fatos relevantes ali registrados. A segunda foi um vagão-cinema, patrocinado pela Vale, que passa curtas-metragens que receberam o apoio cultural daquela empresa. A terceira, e para mim a mais impressionante, foi uma pracinha que fica em frente à estação, onde existem diversos brinquedos que também são instrumentos musicais verdadeiros, numa idéia muito criativa que estimula a criança e fustiga o adulto (fiquei quase meia hora tocando bumbo, xilofone e outros instrumentos de percussão).
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Depois desse intróito, com a orientação de moradores, segui a pé até o centro histórico de Mariana e fiquei fascinado. A essência da cidade resume-se a três ou quatro quarteirões, mas nessa pequena área é possível encontrar uma enorme concentração de prédios seculares. Na parte baixa, início do centro histórico, existe uma igreja e uma enorme praça (ver foto). Na parte alta, as igrejas multiplicam-se, próximas da Casa de Câmara e Cadeia, onde também há um pelourinho bem conservado, que deixa em evidência a insanidade humana de outros tempos. Existem obras de Aleijadinho e de Mestre Atahyde em várias igrejas.
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Depois dessas visitas imperiosas, tirei uma boa parte do tempo restante para conhecer a Casa de Alphonsus de Guimaraens, assim sabendo um pouco mais sobre a vida desse que foi um dos maiores poetas simbolistas brasileiros. Alphonsus nasceu em Ouro Preto, mas viveu a maior parte de sua vida em Mariana, nessa casa que visitei e que hoje é uma espécie de museu. Teve 14 filhos e morreu relativamente jovem, aos 51 anos. Não era um abastado e para mim ficou difícil imaginar como ele conseguia espaço para 14 filhos naquela casa de poucos cômodos. O filho caçula, seu homônimo, fazia parte da Academia Marianense de Letras e faleceu em agosto de 2008, com 90 anos. Ele escreveu a biografia do pai, disponível na Casa (naturalmente, comprei). Alphonsus pai morreu em 1921, quando seu caçula ainda tinha três anos, mas sua mulher, Zenaide de Oliveira, viveu até 1969. Para quem tiver interesse, é possível encontrar muita informação na internet, tanto sobre o pai quanto sobre o filho.
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Fotos:
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807685 Cãmara Municipal de Mariana
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807802 Chafariz
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32807859 Estação ferroviária
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32808099 Hino de Mariana
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2142422&imageID=32808785 Ruas e prédios
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Assim, tendo alimentado a alma, parei num pequeno restaurante para alimentar o corpo. Depois, voltei a Ouro Preto, onde estava hospedado (fica a menos de 15 Km de Mariana). No dia seguinte, parti para Itabira.
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MARIANA
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Bucólica cidade do interior de Minas
O centro histórico, a estação de trem
Nas praças, as pernas de tuas meninas
Na tua Via-Sacra, milhares de "amém"
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As igrejas, a Casa de Câmara e Cadeia
Cidade que dá permissão aos poetas
Não sei se os seios que servem a ceia
São parte da hóstia em missas secretas
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A chuva cai intensa, arrasta teus metais
Nós seguimos juntos, querendo a poesia
Na Casa de Alphonsus a teremos mais
O simbolismo em tudo que viveu um dia
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E o tempo nublado no céu da tua boca
E olhos marejados dizem vir mais chuva
Então, prenso as formas da arte barroca
Como espremo bagos em cachos de uva
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Felipe Cerquize
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Poesia
ESTRADA REAL VIII
INTERIOR DA CASA ONDE MOROU DRUMMOND
A organização turística na cidade de Itabira é péssima. Chegando lá, no dia 21 de janeiro, telefonei para a Secretaria de Turismo, solicitando um guia, e eles imediatamente me repassaram para um telefone do Centro Cultural Carlos Drummond de Andrade, cuja atendente, por não saber como dar conta do problema (problemaço!), pediu para que eu ligasse para o Memorial Carlos Drummond de Andrade. Lá, a menina que me atendeu informou que, naquela época do ano, os guias da cidade estão de férias (alguma coisa parecida com "restaurante fechar para almoço"), mas que poderia me indicar os ônibus para circular pelos "Caminhos Drummondianos", existentes na cidade. Desliguei, claro. A menina do hotel, então, me passou o telefone de uma agência de turismo, que me atendeu timidamente, dizendo que conseguiria um guia turístico para mim. Não retornou. Por fim, Karina (a menina do hotel) me sugeriu uma voluntária literária, conhecida como dona Dadá e, a partir daí, tudo correu às mil maravilhas.
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Maria das Graças Lage Lacerda, dona Dadá, é parente de Drummond e uma das mentoras dos Caminhos Drummondianos, que são 48 pontos na cidade, onde estão em destaque as lembranças do poeta em Itabira. Em cada um desses pontos, existe uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, alusiva ao local ou a algum fato ali ocorrido. Por exemplo, a famosíssima poesia “José” foi escrita para o irmão mais velho de Drummond, depois que ele tentou raptar a mulher amada, chamada Amaryllis, que morava no solar onde hoje fica o hotel Itabira (Caminhos Drummondianos 13). Quando estávamos nesse ponto do percurso, filmei a narrativa de dona Dadá sobre a origem do poema e, em seguida, aproveitei para recitá-lo (disponibilizei a filmagem no You Tube. Link: http://www.youtube.com/watch?v=T1iDwc5IzXM ).
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Maria das Graças Lage Lacerda, dona Dadá, é parente de Drummond e uma das mentoras dos Caminhos Drummondianos, que são 48 pontos na cidade, onde estão em destaque as lembranças do poeta em Itabira. Em cada um desses pontos, existe uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, alusiva ao local ou a algum fato ali ocorrido. Por exemplo, a famosíssima poesia “José” foi escrita para o irmão mais velho de Drummond, depois que ele tentou raptar a mulher amada, chamada Amaryllis, que morava no solar onde hoje fica o hotel Itabira (Caminhos Drummondianos 13). Quando estávamos nesse ponto do percurso, filmei a narrativa de dona Dadá sobre a origem do poema e, em seguida, aproveitei para recitá-lo (disponibilizei a filmagem no You Tube. Link: http://www.youtube.com/watch?v=T1iDwc5IzXM ).
