31/12/2008

AO QUE VIRÁ

Chegamos ao fim de mais um ano do século XXI
Algumas tragédias não foram de rotina
Algumas amizades tornaram-se intensas
Outras não se mostraram muito amistosas

Mais um ano em que não pude ter o que sonhei
Não deu para não ver crianças mendigando
Não deu para não ver pessoas se matando
Nem a felicidade nos olhos do vendedor que me enganou

Para os próximos anos que virão
Desejo que todas as previsões ruins não se confirmem
Desejo mais expectativa de vida para todos
Desejo a multiplicação das fraternidades ocasionais

Quero que o homem se preocupe mais com a Terra
E menos com a geografia do solo marciano
Quero que a possibilidade de livre comércio
Não venha acompanhada de atos protecionistas

Ficaria satisfeito se houvesse alimento para todos
Se as doenças incuráveis fossem coisa do passado
Se nenhuma frustração se transformasse em depressão
Se as grandes paixões sempre fossem correspondidas

Que nenhum filho morra enquanto os pais estiverem vivos
Que ninguém morra com a percepção de falta de solidariedade
Que para as nossas conquistas não haja derrotados
Que a visão de uma estrela vésper efetivamente inspire a todos

Que não tenhamos nem a seca nem as enchentes
Que não sejamos nem óbvios nem enigmáticos
Que compreendamos a real distância entre o discurso e a prática
Para que assim ajudemos a distribuir melhor o pão

Felipe Cerquize

27/12/2008

EMPEDERNIDA

Atirar numa pessoa ou desejar feliz Natal:
o que você considera uma coisa normal?

O que faz você sentir vergonha:
a dura realidade ou as coisas com que sonha?

Balas perdidas, razões desencontradas,
convulsões e convicções erradas.

Saudades dos gestos gentis de uma sociedade
que hoje ignora a sua generosidade.

Imploro para que não me atropele na esquina.
Suplico para que me poupe de viver sua rotina

Porém, se mesmo assim, eu encontrar meu assassino,
peço que me deixe chegar só ao meu destino.

Felipe Cerquize

26/12/2008

DESAFIO

Eu sou um caso perdido,
por mim mesmo agredido
quando tento me transpor.

Quase sempre não consigo
e sem noção do perigo
viro meu próprio agressor.

Felipe Cerquize

19/12/2008

PARADOXOS DE NATAL

Era 23 dezembro. Eu andava pelo centro da cidade em busca de presentes de Natal para dar aos amigos e familiares. Nessa época do ano, o comércio fica super aquecido e o clima parece agitar os calores e humores dos indivíduos. Mesmo com todo esse aquecimento, a importação da cultura do Hemisfério Norte obriga as pessoas a comprarem algodão para espalhar pelos pinheiros sintéticos que ficarão num canto da sala de suas casas, para que, na noite do dia 24, fiquem rodeados de presentes, principalmente nas casas em que há crianças e infra-estrutura econômica que comporte tal situação.

Na busca dos presentes ideais para essa estranha festa tropical, às vezes me deparava com homens vestidos com roupa de cetim e usando barba postiça, sentados num trono, balançando um sininho e tirando fotos com crianças impressionadas com os velhinhos exóticos dentro de uma indumentária pesada, em pleno verão de quarenta graus. Rituais paradoxais, num período do ano em que o ser humano tenta dar o melhor de si para o semelhante. Eu, com toda a minha experiência e consciência, apesar dos anos de estrada neste mundo de Deus, não conseguia ignorar a festa cristã e tentava dar a minha contribuição ao forçar o imaginário para ser feliz.

Depois de muito lenço no rosto para limpar o suor, estourei o meu cartão de crédito no momento em que terminava de fazer a compra de uma dezena de presentes, que foram devidamente embrulhados e acondicionados em sacolas que me permitissem levá-los ao estacionamento, onde estava o meu carro. Foi nesse caminho de volta, quando dobrei a última esquina antes do estacionamento, que vi um Papai Noel estirado no chão, sem ninguém por perto para ajudá-lo. Diante da cena, corri na direção do senhor que agonizava, segurei-o e levantei um pouco seu tronco e sua cabeça. Ele estava semiconsciente e, ao perceber o socorro, pediu-me para que colocasse a mão no seu bolso direito. Coloquei e de lá retirei quinhentos reais, uma foto e um bilhete. Quando disse o que tinha na mão, ele implorou-me para que entregasse o dinheiro para a senhora da foto no endereço que estava no bilhete, onde também havia um número de telefone. Falou isto e, logo depois, desmaiou. Diante das circunstâncias, peguei o celular, disquei o 192 para ter atendimento médico e, com a ajuda de algumas pessoas que começavam a se aproximar, carreguei o senhor para a sombra de uma marquise. Quando o socorro médico chegou, constatou que o caso realmente exigia cuidados e removeu o bom velhinho para o hospital público mais próximo do local.

Com todos aqueles fatos repentinos, eu me sentia atordoado o suficiente para não ter percebido o furto das sacolas com os presentes que comprei. Quando notei, o sangue subiu à cabeça. Havia estourado meu limite de crédito e perdido um tempo precioso naquele calor infernal para, no final, ficar sem nada por causa daquele moribundo que apareceu na minha frente. Pus a mão no bolso e senti as cédulas, o bilhete e a foto que ele me havia feito retirar de seu bolso, na hora da agonia. Não pensei duas vezes: com aquele presentão de Papai Noel, voltei para as lojas e comprei praticamente tudo outra vez. O dinheiro que sobrou foi a conta certa para pagar o estacionamento.

