O texto abaixo, de Aquiles Reis (vocalista do MPB4), acaba de ser publicado no Brazilian Voice, um jornal voltado para os brasileiros residentes na Costa Leste dos Estados Unidos.
FELIPE CERQUIZE LANÇA UM ÓTIMO CD
“Quando um muro separa, uma ponte une”, diz o verso de Paulo César Pinheiro em “Pesadelo”, dele e Maurício Tapajós. O Cerquize que eu conheci é múltiplo. Compositor, criou um grupo na internet, o Cardiem, fazendo dele a ponte que une os que os muitos muros da vida teimam em distanciar.
“Quando um muro separa, uma ponte une”, diz o verso de Paulo César Pinheiro em “Pesadelo”, dele e Maurício Tapajós. O Cerquize que eu conheci é múltiplo. Compositor, criou um grupo na internet, o Cardiem, fazendo dele a ponte que une os que os muitos muros da vida teimam em distanciar.
No
Cardiem, ele teceu uma teia de pessoas que se interessam por música e por
cultura. Feito rastilho de pólvora, muitos se uniram em torno do líder que os
imaginava juntos para o diálogo e para a interação. Ele mesmo cuidando de
demonstrar que fazer música é um ato de se dar aos outros, de reunir palavras a
notas musicais, tornando-as música. E as parcerias se multiplicam.
Felipe
Cerquize é um Quixote de moderna utopia. Depois de encarar mil e um moinhos,
dois mil e trezentos quilômetros percorridos, saindo do Rio de Janeiro e indo
até Diamantina, em Minas, lançou Pelos Caminhos da Estrada Real (Giostri
Editora).
Não
satisfeito, lança agora o ótimo CD Minas Real (Doispor2), com cinco músicas
dele com seus parceiros mineiros que frequentam o Cardiem. Claudio Nucci e
Giovanni Bizzotto o produziram, imprimindo-lhe uma sonoridade acústica que
remete às estradinhas do interior, as que levam a recantos fascinantes e
sedutores com suas culturas populares.
Com
introdução de baixo (Cléber Silva) e percussão (Claudio Infante) calcada em
tambores e caixa, tendo o violão de doze cordas de Nucci e o bandolim de
Giovanni Bizzotto a pontear, Renato Braz canta “Minas Real” (Heitor Branquinho
e Felipe Cerquize): Vilas, chapadas/ o pé na estrada/ vontade de ser feliz.
Fazendo duo com ele próprio, a voz encantadora de Renato acende o fogo no
coração de quem o escuta, fogueira daquelas de arder até o dia clarear.
Paula
Santoro canta “Avalanche” (Tavito e Felipe Cerquize). Delicadamente, ela, o
piano (Felipe Silveira) e o violão (Giovanni Bizzotto) começam: Muita força na
contracorrente/ Muita luta neste mundo cão/ Cada um tem seu próprio tempo/
entre a fé no sonho e na razão. A voz de Paula, intensa, agrega simplicidade à
canção. O ritmo embala para presente o que já soava lindo. O violão sola com
requinte. Nucci faz vocalizes com Paula.
“Tudo
Isso de Viver” (Felipe Cerquize e Murilo Antunes) é interpretada por Claudio
Nucci. Tocando violões de doze e de seis cordas, além de guitarra, ele cria o
ar que respira para cantar. Bela interpretação.
Déa
Trancoso fulgura em “Nossos Filhos” (Felipe Cerquize e Márcio Borges). A
escaleta de Felipe Silveira e o violão de doze cordas de Claudio Nucci, somados
à percussão, dão ainda mais vida à sua voz.
Encerrando,
“Cães e Gatos” (Felipe Cerquize, Célio Mattos e Fernando Brant). Maurício
Maestro canta, toca baixo e guitarras, e, junto com Claudio Nucci, revivendo
tempos memoráveis no Boca Livre, vocalizam com a leveza que sempre caracterizou
os arranjos de Maurício.
Eis
Felipe Cerquize, um cidadão que busca fazer de seu talento algo que marque o
presente e fique para o futuro.
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