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Abaixo, relaciono os 48 pontos dos Caminhos Drummondianos. Cada um deles tem o nome da poesia que está afixada no local. Abrindo-se os links indicados para as fotos, é possível ver a legenda de cada uma delas.
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1. A ilusão do migrante - Fica na entrada da cidade de Itabira, onde está uma enorme estátua de Drummond.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787993 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787967 Foto 2
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2. O maior trem do mundo – Próximo à entrada da cidade, onde há uma praça com uma maria-fumaça em exposição a céu aberto. Nesse ponto, dona Dadá Lacerda recitou a poesia em referência, filmagem que pode ser vista no link http://www.youtube.com/watch?v=z9dhQ6tWYkc
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789654 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789702 Foto 2
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3. Banho – Fica no Parque da Água Santa, local que Drummond frequentava, quando criança. Essa poesia também foi recitada por dona Dadá, durante o passeio, e está registrada no link http://www.youtube.com/watch?v=U4G8txDSTHg
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789613 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789481 Foto 2
Abaixo, relaciono os 48 pontos dos Caminhos Drummondianos. Cada um deles tem o nome da poesia que está afixada no local. Abrindo-se os links indicados para as fotos, é possível ver a legenda de cada uma delas.
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1. A ilusão do migrante - Fica na entrada da cidade de Itabira, onde está uma enorme estátua de Drummond.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787993 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787967 Foto 2
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2. O maior trem do mundo – Próximo à entrada da cidade, onde há uma praça com uma maria-fumaça em exposição a céu aberto. Nesse ponto, dona Dadá Lacerda recitou a poesia em referência, filmagem que pode ser vista no link http://www.youtube.com/watch?v=z9dhQ6tWYkc
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789654 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789702 Foto 2
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3. Banho – Fica no Parque da Água Santa, local que Drummond frequentava, quando criança. Essa poesia também foi recitada por dona Dadá, durante o passeio, e está registrada no link http://www.youtube.com/watch?v=U4G8txDSTHg
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789613 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789481 Foto 2
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789562 Foto 3
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4. Lanterna mágica de Itabira – Fica próximo à rodoviária de Itabira e a poesia foi feita em homenagem a Tutu Caramujo, apelido de Antônio Alves Araújo, um comerciante de laranjas e de cartilhas, que era o único que vendia livros na cidade naquela época. Foi presidente da Câmara Municipal de Itabira, de 1860 a 1872.
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5. Documentário – Próximo à Casa do Brás. Neste local, funcionava o Hotel dos Viajantes, onde se hospedavam as pessoas que iam a Itabira a passeio ou a trabalho.
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6. Imagem, terra, memória – Situa-se entre a Casa do Brás e o Largo do Batistinha. Esse casarão pertenceu ao guarda-mor Custódio Martins da Costa e depois seu filho Brás Martins da Costa o herdou. Brás era comerciante e fotógrafo e foi quem retratou a sociedade e a paisagem itabirana no final do século XIX e início do século XX.
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7. Coqueiro do Batistinha – Fica no Largo do Batistinha. José Batista da Costa Filho, o Batistinha, era um comerciante culto, espirituoso e herdou do seu pai, o Coronel José Baptista Martins da Costa, um casarão onde morava e onde funcionava sua “Loja das Palmeiras”. O casarão foi destruído por um incêndio, em 1996. No terreno, onde é hoje o Largo do Batistinha, localizava-se o coqueiro relatado no poema.
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8. A Antônio Camilo de Oliveira – Figura ilustre de Itabira, foi agraciado com esse poema de Drummond, que recitei em frente à casa que foi do Dr. Oliveira. Link para assistir a récita: http://www.youtube.com/watch?v=c1G5HxmIOYc .
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789562 Foto 3
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4. Lanterna mágica de Itabira – Fica próximo à rodoviária de Itabira e a poesia foi feita em homenagem a Tutu Caramujo, apelido de Antônio Alves Araújo, um comerciante de laranjas e de cartilhas, que era o único que vendia livros na cidade naquela época. Foi presidente da Câmara Municipal de Itabira, de 1860 a 1872.
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5. Documentário – Próximo à Casa do Brás. Neste local, funcionava o Hotel dos Viajantes, onde se hospedavam as pessoas que iam a Itabira a passeio ou a trabalho.
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6. Imagem, terra, memória – Situa-se entre a Casa do Brás e o Largo do Batistinha. Esse casarão pertenceu ao guarda-mor Custódio Martins da Costa e depois seu filho Brás Martins da Costa o herdou. Brás era comerciante e fotógrafo e foi quem retratou a sociedade e a paisagem itabirana no final do século XIX e início do século XX.
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7. Coqueiro do Batistinha – Fica no Largo do Batistinha. José Batista da Costa Filho, o Batistinha, era um comerciante culto, espirituoso e herdou do seu pai, o Coronel José Baptista Martins da Costa, um casarão onde morava e onde funcionava sua “Loja das Palmeiras”. O casarão foi destruído por um incêndio, em 1996. No terreno, onde é hoje o Largo do Batistinha, localizava-se o coqueiro relatado no poema.
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8. A Antônio Camilo de Oliveira – Figura ilustre de Itabira, foi agraciado com esse poema de Drummond, que recitei em frente à casa que foi do Dr. Oliveira. Link para assistir a récita: http://www.youtube.com/watch?v=c1G5HxmIOYc .