No dia seguinte, já era véspera de Natal. Árvore enfeitada com bolas, luzes e algodão. Presentes em volta do pinheirinho sintético e a consciência super tranqüila. Logo depois do almoço, saí para comprar algumas guloseimas para a ceia. Se existe alguém infeliz, nessa época do ano, são os comerciários, obrigados a ficar até quase meia-noite a serviço de seus patrões para poder ganhar o salário com bônus de Natal. O supermercado estava repleto de gente preocupada com seus pertences e com o que colocavam nos carrinhos. Depois de muito suar e de quase ter uma congestão, segui com a futura ceia para a fila quilométrica de um dos caixas. Angústia maior era aquela de ter de ficar mofando numa fila de supermercado para poder levar algumas frutas importadas e um peixe sem cabeça para casa. Depois de meia hora naquela situação desesperadora, o marasmo interior se perdeu no tumulto do recinto e uma onda de contra-sensos iniciou-se pela minha cabeça. Larguei o carrinho com as compras num canto qualquer, fui para a calçada do estabelecimento e peguei um táxi em direção ao centro da cidade. No prédio branco, pedi autorização para ir até a enfermaria. Ao chegar lá, encontrei Papai Noel com um semblante que já transparecia saúde. Olhou-me de maneira enigmática e eu imediatamente me apresentei como a pessoa que o havia socorrido. Ele sorriu e logo depois franziu a sobrancelha. Tirei mil reais que tinha na carteira e entreguei para ele, que ficou sem entender muito bem o porquê de tamanha quantia. Expliquei que estava no bolso dele, quando o encontrei passando mal. Ele falou que se lembrava de ter quinhentos e não mil e eu disse que ele estava enganado. O senhor não falou mais nada e eu me despedi, sem deixar de notar, antes de sair da enfermaria, que o sorriso do bom velhinho ia de orelha a orelha.

De volta ao supermercado, ainda pude encontrar o carrinho que havia deixado encostado num canto. Peguei-o e segui melancólico para a fila do caixa. Quando chegou a minha vez, bacalhau, tâmaras, nozes e castanhas passaram pelo caixa, mas não foram comigo, porque o meu dinheiro ficou todo com Papai Noel e o cartão de crédito estava bloqueado. Lembrei-me do sorriso dele, quando saía da enfermaria. Juro que me deu vontade de voltar lá para dar-lhe umas porradas, mas a verdade é que ele não tinha culpa de nada. Nem eu, acho.
Felipe Cerquize

17/12/2008

XXIV PRÊMIO NÓSSIDE 2008

Esplêndido epílogo em Roma do XXIV Prêmio Nósside 2008
Um projeto cada vez mais sem fronteiras de povos, línguas e culturas
Um exemplo de Globalização positiva com poetas de 40 Nações e 29 línguas

Encerraram-se em Roma, no magnífico Palazzo Santacroce, séde do Instituto Ítalolatinoamericano, os Eventos Finais do XXIV Prêmio Internacional Nósside (www.nosside.com), único concurso global de poesia para inéditos organizado pelo Centro Studi Bosio, de Reggio Calábria. O Encontro dos Poetas Premiados com o corpo diplomático completou o terceiro dos três acontecimentos após as intensas emoções vividas na Premiação do Palazzo Campanella em Reggio Calábria e os interessantes pontos de reflexão surgidos no Seminário de Estudos sobre “Cultura Global e Culturas Locais” na Universidade de Messina (Sicília).
A Secretária Cultural do Instituto, Patricia Rivadeneira, fez as honras da casa e na ocasião ressaltou a consolidada colaboração entre o IILA e o Prêmio Nósside. Participaram poetas, intelectuais e membros do corpo diplomático de diversas nacionalidades; também a Secretária do Nósside no Brasil, Rosalie Gallo e uma delegação de poetas premiados. Intervieram os Adidos Culturais das Embaixadas de Cuba, Gerardo Soler (que se lembrou da ininterrupta cooperação desde 1999 entre o Nósside e a Feira Internacional do Livro de Havana) e do México, Dolores Repetto, seguida por Paolo Minuto, representando a Universidade para Estrangeiros “Dante Alighieri” de Reggio Calábria - Parceira do Prêmio. À cultura da alma aninhou-se a delícia do paladar com a degustação de doces e licores à base de Bergamoto, fruta cítrica de Reggio Calábria, única no mundo, patrocinada pelas empresas reginas “Solmar”, “La Mimosa” e “Tahiti”.
O Presidente Fundador do Prêmio, Pasquale Amato, presidiu o Evento e ilustrou a expansão mundial do Projeto, que tem 5 línguas oficiais (italiano, espanhol, português, inglês e francês) mas está aberto ao imaginário poético expresso em todas as línguas do mundo (incluindo as nativas, as minoritárias e os dialetos) e em cada forma de comunicação (escrita, em vídeo e em música). Os números falam alto: participantes de 40 Nações de todos os continentes; 29 línguas; italianos pela primeira vez superados pelos participantes das demais Nações; avanço dos brasileiros ao segundo lugar depois dos italianos; a língua portuguesa consolidada na terceira posição depois do italiano e do espanhol, com o quarto lugar empatado entre o inglês e as línguas nativas, minoritárias e dialetos; Europa e América Latina como fortes presenças, mas com progressos por parte da Ásia, África e Oceania; novos participantes entre os quais China, Rússia, Grécia, Croácia, Bósnia-Erzegovina, Equador e Filipinas.
As escolhas do Júri Internacional presidido por Giuseppe Amoroso espelharam esta extensão planetária. Também em Roma, durante as leituras dos autores e nas poesias em vídeo repetiu-se o feliz encontro entre o poder evocativo das palavras do mundo inteiro como expressões de diferentes identidades culturais e lingüísticas e o fascínio das imagens em vídeo.
A Vencedora Absoluta Daniela Raimondi, italiana de Londres, reviveu em seus estupendos versos de “A Rainha de Ica” as sensações experimentadas em uma visita aos Andes peruanos. Com a poesia “Bandeira Brasileira” a brasileira Vera Marcia Milanesi – uma dos 4 Vencedores - delineou a saudade (nostalgia) vivida em um dia chuvoso na centroeuropéia Praga. Permancendo na Europa a croata Stanka Gjuric (Mencionada Especial) representou na poesia em vídeo “Akvarel” (Aquarela) as conseqüências dramáticas das Guerras Balcânicas. E sempre através de uma poesia em vídeo – “Terra, Amor, Moscou” – a poetisa-diretora russa Tatiana Daniliyants (Mencionada Especial) simbolizou o difícil relacionamento de amor-ódio por sua cidade violentada pelas rápidas transformações da nossa época.
Das imagens da capital russa passou-se ao Extremo Oriente com Agnes Ling Lam, de Hong Kong (Mencionada Especial), que conseguiu isolar-se da vida frenética de sua cidade para imaginar e representar com delicadeza a “baunilha nas estrelas”. Atravessando o Pacífico Carmen Arévalo Chacón, da Venezuela (Mencionada Especial) delineou suas sensações em contato com a natureza. A viagem virtual deslocou-se então para o coração da África para ouvir os versos em língua Tschiluba com a qual Thomas Mussenge, do Congo (Mencionado Especial) representou os efeitos do advento dos novos meios de comunicação em uma aldeia de seu país.
Despertou fortes emoções ouvir a poesia dedicada à história de um menino, filho de emigrante – “O presépio de Sassá” - interpretada por Giovanni Favasuli (Mencionado Especial) em seu dialeto de Áfrico, vilarejo do Aspromonte na província de Reggio Calábria. Do Aspromonte a viagem do Nósside atravessou novamente o Atlântico para chegar aos Andes, de onde se levantou a voz dos antigos Incas através da poesia em língua quechua “Gotas da noite” do Vencedor colombiano Fredy Chicangana que sintetizou o excepcional valor cultural e social do Prêmio em um simples e nítido conceito: “O Prêmio Nósside é hoje a única saída para se globalizarem as línguas e nossos cantos de povos nativos de toda a América e de tudo o universo”.
Concluiu-se o triunfante percurso do Nósside 2008 cuja primeira fase - a “Viagem de Reggio Calábria para o Mundo” – constituiu-se na premissa mais fascinante com Eventos em cidades de Europa e América: Havana, Cidade do México, Ólbia, Podgórica (Montenegro), Valletta (Malta), New York, São Domingos, Moscou, Crotone e, no Brasil, São José do Rio Preto, São Paulo e Brasília. Exatamente em Brasília – em consonância com a estratégia cultural do Projeto – foi conferido o Prêmio Internacional Nósside à carreira 2008 ao grande poeta brasileiro Thiago de Mello, incansável defensor do patrimônio natural e cultural da Floresta Amazônica.
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Felipe Cerquize recebeu Menção Especial na categoria "Poesia em canção" com a música A CADA PASSO. Ouçam-na neste blog.

08/12/2008

CONTRAVERSÃO

Seguimos na contradança
Contrabando, contrabanda
Contrapondo-se à cobrança
Contrariando quem manda

Contradizendo as crenças
Contra-indicando ofensas
Nadando na contracorrente
Como um contraveniente

Seguimos pelo contraste
Contra-ofertando o traste
No contra-ataque da ilusão
No viés da contradição

Contracenando com a vida
Escapando da contrapartida
Contragolpe, contrapeso
Contrafeito, mas ileso

Tudo é contraproducente
Num contra-senso demente
Contrabaixos, contracantos
Contragosto contra tantos

O rumo do contrapasso
É o mesmo da contramão
Todo verso controverso
Tem sua contraversão

Felipe Cerquize

28/11/2008

CONVERSA RIMADA - RESUMO SOBRE O LANÇAMENTO


Em 26/11/2008, Luhli e Felipe Cerquize relançaram o livro CONVERSA RIMADA na livraria DaConde, que fica no Leblon, Rio de Janeiro. Em outubro de 2008, a União Brasileira dos Escritores premiou o trabalho com Menção Especial para livro de poesia publicado em 2007, em solenidade que aconteceu na Academia Brasileira de Letras. Essa premiação motivou os autores a relançarem o livro.

Na programação, várias canjas musicais e, como não poderia deixar de ser, a leitura de diversos poemas pelos autores. Das canjas, participaram Denílson Santos, Luizinho Lopes e Lucina. Na récita, Luhli e Cerquize fizeram um bate-bola com poesias de algumas das 19 séries temáticas existentes no trabalho. Todas as fotos tiradas durante o evento podem ser vistas nos slides, acima.

Eventos relacionados:

-22/09/2007: Lançamento na XIII Bienal do Rio de Janeiro (RJ)
-20/10/2007: Lançamento em Santa Teresa (RJ)
-16/11/2007: Lançamento em São Paulo (SP)
-08/12/2007: Lançamento em Rio das Ostras (RJ)
-15/01/2008: Entrevista na rádio Roquette Pinto (RJ)
-31/01/2008: Entrevista na rádio Nacional de Brasília (DF)
-31/01/2008: Lançamento em Brasília (DF)
-31/10/2008: Premiação na Academia Brasileira de Letras (RJ)
-26/11/2008: Lançamento no Leblon (RJ)

Abaixo, os links para algumas filmagens feitas durante o lançamento:

1)http://br.youtube.com/watch?v=lOxnSYuA5Nk – Resumo de como surgiu o livro e seus resultados, feito por Felipe Cerquize.

2)http://br.youtube.com/watch?v=Wd2Qyq54aBM – Leitura de poemas do livro pelos autores.

3)http://br.youtube.com/watch?v=kJq8d9FEV_4 - Leitura de poemas do livro pelos autores.

4)http://br.youtube.com/watch?v=5xnhehn5vsM - Leitura de poemas do livro pelos autores.

5)http://br.youtube.com/watch?v=ls2tANSUOAQ – Luhli cantando EMBOSCADA, parceria dela com Felipe Cerquize, que faz parte da série temática FOTOGRÁFICAS, do livro.

6)http://br.youtube.com/watch?v=y-WMR5_OWMc – Felipe Cerquize cantando DECOMPONDO, de sua autoria, que faz parte da série temática INFELIZ CIDADE, do livro.

7)http://br.youtube.com/watch?v=4HafFkjKtFA – Luhli e Denílson Santos cantando BATE NA MADEIRA, parceria deles.

8)http://br.youtube.com/watch?v=XtCQXNioATo – Luizinho Lopes cantando SOLA DO PALATO, parceria dele com Roberto Lazzarini e Lacyr Freitas.

9)http://br.youtube.com/watch?v=D4Sx-weoPyg – Luhli e Lucina cantando FALA , de João Ricardo e Luhli.

10)http://br.youtube.com/watch?v=QkfCPXwtVYM – Luhli e Lucina cantando CHORO DE VIAGEM, parceria delas

Para ouvir as duas parcerias dos autores, que fazem parte do CD promocional do CONVERSA RIMADA, clique nos links abaixo:

1)http://www.mp3tube.net/br/musics/Comovida-Cerquize-e-Luhli/197379/ - COMOVIDA (Felipe Cerquize e Luhli)

2)http://www.mp3tube.net/br/musics/Emboscada-Luhli-e-Cerquize/237500/ - EMBOSCADA (Luhli e Felipe Cerquize)


Comunidade do livro CONVERSA RIMADA no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=38152975 . Participe!

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24/11/2008

MUDEZ ELOQÜENTE <=> ELOQÜÊNCIA MUDA

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O que é mais certo nisso tudo?
O silêncio de quem fala muito
ou a fala de quem fica mudo?