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787515 Foto
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9. Herói – Também em homenagem ao Dr. Oliveira, depois de retornar de uma longa viagem que fez à Europa. O local fica bem próximo ao ponto 8. Ser agraciado com duas homenagens do Drummond não é para qualquer um, ainda que com poesias singelas. Essa, quem recita é dona Dadá Lacerda. Link: http://www.youtube.com/watch?v=bXpGU7wkOL4
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10. Procissão do encontro – Texto autoexplicativo (na foto, pode-se ler o poema). O local da placa fica próximo aos pontos 8 e 9.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029965 Foto
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11. Terrores – Recitei essa poesia de Drummond no beco que serviu de inspiração ao poeta (Link: http://www.youtube.com/watch?v=aHy56kx3xXs ). Segundo a história itabirana, esse local foi chamado de Beco do Calvário por três motivos: primeiro, porque em sua parte próxima à avenida Martins da Costa teria existido um tronco em que os escravos eram amarrados. Segundo, porque por essa travessa passavam os criminosos que eram levados pela Polícia para a cadeia. Terceiro, porque os cortejos fúnebres de crianças também passavam por ali e seguiam para o cemitério municipal (alto índice de mortalidade infantil, em Itabira, na época).
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787753 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029890 Foto 2
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9. Herói – Também em homenagem ao Dr. Oliveira, depois de retornar de uma longa viagem que fez à Europa. O local fica bem próximo ao ponto 8. Ser agraciado com duas homenagens do Drummond não é para qualquer um, ainda que com poesias singelas. Essa, quem recita é dona Dadá Lacerda. Link: http://www.youtube.com/watch?v=bXpGU7wkOL4
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10. Procissão do encontro – Texto autoexplicativo (na foto, pode-se ler o poema). O local da placa fica próximo aos pontos 8 e 9.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029965 Foto
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11. Terrores – Recitei essa poesia de Drummond no beco que serviu de inspiração ao poeta (Link: http://www.youtube.com/watch?v=aHy56kx3xXs ). Segundo a história itabirana, esse local foi chamado de Beco do Calvário por três motivos: primeiro, porque em sua parte próxima à avenida Martins da Costa teria existido um tronco em que os escravos eram amarrados. Segundo, porque por essa travessa passavam os criminosos que eram levados pela Polícia para a cadeia. Terceiro, porque os cortejos fúnebres de crianças também passavam por ali e seguiam para o cemitério municipal (alto índice de mortalidade infantil, em Itabira, na época).
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787753 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029890 Foto 2
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029955 Foto 3
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12. Cultura francesa – O imóvel, onde está a placa alusiva, pertenceu a Mestre Emílio Pereira, grande personagem do ensino em Itabira, citado nesse poema de Drummond.
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13. José – José Drummond de Andrade era irmão de Carlos e os dois tinham personalidades completamente diferentes. A grande paixão da vida de José era Amaryllis, uma itabirana da classe alta local, que morava onde hoje está o hotel Itabira. Foi lá que José tentou raptá-la, numa quinta-feira de Corpus Christi, sendo essa a inspiração para que Carlos escrevesse o poema. Recitei “José” no local e dona Dadá Lacerda fez um breve relato sobre essa poesia, no início da filmagem, que está disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=T1iDwc5IzXM
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14. Sobrado do Barão de Alfié – A mesma referência do item 13. O sobrado pertenceu ao Sr. Joaquim Carlos da Cunha, o Barão de Alfié, e foi construído por seu pai, Cassemiro Carlos da Cunha. Logo depois, passou a ser propriedade de Dr. Olinto Horácio de Paula Andrade, juiz de direito, no início do século XX, pai de Amaryllis, amada de José, irmão de Drummond e palco da história anteriormente citada. Atualmente, pertence à família de Hugo de Paula Andrade e nele funciona o hotel Itabira e o Restaurante Vide Gula.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787343 Foto
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15. Paredão – O Paredão, segundo história local , teria sido construído na administração do Coronel José Batista, presidente da Câmara no período de 1900 a 1912, com o objetivo de conter a terra da rua Tiradentes, situada em nível elevado em relação à rua Padre Olímpio. O local tornou-se ponto de concentração de jovens itabiranos. As moças passeavam pela rua, enquanto os rapazes encostavam-se no paredão. Era assim que muitos namoros se iniciavam.
http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029883 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789805 Foto 2
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16. O inglês da mina – Nessa casa do século XIX, Drummond teve seu primeiro emprego. Trabalhou como caixeiro de um armazém de secos e molhados, que funcionava na parte de baixo da casa. Recebeu como gratificação um corte de casimira.
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17. A Alfredo Duval – Alfredo era pintor e escultor de imagens, considerado o maior santeiro da região. Possuía muitos livros e revistas, os quais Drummond pegava emprestados para aprimorar seus conhecimentos. Nessa época, Drummond era menino e Alfredo Duval um adulto. Alfredo também construía chafarizes.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029474 Foto
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18. Primeiro automóvel – A placa está em frente ao casarão que pertenceu a Francisco Ozório de Menezes (Chico Ozório), que foi o primeiro proprietário de um automóvel em Itabira.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029698 Foto
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19. Criação – Uma homenagem de Drummond à Banda Euterpe Itabirana, que foi fundada em 28 de novembro de 1868 e existe até hoje. Traz consigo uma coleção de documentos musicais antigos, partituras manuscritas e impressas produzidas e recolhidas por seus membros durante várias gerações. É uma banda atuante que está sempre presente nas manifestações festivas do município.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029548 Foto
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20. Passeiam as belas – Ponto situado na avenida.Martins da Costa, a praça do Zoológico Mirim, que veio a ser inaugurada posteriormente. Ali, até a década de 50, era área de encontros e passeios da juventude itabirana.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029690 Foto
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21. Cemitério do Cruzeiro – Segundo cemitério da cidade. Hoje, lá se enterram apenas pessoas cujas famílias já possuem jazigos. As crianças mortas, citadas na poesia “Terrores” (ver 11) eram enterradas nesse cemitério.
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22. Os pobres – Homenagem de Drummond aos pobres que frequentavam missas na Matriz de Nossa Senhora. do Rosário. No vídeo, recito a poesia em frente à matriz Link: http://www.youtube.com/watch?v=5IEVDbAAgec&feature=channel_page
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23. Sino – Até os sinos eram (e ainda devem ser) sinônimo de status na Igreja Católica e na mesma Matriz de Nossa Senhora do Rosário havia um que tinha o nome de uma figura da classe alta itabirana. Drummond explora isto nessa poesia.
http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029955 Foto 3
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12. Cultura francesa – O imóvel, onde está a placa alusiva, pertenceu a Mestre Emílio Pereira, grande personagem do ensino em Itabira, citado nesse poema de Drummond.