Felipe Cerquize
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18/11/2008

A NOVA WEBNOVELA DE LEANDRO BARBIERI

MOLHO MADEIRA

Pinocchio Madeira é dono da fábrica de refrigerantes Legna Bibite. Casado com a atriz Margie Pinocchio, é um dos maiores mecenas do país.
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É na fábrica de Pinocchio que trabalha Vinólio Pedroso Bagalhal, chofer há mais de trinta anos. Trinta anos encerrados pelo empresário Getúlio Albano. Deprimido e sem perspectivas, Vinólio entra em depressão. E é no meio dessa depressão que, em um dos passeios promovidos pela impaciência de sua filha, Joaquina, entra numa casa lotérica e muda de vida, despertando a cobiça da neta Eulália e de seu namorado, o assistente de Pinocchio, Valso Augusto.
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Margie, além de atriz, é uma grande incentivadora de novos talentos. E seu novo investimento é Charles Aróbio, um jovem cineasta com a cabeça na Lua que vê na atriz e em seus contatos - o produtor JF Colosso e o diretor Gaspar Verde – sua grande chance de virada.
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Apaixonados, artistas, ambiciosos. Está no ar Molho Madeira, a nova novela da Spetáculos em 28 capítulos semanais.
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Assistam o primeiro capítulo no site http://www.spetaculos.com.br/
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FICHA TÉCNICA
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Novela de Leandro Barbieri
Direção de Leandro Barbieri e Silvia Cabezaolias
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Edição
Silvia Cabezaolias
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Produção
Magali Floc
Fabiana Salvi
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Fotografia
Gaspar Verde
G. Costa Marina
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Logo
James Eduardo
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Trilha Sonora selecionada por
Sacha Sésamo e
Leandro Barbieri
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Elenco:
Pinocchio Madeira – Sérgio Thales
Margie Pinocchio – Tatiane Caroline
Vinólio Pedroso Bagalhal – Zeca Belini
Joaquina Eugênia Pedroso Bagalhal d´Oliveira – Cidinha Prado
Eulália Pedroso Bagalhal d´Oliveira – Renata Tercero
Ortodoxa Pedroso Bagalhal d´Oliveira – Tatiana Fonseca
Ofélia Soutelo – Maria José Roth
Valso Augusto Ovelha – Luís Sandei
Getúlio Albano – João Tolo
Margarenne Albano – Fátima de Almeida
Eva Maria Chucrutz – Marcela Bardini
Tato Nenquero Vertte - Aramyz
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José Paulo Lanyi como JF Colosso Valdir
Zanquini como Gaspar Verde
Lílian Gruenwaldt como Minie Jeans e
Júlio César Dória como Charles Aróbio e Épico Luna
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Músicas da Trilha Sonora
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Trilha Incidental: Caco Bocchi
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Sucesso ao Molho Madeira
De Leandro Barbieri e Fernando Masagão
Voz: Fernando Masagão
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Mundo 3
De Felipe Cerquize
Voz: Felipe Cerquize
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Gota de Areia
De Felipe Cerquize e Eduardo Franco
Voz: Eduardo Franco
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Minha Luz
De Felipe Cerquize e Leandro Barbieri
Voz: Felipe Cerquize
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Se Você Voltar
De Leo Verão
Voz: Leo
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Verão Burning
MSil´lee
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13/11/2008

LANÇAMENTO DO LIVRO CONVERSA RIMADA

Em 2004, Luhli e Felipe Cerquize conheceram-se na M-Musica, lista da Yahoogrupos, cujo foco principal é a música, mas por onde os versos também circulam, como complemento de melodias ou como simples poesias soltas. Entre arremessos de versos ocasionais, iniciaram-se as respostas de um para o outro e essa dinâmica crescente e incontrolável gerou um grande número de conversações poéticas, que se estenderam de 2004 a 2006, levando a uma situação contagiante dentro do grupo. Foi nesse clima que surgiu a idéia de se transformar essa relação espontânea num livro. Conversa Rimada é o fruto dessa interação, sendo que, paralelamente aos diálogos poéticos, ambos também se tornaram parceiros musicais, alternando autorias de músicas e de letras. Em outubro de 2008, a União Brasileira dos Escritores premiou o livro com Menção Especial para livro de poesia publicado em 2007, em solenidade ocorrida na Academia Brasileira de Letras.

Lançamentos já realizados:

- 22 de setembro DE 2007, na XIII Bienal do Rio de Janeiro (RJ)
- 20 outubro DE 2007, em Santa Teresa (RJ)
- 16 de novembro DE 2007, em São Paulo (SP)
- 08 de dezembro DE 2007, em Rio das Ostras (RJ)
- 31 de janeiro DE 2008, em Brasília (DF)
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Agora, o livro também será lançado no Leblon (RJ) , no dia 31 de janeiro de 2008, com diversas canjas musicais durante o lançamento. Das parcerias que fizeram, os artistas selecionaram duas delas - Comovida (música de Felipe Cerquize e letra de Luhli) e Emboscada (música de Luhli e letra de Felipe Cerquize) - e editaram-nas num CD promocional do livro que será dado como brinde para aqueles que comprarem dois exemplares do Conversa Rimada.
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Lançamento do Conversa Rimada no Leblon (RJ)
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Local: Livraria DaConde
Data: 26 de novembro de 2008
Horário: a partir das 19:00 h
Endereço: Rua Conde de Bernadotte, 26 - Loja 125 - Leblon
Telefone: (21) 2274-0359 / 2511-5731
Site:
http://www.daconde.art.br
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Esperamos por vocês!
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Comunidade do livro CONVERSA RIMADA no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=38152975 . Participe!
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11/11/2008

LETRA EM INGLÊS

"Medida" é a minha parceria com Felipe Radicetti, que foi indicada na categoria Latin song do Hollywood Music Award, cujos vencedores serão anunciados no próximo dia 20 de novembro. Abaixo, uma versão em inglês da letra dessa canção.