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13. José – José Drummond de Andrade era irmão de Carlos e os dois tinham personalidades completamente diferentes. A grande paixão da vida de José era Amaryllis, uma itabirana da classe alta local, que morava onde hoje está o hotel Itabira. Foi lá que José tentou raptá-la, numa quinta-feira de Corpus Christi, sendo essa a inspiração para que Carlos escrevesse o poema. Recitei “José” no local e dona Dadá Lacerda fez um breve relato sobre essa poesia, no início da filmagem, que está disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=T1iDwc5IzXM
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14. Sobrado do Barão de Alfié – A mesma referência do item 13. O sobrado pertenceu ao Sr. Joaquim Carlos da Cunha, o Barão de Alfié, e foi construído por seu pai, Cassemiro Carlos da Cunha. Logo depois, passou a ser propriedade de Dr. Olinto Horácio de Paula Andrade, juiz de direito, no início do século XX, pai de Amaryllis, amada de José, irmão de Drummond e palco da história anteriormente citada. Atualmente, pertence à família de Hugo de Paula Andrade e nele funciona o hotel Itabira e o Restaurante Vide Gula.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787343 Foto
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15. Paredão – O Paredão, segundo história local , teria sido construído na administração do Coronel José Batista, presidente da Câmara no período de 1900 a 1912, com o objetivo de conter a terra da rua Tiradentes, situada em nível elevado em relação à rua Padre Olímpio. O local tornou-se ponto de concentração de jovens itabiranos. As moças passeavam pela rua, enquanto os rapazes encostavam-se no paredão. Era assim que muitos namoros se iniciavam.
http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029883 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789805 Foto 2
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16. O inglês da mina – Nessa casa do século XIX, Drummond teve seu primeiro emprego. Trabalhou como caixeiro de um armazém de secos e molhados, que funcionava na parte de baixo da casa. Recebeu como gratificação um corte de casimira.
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17. A Alfredo Duval – Alfredo era pintor e escultor de imagens, considerado o maior santeiro da região. Possuía muitos livros e revistas, os quais Drummond pegava emprestados para aprimorar seus conhecimentos. Nessa época, Drummond era menino e Alfredo Duval um adulto. Alfredo também construía chafarizes.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029474 Foto
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18. Primeiro automóvel – A placa está em frente ao casarão que pertenceu a Francisco Ozório de Menezes (Chico Ozório), que foi o primeiro proprietário de um automóvel em Itabira.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029698 Foto
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19. Criação – Uma homenagem de Drummond à Banda Euterpe Itabirana, que foi fundada em 28 de novembro de 1868 e existe até hoje. Traz consigo uma coleção de documentos musicais antigos, partituras manuscritas e impressas produzidas e recolhidas por seus membros durante várias gerações. É uma banda atuante que está sempre presente nas manifestações festivas do município.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029548 Foto
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20. Passeiam as belas – Ponto situado na avenida.Martins da Costa, a praça do Zoológico Mirim, que veio a ser inaugurada posteriormente. Ali, até a década de 50, era área de encontros e passeios da juventude itabirana.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029690 Foto
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21. Cemitério do Cruzeiro – Segundo cemitério da cidade. Hoje, lá se enterram apenas pessoas cujas famílias já possuem jazigos. As crianças mortas, citadas na poesia “Terrores” (ver 11) eram enterradas nesse cemitério.
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22. Os pobres – Homenagem de Drummond aos pobres que frequentavam missas na Matriz de Nossa Senhora. do Rosário. No vídeo, recito a poesia em frente à matriz Link: http://www.youtube.com/watch?v=5IEVDbAAgec&feature=channel_page
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23. Sino – Até os sinos eram (e ainda devem ser) sinônimo de status na Igreja Católica e na mesma Matriz de Nossa Senhora do Rosário havia um que tinha o nome de uma figura da classe alta itabirana. Drummond explora isto nessa poesia.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789427 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788371 Foto 2
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24. Fruta-furto – Inaugurado em 1907, com o nome de Grupo Escolar Carvalho de Brito, foi o segundo grupo escolar a ser inaugurado no Estado de Minas Gerais, onde Drummond fez o curso Primário. O prédio original foi demolido e a construção atual datada da década de 1960. O poema está localizado na entrada do colégio.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787928 Foto
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25. Câmara Municipal – Localizada na Praça do Centenário, essa casa pertenceu ao Major Paulo José de Souza, primeiro presidente da Câmara Municipal de Itabira, de 1833 a 1837. Originalmente era uma casa térrea, ampliada no ínicio do século XIX e ocupada pela câmara em 1833, quando se criou o Município de Itabira do Mato Dentro, desmembrado de Caeté. Abrigou a Cadeia, o Fórum, a Prefeitura, novamente a Câmara e hoje é sede do Museu de Itabira.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029325 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787287 Foto 2
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26. O dia surge da água – Situado atrás do Museu de Itabira, na rua Major Paulo. O chafariz, que hoje está lá, é uma representação simbólica do Chafariz da Aurora, já demolido.
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27. O criador – O jardim interno da casa em que Drummond viveu com os pais em Itabira foi construído por um dos seus irmãos, que recebeu essa poesia-homenagem do poeta. A placa com o poema está afixada próxima ao jardim, que ainda existe na casa.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029783 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788470 Foto 2
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28. Casa – Construída no século XIX, por Joana da Costa Lage Andrade, foi herdada por Carlos de Paula Andrade (pai de Drummond) que a vendeu em 1920 para Dr. Pedro Guerra, filho de Dr. Domingos Martins Guerra, fundador da Fábrica de Tecidos da Pedreira e sócio–fundador da Fábrica de Tecidos da Gabiroba. Nessa casa, Drummond viveu parte de sua infância e adolescência. O poema está localizado na Praça do Centenário, 137, ao lado da casa.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788593 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787878 Foto 2
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787563 Foto 3
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029838 Foto 6
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788803 Foto 7
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29. Canção de Itabira – Esse ponto dos Caminhos Drummondianos fica na rua Major Lage, nº 53 (casa de Marciana e Natércia Diniz) e o poema-título é dedicado a Zoraida Diniz.
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30. Dodona Guerra – Dodona Guerra era uma mulher que morava sozinha num casarão existente próximo à casa em que viveu Drummond. Existem várias histórias a respeito dela. Muitos a consideravam louca. Era alvo das chacotas infantis.
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31. Os gloriosos – A Igreja Nossa Senhora do Rosário obteve a permissão para ser erguida em 08/01/1770 e foi construída no final do século XVIII. Sua pia batismal chegou à Itabira em 23/03/1757. A pintura do teto da capela-mor, em estilo rococó, é atribuída a Mestre Atahyde ou a alguém de sua escola. O piso é de campas onde foram sepultados os negros escravos ou alforriados, pertencentes à Irmandade Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1812. Essa igrejinha é relativamente próxima à casa em que viveu Drummond e a placa com o poema encontra-se no seu interior.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029683 Foto
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32. Cemitério do Rosário – Esse cemitério fica ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029541 Foto
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33. Pintura do forro – Poesia que fala sobre a pintura do teto da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que é atribuída a Mestre Atahyde ou a um de seus seguidores.
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34. Tantas fábricas – Poema que retrata a iniciativa privada no município, as tantas fábricas, muitas artesanais, outras com tecnologia de época. Localizado na casa onde residiu o Monsenhor Felicíssimo e onde depois funcionou o Hospital Nossa Senhora das Dores.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029706 Foto
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35. No meio do caminho – Foi inaugurada uma estátua em bronze, em agosto de 2002, nesse local, onde está a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. A estátua, que representa Drummond na pedra, foi feita pelo artista plástico itabirano Genin. Junto ao prédio, está afixada a placa-poema “No meio do caminho”.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788098 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788174 Foto 2
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36. Música protegida – Homenagem de Drummond à Corporação Santa Cecília, que foi fundada em 16/11/1919 e tem como objetivo promover a educação, propagando e cultivando a arte musical entre seus associados.
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37. Guerra das ruas – Fica na subida da rua Santana, bairro Penha, que é o mais antigo de Itabira. Existia um certo conflito entre as ruas do bairro.
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38. Memória prévia – Mesma referência do item 37.
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39. Repetição – A rua Santana, no bairro Penha, abriga a casa onde morava a família Castilho, Sr.Juca, sua esposa e filhos, entre eles Ninita Castilho, amiga de Drummond. Pertenceu ao Sr. Caio Martins da Costa, e hoje, totalmente restaurada, aos herdeiros de José Maurício de Andrade.
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40. Uma casa – O Colégio Nossa Senhora das Dores foi fundado em 1923 pelas religiosas francesas, madre Maria de Jesus e madre Maria Miguel. Funcionava em regime de internato, semi-internato e em regime aberto, somente para mulheres. Na década de 1970, foi também aberto para a educação masculina. Na ocasião do jubileu do colégio, festa de seus 50 anos de fundação, a irmã Ivone foi ao Rio de Janeiro pedir a Drummond que escrevesse uma crônica no Jornal do Brasil sobre o colégio. Drummond alegou que as crônicas para aquele diário eram de conotação política. Então pediu à irmã Ivone que lhe mandasse uma fotografia do colégio, o que foi prontamente feito. O poema “Uma Casa” ficou guardado durante 25 anos pelas irmãs, divulgado apenas na agenda desta renomada instituição de ensino, sendo, portanto, inédito.
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41. O resto – Refere-se ao alto da rua Santana, localizado no bairro Penha.
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42. Edifício Esplendor – Poema escrito por Drummond ao seu amigo Oscar Niemeyer. Fica no Pico do Amor (Memorial Carlos Drummond de Andrade)
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43. Confidência do itabirano – Poema que retrata a saudade que o poeta tinha de sua terra natal. Está numa placa côncava, localizada em frente ao Memorial Carlos Drummond de Andrade. Alguns itabiranos, mais exigentes e desconfiados, questionam Drummond, quando, na poesia, ele diz “Itabira é apenas uma fotografia na parede”, mas ao se ler o poema por inteiro, percebem-se a paixão e a saudade do poeta. Disponibilizei a minha récita no link: http://www.youtube.com/watch?v=YW9j9CzyPsk
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789737 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32787630 Foto 5
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44. Ausência – Essa poesia está no Pico do Amor, que é um mirante próximo ao Memorial Carlos Drummond de Andrade e de onde se tem uma visão panorâmica de Itabira.
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45. Espetáculo – Fica entre o Parque Municipal do Campestre e a Mata do Intelecto. Local com ótima visão da natureza.
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46. Infância – A sede de uma das fazendas do pai de Drummond (Fazenda do Pontal) foi demolida pela Vale e todo o material da demolição guardado para uma futura reconstrução, que acabou acontecendo no final da década de 90, num local próximo mas diferente do original. Em frente à casa reconstruída está uma estátua de bronze de Drummond criança com seu triciclo e a placa com a poesia “Infância”, que recitei e disponibilizei no link http://www.youtube.com/watch?v=7WhXk6vYv5s
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788129 Foto 1
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47. Inscrições rupestres – Fica fora da cidade, em Senhora do Carmo, direção do município de Santa Maria de Itabira, por onde passei rumo à Diamantina.
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48. Rancho – Também fica longe da cidade de Itabira, na localidade de Ipoema, em direção ao município de Santa Maria de Itabira.