MEASURE
Song: Felipe Radicetti
Lyric: Felipe Cerquize

Not so strong it looses orientation
Not so slow the wind doesn’t blow
Not so insider it dies in the middle
Not so outer it must go away
It must go away

No portrait as substratum
No mirage as sabotage
Not so sure it closes us to
Not so faulty it avoids shortcuts
It avoids shortcuts

Not so high it falls off jumping
Not so low or else I don't pack it
Not so lasting it muffles the gong’s sound
Not so brief it vanishes quickly
Not so brief

Not so ugly it causes fear
Not so beautiful it maybe scourge
Not so rough it means offense
Not so gentle or else I'll be bored
Not so beautiful

Not so chic it maybe unfit
Not so kitsch it escapes from rules
Neither torture in an autocracy
Nor being owner of your own forsaking

Not so strong it dies in the middle
Not so slow it must go away
Not so insider it looses orientation
Not so outer it stays outdoors
The wind doesn’t blow

Neither portrait that closes us to
Nor mirage that avoids shortcuts
Not so sure as substratum
Not so faulty as sabotage
That avoids shortcuts

Not so high it muffles the gong’s sound
Not so low it vanishes quickly
Not so lasting it falls off jumping
Not so brief or else I don't pack it
Not so brief

Not so ugly it means offense
Not so beautiful or else I'll be bored
Not so rough it causes fear
Not so gentle it maybe scourge
Not so beautiful

Not so chic it maybe unfit
Not so kitsch it escapes from rules
Neither torture in an autocracy
Nor being owner of your own forsaking

When too cold, it freezes poetries
When too hot, it burns our love.

08/11/2008

POESIA CLASSIFICADA PARA A FINAL DO PRÊMIO FEUC

ESTIMA

Um lado é uma península
e eu uma ilha,
que o terremoto esmerilha.

O outro é um continente
e eu um monte,
de onde se avista a ponte.

A amizade é o istmo
de uma estima premente
entre a península e o continente.

É o estreito que bate no peito
e une a baía ao estuário.
É o delta de um rio imaginário.

Felipe Cerquize

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Amigo poeta,
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é com muito prazer que informamos, neste boletim, a relação das obras classificadas para a grande final do concurso, que acontecerá no dia 13 de dezembro, às 19 horas, na FEUC. A entrada é 1 Kg. de alimento não-perecível. Traga a sua colaboração! Parabéns a todos os inscritos!
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Rita Gemino e Américo Mano
Coordenadores do Concurso
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07/11/2008

HMA - RELEASE RECEBIDO DOS PRODUTORES

Hollywood Music Awards – November 20th, 2008

November 6, 2008 – Hollywood, CA: The Hollywood Music Awards (HMA), the most anticipated music awards event of the fall, will take place on Thursday, November 20th at the Hollywood Highlands in the world-famous Hollywood & Highlands/Kodak Theatre complex (Hollywood, California), featuring live music performances, award presentations, celebrities appearances, an exclusive VIP reception and dinner banquet catered by Wolfgang Puck, Inc. Tickets to the event are limited and going fast, but there is still a chance to get in on the fun! Visit the HMA store page for ticket information.

The most renown music composers, music artists and music supervisors will be honored for their outstanding contributions to music in film, TV and video games. In addition, independent music artists from around the world will be recognized for individual music accomplishments. Live performances include Elan Atias, lead vocalist of The Wailers (Reggae/Roots nominee), Will Champlin (Soul/R&B nominee), Marching Band (Original Song-Film nominee) performing music from the film “Nick & Nora’s Infinite Playlist”, to name just a few. An Outstanding Career Achievement Award will be presented to Chuck Negron, the legendary vocalist of super-group Three Dog Night.

Hosts, presenters, nominees and invited guests include Gilby Clarke (Guns&Roses), Phil Varone (Skid Row), comedian Russell Peters, TV host and entertainment correspondent Kayrn Bryant, media host Scott Austin, Stephen Baldwin (“The Usual Suspects”), composer James Newton Howard (“Michael Clayon”), composer Sean Callery (“24”), model Mia Taylor, actor Rob Mays (“American Mall”), actor Juliette Lewis (“Natural Born Killers”), Steve Ferrone (Tom Petty & The Heartbreakers), R&B icon Howard Hewitt, Tara Reid, Kristin Cavallari, Kate Del Castillo, Brittany Daniel, Ana De La Reguera, Ali Landry, Liza Lapira, Mams Taylor, Chad Rogers, Kelly Monaco, Kym Johnson, Raul De Molina, Echocell, Tommy Davidson and many, many more.

The Hollywood Music Awards, hosted by
eWorld Music, is the first red carpet event of its kind to celebrate music of mainstream and independent artists in popular and new visual mediums. Contemporary artists and composers whose music is used in film, television, video games, commercial advertisements, movie trailers, web-based videos and other new visual media will be honored. Additionally, the professionals who are responsible for choosing, placing and licensing music in visual mediums will be recognized and lauded, including music supervisors, publishers and producers. In addition to the visual medium categories, separate categories will honor a variety of music styles from independent artists around the world for original works. A diverse line up of live performances and celebrity appearances will highlight this star-studded gala.

The Hollywood Music Awards will be shot with multiple HD cameras for digital and cable televised broadcast in 16 countries (120 Million households)

Felipe Radicetti e Felipe Cerquize foram indicados na categoria LATIN SONG com a música MEDIDA

Para ouvir a canção:
http://www.myspace.com/feliperadicetti

Outras informações:
http://www.hollywoodmusicawards.org/

04/11/2008

INDICAÇÃO PARA O HOLLYWOOD MUSIC AWARDS

O HOLLYWOOD MUSIC AWARDS apresentou os selecionados para o prêmio que terá a relação de vencedores definida no dia 20 de novembro de 2008, em evento a ser realizado no Kodak Theater Complex, em Hollywood,. A canção Medida (Felipe Radicetti e Felipe Cerquize) foi indicada para o prêmio e concorre com outras três na categoria Latin Song.

O site dos organizadores do evento é http://www.hollywoodmusicawards.org/ . No MySpace de Felipe Radicetti (http://www.myspace.com/feliperadicetti), é possível escutar a música, que está no seu CD, a ser lançado ainda este ano. Quem canta é Juliana Rubim.