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Pode-se dizer que os Caminhos Drummondianos são o único “museu de território” do mundo dedicado à poesia. Porém, hoje, observa-se que uma boa parte das áreas demarcadas não está bem conservada. Inconformada diante dessa situação, dona Dadá Lacerda encabeça atualmente um movimento no sentido de renovar os Caminhos Drummondianos, cujos objetivos e contornos estão sendo apresentados publicamente através de palestras em que pretende estimular nos participantes o gosto pela poesia de Drummond, enquanto cronista que foi de Itabira, apresentando ao mundo os seus moradores, locais e situações do início do Século XX. A proposta de renovação prevê a uniformização do tamanho, formato e características gráficas das placas, que deverão expor os poemas em língua portuguesa. Uma versão em língua espanhola será apresentada em um guia poético, a ser editado com tradução a cargo de Manolo Graña.
O meu passeio turístico pelos Caminhos Drummondianos aconteceu no dia 22 de janeiro de 2009. No dia 23, por volta do meio-dia, segui minha viagem rumo a Diamantina, terra de Juscelino Kubitschek, que também nasceu em 1902 (Juscelino era de 12 de setembro e Drummond de 31 de outubro). Para terminar, deixo três presentes para vocês:
http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789427 Foto 1
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24. Fruta-furto – Inaugurado em 1907, com o nome de Grupo Escolar Carvalho de Brito, foi o segundo grupo escolar a ser inaugurado no Estado de Minas Gerais, onde Drummond fez o curso Primário. O prédio original foi demolido e a construção atual datada da década de 1960. O poema está localizado na entrada do colégio.
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25. Câmara Municipal – Localizada na Praça do Centenário, essa casa pertenceu ao Major Paulo José de Souza, primeiro presidente da Câmara Municipal de Itabira, de 1833 a 1837. Originalmente era uma casa térrea, ampliada no ínicio do século XIX e ocupada pela câmara em 1833, quando se criou o Município de Itabira do Mato Dentro, desmembrado de Caeté. Abrigou a Cadeia, o Fórum, a Prefeitura, novamente a Câmara e hoje é sede do Museu de Itabira.
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26. O dia surge da água – Situado atrás do Museu de Itabira, na rua Major Paulo. O chafariz, que hoje está lá, é uma representação simbólica do Chafariz da Aurora, já demolido.
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27. O criador – O jardim interno da casa em que Drummond viveu com os pais em Itabira foi construído por um dos seus irmãos, que recebeu essa poesia-homenagem do poeta. A placa com o poema está afixada próxima ao jardim, que ainda existe na casa.
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28. Casa – Construída no século XIX, por Joana da Costa Lage Andrade, foi herdada por Carlos de Paula Andrade (pai de Drummond) que a vendeu em 1920 para Dr. Pedro Guerra, filho de Dr. Domingos Martins Guerra, fundador da Fábrica de Tecidos da Pedreira e sócio–fundador da Fábrica de Tecidos da Gabiroba. Nessa casa, Drummond viveu parte de sua infância e adolescência. O poema está localizado na Praça do Centenário, 137, ao lado da casa.
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29. Canção de Itabira – Esse ponto dos Caminhos Drummondianos fica na rua Major Lage, nº 53 (casa de Marciana e Natércia Diniz) e o poema-título é dedicado a Zoraida Diniz.
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30. Dodona Guerra – Dodona Guerra era uma mulher que morava sozinha num casarão existente próximo à casa em que viveu Drummond. Existem várias histórias a respeito dela. Muitos a consideravam louca. Era alvo das chacotas infantis.
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31. Os gloriosos – A Igreja Nossa Senhora do Rosário obteve a permissão para ser erguida em 08/01/1770 e foi construída no final do século XVIII. Sua pia batismal chegou à Itabira em 23/03/1757. A pintura do teto da capela-mor, em estilo rococó, é atribuída a Mestre Atahyde ou a alguém de sua escola. O piso é de campas onde foram sepultados os negros escravos ou alforriados, pertencentes à Irmandade Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1812. Essa igrejinha é relativamente próxima à casa em que viveu Drummond e a placa com o poema encontra-se no seu interior.
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32. Cemitério do Rosário – Esse cemitério fica ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário
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33. Pintura do forro – Poesia que fala sobre a pintura do teto da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que é atribuída a Mestre Atahyde ou a um de seus seguidores.
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34. Tantas fábricas – Poema que retrata a iniciativa privada no município, as tantas fábricas, muitas artesanais, outras com tecnologia de época. Localizado na casa onde residiu o Monsenhor Felicíssimo e onde depois funcionou o Hospital Nossa Senhora das Dores.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029706 Foto
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35. No meio do caminho – Foi inaugurada uma estátua em bronze, em agosto de 2002, nesse local, onde está a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. A estátua, que representa Drummond na pedra, foi feita pelo artista plástico itabirano Genin. Junto ao prédio, está afixada a placa-poema “No meio do caminho”.
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788098 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788174 Foto 2
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36. Música protegida – Homenagem de Drummond à Corporação Santa Cecília, que foi fundada em 16/11/1919 e tem como objetivo promover a educação, propagando e cultivando a arte musical entre seus associados.
.
37. Guerra das ruas – Fica na subida da rua Santana, bairro Penha, que é o mais antigo de Itabira. Existia um certo conflito entre as ruas do bairro.
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38. Memória prévia – Mesma referência do item 37.
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39. Repetição – A rua Santana, no bairro Penha, abriga a casa onde morava a família Castilho, Sr.Juca, sua esposa e filhos, entre eles Ninita Castilho, amiga de Drummond. Pertenceu ao Sr. Caio Martins da Costa, e hoje, totalmente restaurada, aos herdeiros de José Maurício de Andrade.
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40. Uma casa – O Colégio Nossa Senhora das Dores foi fundado em 1923 pelas religiosas francesas, madre Maria de Jesus e madre Maria Miguel. Funcionava em regime de internato, semi-internato e em regime aberto, somente para mulheres. Na década de 1970, foi também aberto para a educação masculina. Na ocasião do jubileu do colégio, festa de seus 50 anos de fundação, a irmã Ivone foi ao Rio de Janeiro pedir a Drummond que escrevesse uma crônica no Jornal do Brasil sobre o colégio. Drummond alegou que as crônicas para aquele diário eram de conotação política. Então pediu à irmã Ivone que lhe mandasse uma fotografia do colégio, o que foi prontamente feito. O poema “Uma Casa” ficou guardado durante 25 anos pelas irmãs, divulgado apenas na agenda desta renomada instituição de ensino, sendo, portanto, inédito.
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41. O resto – Refere-se ao alto da rua Santana, localizado no bairro Penha.
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42. Edifício Esplendor – Poema escrito por Drummond ao seu amigo Oscar Niemeyer. Fica no Pico do Amor (Memorial Carlos Drummond de Andrade)
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43. Confidência do itabirano – Poema que retrata a saudade que o poeta tinha de sua terra natal. Está numa placa côncava, localizada em frente ao Memorial Carlos Drummond de Andrade. Alguns itabiranos, mais exigentes e desconfiados, questionam Drummond, quando, na poesia, ele diz “Itabira é apenas uma fotografia na parede”, mas ao se ler o poema por inteiro, percebem-se a paixão e a saudade do poeta. Disponibilizei a minha récita no link: http://www.youtube.com/watch?v=YW9j9CzyPsk
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32789737 Foto 1
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44. Ausência – Essa poesia está no Pico do Amor, que é um mirante próximo ao Memorial Carlos Drummond de Andrade e de onde se tem uma visão panorâmica de Itabira.
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45. Espetáculo – Fica entre o Parque Municipal do Campestre e a Mata do Intelecto. Local com ótima visão da natureza.
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46. Infância – A sede de uma das fazendas do pai de Drummond (Fazenda do Pontal) foi demolida pela Vale e todo o material da demolição guardado para uma futura reconstrução, que acabou acontecendo no final da década de 90, num local próximo mas diferente do original. Em frente à casa reconstruída está uma estátua de bronze de Drummond criança com seu triciclo e a placa com a poesia “Infância”, que recitei e disponibilizei no link http://www.youtube.com/watch?v=7WhXk6vYv5s
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788129 Foto 1
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=32788349 Foto 2
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http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=139730924&albumID=2141656&imageID=34029597 Foto 3
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47. Inscrições rupestres – Fica fora da cidade, em Senhora do Carmo, direção do município de Santa Maria de Itabira, por onde passei rumo à Diamantina.
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48. Rancho – Também fica longe da cidade de Itabira, na localidade de Ipoema, em direção ao município de Santa Maria de Itabira.
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Pode-se dizer que os Caminhos Drummondianos são o único “museu de território” do mundo dedicado à poesia. Porém, hoje, observa-se que uma boa parte das áreas demarcadas não está bem conservada. Inconformada diante dessa situação, dona Dadá Lacerda encabeça atualmente um movimento no sentido de renovar os Caminhos Drummondianos, cujos objetivos e contornos estão sendo apresentados publicamente através de palestras em que pretende estimular nos participantes o gosto pela poesia de Drummond, enquanto cronista que foi de Itabira, apresentando ao mundo os seus moradores, locais e situações do início do Século XX. A proposta de renovação prevê a uniformização do tamanho, formato e características gráficas das placas, que deverão expor os poemas em língua portuguesa. Uma versão em língua espanhola será apresentada em um guia poético, a ser editado com tradução a cargo de Manolo Graña.
O meu passeio turístico pelos Caminhos Drummondianos aconteceu no dia 22 de janeiro de 2009. No dia 23, por volta do meio-dia, segui minha viagem rumo a Diamantina, terra de Juscelino Kubitschek, que também nasceu em 1902 (Juscelino era de 12 de setembro e Drummond de 31 de outubro). Para terminar, deixo três presentes para vocês:
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1) Relação de 100 links com poesias de Carlos Drummond de Andrade, retirados do site http://www.memoriaviva.com.br
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1) Relação de 100 links com poesias de Carlos Drummond de Andrade, retirados do site http://www.memoriaviva.com.br
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*Poema de sete faces
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*Infância
*Infância
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*Também já fui brasileiro
*Também já fui brasileiro
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*No meio do caminho
*No meio do caminho
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*Poesia
*Poesia
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*Quadrilha
*Quadrilha
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*Sociedade
*Sociedade
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*Aurora
*Aurora
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*Soneto da perdida esperança
*Soneto da perdida esperança
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*Hino nacional
*Hino nacional
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*Em face dos últimos acontecimentos
*Em face dos últimos acontecimentos
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*Necrológio dos desiludidos do amor
*Necrológio dos desiludidos do amor
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*Sentimento do mundo
*Sentimento do mundo
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*Confidência do Itabirano
*Confidência do Itabirano
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*Congresso Internacional do Medo
*Congresso Internacional do Medo
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*Privilégio do mar
*Privilégio do mar
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*Inocentes do Leblon
*Inocentes do Leblon
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*Os ombros suportam o mundo
*Os ombros suportam o mundo
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*Mãos dadas
*Mãos dadas
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*Mundo grande
*Mundo grande
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*A bruxa
*A bruxa
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*José
*José
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*A mão suja
*A mão suja
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*Consideração do
*Consideração do
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*Procura da poesia
*Procura da poesia
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*Caso do vestido
*Caso do vestido
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Morte do leiteiro
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*Consolo na praia
*Consolo na praia
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*Canção amiga
*Canção amiga
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*A ingaia ciência
*A ingaia ciência
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*Confissão
*Confissão
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*Memória
*Memória
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*Amar
*Amar
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*O enterrado vivo
*O enterrado vivo
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*Poema-orelha
*Poema-orelha
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*A um bruxo, com amor
*A um bruxo, com amor
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*Fazenda
*Fazenda
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*Destruição
*Destruição
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*Para sempre
*Para sempre
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*O fim no começo
*O fim no começo
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*Parolagem da vida
*Parolagem da vida
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*Amor e seu tempo
*Amor e seu tempo
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*Quero
*Quero
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*Ainda que mal
*Ainda que mal
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*O Deus de cada
*O Deus de cada
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*Homem livre
*Homem livre
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*Cuidado
*Cuidado
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*Boitempo
*Boitempo
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*Certas palavras
*Certas palavras
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*Le vouyer
*Le vouyer
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*A puta
*A puta
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*Aula de português
*Aula de português
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*Somem canivetes
*Somem canivetes
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*O fim das coisas
*O fim das coisas
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*Antepassado
*Antepassado
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*Igual-desigual
*Igual-desigual
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*A palavra
*A palavra
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*A falta de Érico Veríssimo
*A falta de Érico Veríssimo
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*Visão de Clarice Lispector
*Visão de Clarice Lispector
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*Retrato de uma cidade
*Retrato de uma cidade
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*Elegia carioca
*Elegia carioca
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*A palavra mágica
*A palavra mágica
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*Prece do brasileiro
*Prece do brasileiro
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*Falta um disco
*Falta um disco
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*Atriz
*Atriz
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*Três presentes de fim de ano
*Três presentes de fim de ano
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*Ausência
*Ausência
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*A sem-razões do amor
*A sem-razões do amor
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*Aspiração
*Aspiração
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*A hora do cansaço
*A hora do cansaço
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*Verdade
*Verdade
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*O seu santo nome
*O seu santo nome
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*Por quê?