MEDIDA
Música: Felipe Radicetti
Letra: Felipe Cerquize

Nem tão forte que nos tire o norte
Nem tão lento que não faça vento
Nem tão dentro que morra no centro
Nem tão fora que deva ir embora
Que deva ir embora

Nem retrato como substrato
Nem miragem como sabotagem
Nem tão certo que nos deixe perto
Nem tão falho que evite o atalho
Evite o atalho

Nem tão alto que tombe do salto
Nem tão baixo, senão não encaixo
Nem tão longo que abafe o gongo
Nem tão curto que suma num surto
Nem tão curto

Nem tão feio que cause receio
Nem tão belo que leve ao flagelo
Nem tão bravo que chegue ao agravo
Nem tão manso, senão eu me canso
Nem tão belo

Nem tão chique que tenha chilique
Nem tão brega que entregue a regra
Nem tortura numa ditadura
Nem ser dono do próprio abandono

Nem tão forte que morra no centro
Nem tão lento que deva ir embora
Nem tão dentro que nos tire o norte
Nem tão fora que fique ao relento
Que não faça vento

Nem retrato que nos deixe perto
Nem miragem que evite o atalho
Nem tão certo como substrato
Nem tão falho como sabotagem
Evite o atalho

Nem tão alto que abafe o gongo
Nem tão baixo que suma num surto
Nem tão longo que tombe do salto
Nem tão curto senão não encaixo
Nem tão curto

Nem tão feio que chegue ao agravo
Nem tão belo, senão eu me canso
Nem tão bravo que cause receio
Nem tão manso que leve ao flagelo
Nem tão belo

Nem tão chique que tenha chilique
Nem tão brega que entregue a regra
Nem tortura numa ditadura
Nem ser dono do próprio abandono

Muito fria, congela a poesia
Muito quente, queima o amor da gente.

02/11/2008

PREMIAÇÃO DO CONVERSA RIMADA NA ABL

Somente os premiados e seus melhores amigos resistem a solenidades de premiação. Na Menção Especial, que o livro Conversa Rimada recebeu da União Brasileira dos Escritores, na categoria Poesia, não foi diferente. Porém, cada agraciado presente levou seus melhores amigos e, dessa maneira, a casa ficou cheia. Participaram da mesa de premiação, entre outros, Cícero Sandroni, atual presidente da Academia Brasileira de Letras e Edir Meirelles, presidente da União Brasileira dos Escritores. Nessa foto, estamos eu e Luhli, logo no início do evento, com Adriana Barreiros (um dos nossos amigos que compareceram) ao fundo. Outras fotos foram disponibilizadas na minha página do MySpace: http://www.myspace/felipecerquize

Recebemos Menção Especial no prêmio Afonso Félix de Souza para livros de poesia editados em 2007. No vídeo, abaixo, está a filmagem do momento em que fomos chamados ao palco para receber os certificados.

FLIPORTO 2008 - LITERATURA NO CELULAR

FLIPORTO é a Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (PE), que tem magnutide semelhante à FLIP (Festa Literária Internacional de Parati). Este ano, eles promoveram um concurso chamado Literatura no Celular, para textos com no máximo 160 caracteres. Participei, enviando um microconto e fui selecionado como primeiro da lista de classificados (ver relação completa, abaixo).

1º, 2º e 3º lugares foram por votação pública. Os ditos "classificados" foram por seleção de um corpo de jurados.

Mais informações:

Abraços!

Felipe


FLIPORTO 2008 - LITERATURA NO CELULAR

O Curador da Fliporto, o escritor Antônio Campos, a GOLMOBILE e a Comissão Julgadora agradecem a todos os participantes desta iniciativa inédita no Brasil: tecnologia de ponta abrindo mais um poderoso canal de veiculação da Arte Literária. Eis os vencedores desta primeira edição histórica do 1º Prêmio Nacional Literatura no Celular.

PRIMEIRO LUGAR COD0240 81 - 86870665 - "Reencontrei o vento. Renasceu do sol, límpido, sereno. Passou pelo meu corpo e pensamento. Varreu meu coração com amor. Veio o arco-íris, levou embora a dor" - MALU LIMA (Maria Lúcia de Lima) - Recife - PE

SEGUNDO LUGAR COD0122 81- 8897.3700 - "A POESIANão é verdade a poesia porque é bela.A poesia é bela porque é verdade" - JUAREIZ CORREYA - Recife - PE

TERCEIRO LUGAR COD0033 32 - 88144507 - "Meu tempo valsa Chopin em ré bemol maior. Sessenta aniversários e o presente da dor. Mas um sol verde acende a alma: tempo de dançar com as estrelas" - MARIA NAZARÉ DE CARVALHO LAROCA - Juiz de Fora - MG

Classificados

COD0234 21 - 87728959 - "Apago a vela com um sopro que tinha no coração" - FELIPE CERQUIZE - Rio de Janeiro - RJ

COD0105 83 - 88818311 - "A turbulência não provém do externo, deriva do que em mim há de nostálgico. Músicas tocam e meu eu? Impenetrável silêncio. Velha mania de idealizar os fatos" - ("Número fora de área ou desligado" - 16h08 )

COD0031 81 - 87016103 - "CATAVENTO Brincadeira de criança Que se desfaz na roda-viva Da vida" - THELMA REGINA SIQUEIRA LINHARES - Recife - PE

COD0042 98 - 88267223 - "Um dia as máquinas se amarão, as declarações de amor serão mais sofisticadas, ficarão para sempre guardadas na memória de todos" -BIOQUE MESITO (Fábio Henrique Gomes Brito) - São Luís - MA

COD0212 81 88854412 - "Vida passa! Eu não passo, pelo menos pela vida, assim. A dor passa. Amor passa. A gente se ultrapassa, ao saber do passado, ao sabor do passar dos dias" - KATIA SHEILLA MESEL - Recife - PE

COD0154 81 8774.7470 - "Quebraram ondas no sullonge do mar agitadode um Nordeste mais diversoquanto menos reinventado" - AURÍDIO FARIAS - Recife - PE

COD0153 21 86654376 - "Se fosse como eu, não precisaria falar. Saberia através de meus olhos que refletem o azul desse céu. O mistério e a dor de nossas vidas não se podem explicar" - ("Número fora de área ou desligado" - 16h05 )

26/10/2008

31/10/2008 - CONVERSA RIMADA NA ABL


Na próxima sexta-feira, 31/10, eu e Luhli estaremos na Academia Brasileira de Letras para a solenidade de premiação de livros editados em 2007, entre os quais está o nosso Conversa Rimada, que recebeu Menção Especial da União Brasileira dos Escritores no Prêmio Afonso Félix de Souza. Aos que puderem comparecer, será um prazer tê-los conosco.

Endereço: Dia e hora: 31/10/2008, às 16h.
Local: Teatro R. Magalhães Jr., da ABL.
Av. Presidente Wilson, 203 – Centro, Rio de Janeiro - RJ.