*Por quê?
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*Mortos que andam
*Mortos que andam
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*Como encarar a morte
*Como encarar a morte
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*Inscrição tumular
*Inscrição tumular
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*Deus e suas criaturas
*Deus e suas criaturas
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*Hipótese
*Hipótese
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*O ano passado
*O ano passado
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*Lição
*Lição
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*Passatempo
*Passatempo
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*Além da Terra, além do Céu
*Além da Terra, além do Céu
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*O mundo é grande
*O mundo é grande
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*Lira do amor romântico
*Lira do amor romântico
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*O amor antigo
*O amor antigo
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*“A kiss, un baiser, un bacio”
*“A kiss, un baiser, un bacio”
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*Rio em flor de janeiro
*Rio em flor de janeiro
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*Salário
*Salário
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*Cariocas
*Cariocas
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*Aparição amorosa
*Aparição amorosa
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*A bunda, que engraçada
*A bunda, que engraçada
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*A língua lambe
*A língua lambe
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*Sem que eu pedisse, fizeste-me a graça
*Sem que eu pedisse, fizeste-me a graça
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*Mulher andando nua pela casa
*Mulher andando nua pela casa
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*No corpo feminino, esse retiro
*No corpo feminino, esse retiro
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*No mármore de tua bunda
*No mármore de tua bunda
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*À meia-noite, pelo telefone
*À meia-noite, pelo telefone
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*Não quero ser o último a comer-te
*Não quero ser o último a comer-te
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*A castidade com que abria as coxas
*A castidade com que abria as coxas
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2)Vídeo com Milton Nascimento e o grupo Ponto de Partida cantando “Canção amiga”, parceria de Milton e Carlos Drummond de Andrade, originalmente gravada no disco “Clube da Esquina nº 2”. Esse vídeo é de uma filmagem feita durante o Auto de Natal realizado em Itabira no dia 14 de dezembro de 2007.
...
Link: http://www.youtube.com/watch?v=wcZK7jwxJLw
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Letra: CANÇÃO AMIGA
Música: Milton Nascimento
Letra: Carlos Drummond de Andrade
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Eu preparo uma canção
2)Vídeo com Milton Nascimento e o grupo Ponto de Partida cantando “Canção amiga”, parceria de Milton e Carlos Drummond de Andrade, originalmente gravada no disco “Clube da Esquina nº 2”. Esse vídeo é de uma filmagem feita durante o Auto de Natal realizado em Itabira no dia 14 de dezembro de 2007.
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Link: http://www.youtube.com/watch?v=wcZK7jwxJLw
...
Letra: CANÇÃO AMIGA
Música: Milton Nascimento
Letra: Carlos Drummond de Andrade
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Eu preparo uma canção
Em que minha mãe se reconheça
Todas as mães se reconheçam
E que fale como dois olhos
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Caminho por uma rua
Caminho por uma rua
Que passa em muitos países
Se não me vêem, eu vejo
E saúdo velhos amigos
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Eu distribuo segredos
Eu distribuo segredos
Como quem ama ou sorri
No jeito mais natural
Dois caminhos se procuram
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Minha vida, nossas vidas
Minha vida, nossas vidas
Formam um só diamante
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas
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Eu preparo uma canção
Eu preparo uma canção
Que faça acordar os homens
E adormecer as crianças
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3)E, finalmente, duas poesias minhas, em homenagem ao grande ser humano que foi o mineiro Carlos Drummond de Andrade:
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I
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ANJO TORTO
3)E, finalmente, duas poesias minhas, em homenagem ao grande ser humano que foi o mineiro Carlos Drummond de Andrade:
.
I
.
ANJO TORTO
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Se você me vir contente,
não se engane.
É só uma maneira de queimar a depressão,
não se iluda.
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Não tome meu ato espontâneo
como sinônimo de abuso.
Não veja meu raciocínio instantâneo
como um sentimento escuso.
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São formas de quebrar protocolos,
maneiras de conseguir mais colos.
Desejo de conquistar os polos,
de renegar meus voos solos.
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Por isto, minha agressividade é nula,
minha tranquilidade é fula,
minha moralidade é chula.
Sentimento de anorexia e gula.
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Se você me vir contente,
é a minha tentativa de ser seu anjo torto.
Sete faces, um coração
e duas asas de avião.
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II
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SANTO DRUMMOND
...
II
.
SANTO DRUMMOND
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Santo sem auréola,
Santo Drummond.
Santo Drummond.
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Seu milagre foi fazer
as palavras ficarem mais belas.
Seu milagre foi fazer
as palavras ficarem mais belas.
Guardo meus sentimentos dentro delas.
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Não quero que o mundo nos veja,
não precisamos de ninguém que nos proteja.
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Um dia, não muito distante,
todos os seus versos
servirão como indulgências,
todas as suas palavras
reterão as reticências...
todas as suas palavras
reterão as reticências...
...
E serão oferecidas como comunhão,
no ofertório da vida,
servidas ao povo em patenas.
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Felipe Cerquize
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Poesia
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