Alguém pode me indicar um estacionamento próximo ao local do evento?

Obrigado e abraços!
..
Comunidade do livro CONVERSA RIMADA no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=38152975

16/10/2008

MÚSICA "A CADA PASSO" PREMIADA EM CONCURSO INTERNACIONAL

Ouçam a canção premiada, na voz de Kiko Furtado, clicando no rádio mp3Tube.net, no topo da página.
......
Vejam o site da organização: http://www.nosside.com
..............
Thursday, October 16, 2008
Nosside 2008 Winners


Poet Radomir Mitric from Bosnia and Herzegovina has asked me to published the following lists. From Malta I send him my best regards. If Radomir wishes he can send me some of his poems, a short c.v. and perhaps a photo. I'll publish them on this blog, and later on will send him questions for an interview regarding poetry.

The following are the winners of the NOSSIDE 2008 and also the winners of a Special Mention:

XXIV PREMIO INTERNAZIONALEDI POESIA NOSSIDE – 2008
VINCITORE ASSOLUTO

Daniela Raimondi
Sermide MN(Italia)1956 - residente a Londra (Gran Bretagna) Insegnante di lingua italiana
Poesia in Lingua Italiana “La regina di Ica”

VINCITORI

Fredy Romeiro Campo Chicangana
Bogotá (Colombia) – 1964 - Antropologo
Poesia in Lingua Quechua “Suttuy Tutakunamanta”
(Versione in spagnolo “Gota de la noche” - Goccia della notte)

Ada Incudine
Roma (Italia) - 1951 – Ins. Yoga
Poesia in Lingua Italiana “Pietra fredda”

Vera Marcia Paráboli Milanesi
São José do Rio Preto-SP (Brasil)-1959 Psicòloga
Poesia in Lingua Portoghese
“Bandeira Brasileira” (Bandiera brasiliana)

Carlos M. Urzúa
Ciudad de México (México)–1955 - Prof. Universitario
Poesia in Lingua Spagnola
“Leopardi sueña con la luna” (Leopardi sogna con la luna)

MENZIONATI SPECIALI

Rosa Maria Barrios
Ciudad Habana (Cuba) – 1975 – Artista de plastica
Poesia in Lingua spagnola
“Poema para tu ausencia” (Poesia per la tua assenza)

Carmen Arévalo Chacón
Cumaná – Sucre (Venezuela) – 1964
Prof. Universitaria - Poesia in Lingua Spagnola “Renacer” (Rinascere)

Tatiana Daniliyants
Mosca (Russia) – 1976 – Poeta e Regista
Poesia in Video in Lingua Russa “Земля-Любовь-Москва”
(Versioni con sottotitoli in Italiano “Terra-Amore-Mosca” e Inglese “Land-Love-Moscow”)

Giovanni FavasuliAfrico-RC (Italia) – 1952 – Impiegato
Poesia in Dialetto Calabrese di Africo “’U Presepiu ’i Sasa’”.
(Versione in Italiano Il Presepe di Sasà)

Stanka GjuricZagabria (Croazia) – 1966 – Poeta e Artista
Poesia in Video in Lingua croata “Akvarel” (Acquerello)
(Versione con sottotitoli in Italiano)

Agnes Shun Ling Lam
Hong Kong (Cina) – 1954 - Prof. Universitaria
Poesia in Lingua Inglese “Vanilla in the stars” (Vaniglia nelle stelle)

Giovanni Longo
Reggio Calabria (Italia) – 1960 - Consulente Finanziario
Poesia in Lingua Italiana “Al Circo”

Thomas Mussenge Tshisekedi
Luebo (Congo) 1954 – Residente a Esneux (Belgio) – Formatore
Poesia in Lingua Tshiluba del Congo “Ku mesu”
(con versione in francese “En direct”)

Patrick Sammut
Mosta (Malta) – 1968 Insegnante di Lingue
Poesia in Lingua Maltese “Jum ta’ Btala”
(con versione in inglese “A Day of the rest” – “Un giorno di riposo”)

Rosane Zanini
Brasile 1959 – residente a Zurigo (Svizzera) – Architetto Urbanista
Poesia in Lingua Portoghese “Giramondo”




XXIV PREMIO INTERNAZIONALEDI POESIA NOSSIDE – 2008Il COMITATO ORGANIZZATORE DEL PREMIO NOSSIDE,PRESO ATTO DELLA PARTECIPAZIONE SEMPRE PIÙ NUMEROSA E DELLA CRESCENTE QUALITÀ DELLA PRESENTE EDIZIONE,HA DECISO DI INCLUDERE LA CATEGORIA DEI MENZIONATI PARTICOLARI QUE COSTITUISCE UN RICONOSCIMENTO ULTERIORE NELL’AMBITO DEI MENZIONATI.MENZIONATI PARTICOLARI
..
Giancarlo Angelini
Genova (Italia) – 1938 – Pensionato
Poesia in Lingua Italiana “Il tuo profilo di Edelweiss”
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Yana Arkova
Mosca (Russia) – 1987 - Laureata in trad. letteraria da italiano a russo
Poesia in Lingua Russa “На чистом белье буду спать”
(Versione in Italiano “Dormirò sulle lenzuola bianche”)
..
Cristian Eduardo Avecillas Sigueira
Quito (Ecuador) – 1977 – Scrittore
Poesia in Lingua Spagnola “El rostro de Día”
(Il volto del giorno)
..
Beatriz Casal Enriquez
Ciudad Habana (Cuba) – 1950 – Teologa
Poesia in Lingua Spagnola “Cronica de un amor”
(Cronaca di un amore)
..
Felipe Cerquize
Rio de Janeiro (Brasil) – 1958 – Ingegnere
Poesia in Musica in Lingua Portoghese “A cada passo”
(A ogni passo)
..
Emilia Fragomeni
Genova (Italia) – 1947 - Prof. Lettere Classiche
Poesia in Lingua Italiana “Echi di ricordi”
..
Benito Galilea
Martone-RC - Roma (Italia) – 1944 - Pensionato
Poesia in Lingua Italiana “Le cento carrozzelle della sera””
..
Estrella Gomes Molina
Caracas (Venezuela) – 1990 – Studentessa
Poesia in Lingua Spagnola “Desde esta esquina atravieso palabras”
..
Sergio Gregorin
Turriaco-Gorizia (Italia) – 1945 - Pensionato
Poesia in Lingua Bisiaca “Ancòi le barche”
(Oggi le barche)
..
Maria Isabel Lacave Bautista
Chiloé (Cile) – 1951 - Sociologa
Poesia in Lingua Spagnola “Mis manos, irremediables Tejedoras”
(Le mie mani, irrimediabili tessitrici)
..
Maria Adriana Moserle-Lopez
São Miguel do Oeste-SC (Brasil) res. Leominster (Massachusets-USA)
1975 – Traduttrice e Interprete
Poesia in Lingua Portoghese “A Despedida” (Il commiato)
..
Natasha Orozovic
Belgrado (Serbia) - 1975 – Economista
Poesia in Lingua Serba “Симфонија” (Versione in Italiano La sinfonia)
..
Viviana Mónica Poggiolini
Concepción del Uruguay – Prov. Entre Rios (Argentina) - 1959 – Docente
Poesia in Lingua Spagnola “Pensamientos” (Pensieri)
..
Mirjana Aleksandrova Rajković
Podgoriça (Montenegro) - 1957 - Letterata
Poesia in Lingua Montenegrina “Ako Odem” (Versione in Italiano Se vado via)
..
Kathya Rodriquez
Ciudad Panama (Panama) - 1979 - Impiegata
Poesia in Lingua Spagnola “Despertando” (Svegliandosi)
..
Isaac De Faria Ruy
São José do Rio Preto,SP (Brasile) - 1988 – Attore e Regista Teatrale
Studente Universitario – Poesia in Lingua portoghese
“Antes de ir ao baile” (Prima di andare a ballare)

14/10/2008

CRÔNICA ESCRITA EM DEZEMBRO DE 2005


Dia desses, vi uma reportagem na televisão com Guilherme de Brito e fiquei muito triste. Guilherme está com mais de 80 anos. Ainda passeia pelo bairro de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, toma sua cervejinha e canta melancolicamente "Quando eu me chamar saudade" para as câmeras.

O problema não é esse. O problema é que vi no Guilherme o retrato do que se vê em milhões de idosos no Brasil. Aquela sensação de abandono e a necessidade, geralmente não atendida, de compartilhar algumas emoções incontidas.

O tempo todo somos preparados para lutar e para conquistar. Lutas pressupõem adversários. Os elementos que estão dentro da sociedade em que vivemos e que ambicionam as mesmas coisas que nós costumam ser nossos principais adversários. Quando não se trata de um ente querido, de um aliado ou de um adversário, trata-se de um ser neutro e é para esses que reservamos a indiferença. Os idosos recebem uma boa carga dessa indiferença social e sabemos muito bem por quê.

O Guilherme é muito conhecido pelas suas parcerias com Nélson Cavaquinho. No entanto ele tem uma vasta obra independente, iniciada muito antes dessa relação. Começou a compor em 1938, mas só em 1955 a sua composição "Meu dilema" foi gravada pelo cantor Augusto Calheiros, juntamente com outra canção também de sua autoria, "Audiência divina". Conheceu Nélson Cavaquinho em Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, quando este tocava nos botequins do bairro. Em 1957, Raul Moreno gravou "A flor e o espinho", parceria sua com Nelson Cavaquinho e Alcides Caminha, mais tarde também gravada por Elizeth Cardoso. Daí para frente, vários cantores e diversos documentários registraram suas obras.

Insisto em ter o Guilherme como referência, porque ele é um exemplo de pessoa que chegou à velhice sendo bem-sucedida naquilo que é sua vocação, mas que, mesmo assim, transmite um ar de abandono e de muito sofrimento quando estampa sua face numa tela de TV. Se com ele acontece isto, imaginem, então, com aqueles que não obtiveram nenhuma resposta satisfatória do tempo? Pobre Guilherme! A reportagem mostrava-o caminhando pelas ruas de seu bairro, conversando com os camelôs e comprando um quilo de carne fresca, mas tudo aquilo ficou muito artificial, na minha opinião.

Encerremos, então, esta crônica com o máximo de sinceridade possível. E não me vem outra coisa à cabeça, senão a letra de "Quando me chamar saudade", como símbolo dessa expressão desejada.

QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE
(Nélson Cavaquinho e Guilherme de Brito)

Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração

Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão

Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora

Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora

Me dê as flores em vida
O carinhoA mão amiga
Para aliviar meus ais

Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais

GUILHERME DE BRITO:
* 03/1/1922 Rio de Janeiro, RJ
+26/4/2006 Rio de Janeiro, RJ

12/10/2008

A PRIMEIRA IDADE

A infância é a isca da vida. É a fase em que se encara o belo e o mórbido com uma boa dosagem de contemplação. Ver a felicidade nos olhos de um bebê já é uma prova de que não é só do ser humano que vem a tentativa de sedução para que seus descendentes queiram perpetuar a espécie. Não há a menor dúvida de que Deus é o grande regente desses estímulos. Então, ao homem resta aproveitar da melhor maneira possível essa oportunidade, levando da infância todas as impressões que servirão, de uma maneira ou de outra, às suas responsabilidades futuras. Quanto mais idade temos, mais nos envolvemos em relações complexas e desnecessárias, que inconscientemente refutamos. No meio desse desespero, clamamos pela volta no tempo, para um período de nossas existências em que um sorvete superava quaisquer outros valores materiais. Onde sempre havia tempo hábil para perceber as coisas simples. Não é possível singrar a vida adulta sem que a infância não sirva de bússola em alguns momentos dessa louca aventura.

Acordar ao lado dos pais, não entender o que não interessa, reunir os amigos da rua, esculhambar os opressores da vizinhança, não ter medo de dizer que tem medo e tantas outras coisas, que, por serem espontâneas, contribuem para que o homem não se esqueça jamais dessa fase da vida. Dependendo do equilíbrio emocional, têm-se casos de loucura extrema. Pessoas vivendo em um mundo particular, em função de recordações. Outras, recalcadas, desabam seus ódios em infanticídios, tentando impedir que novas gerações vivam seus antigos deleites. Enfim, as marcas estão presentes em todos e depende, tão somente, de como cada um reagirá, transparecendo ou não suas memórias. Alguns trazem mágoas brutais, que nunca sumirão de suas consciências. São aqueles conhecidos por não terem tido infância. Que não tiveram casa, família, alimentação saudável e ajuda na hora certa. Que tiveram de ficar vendendo bala e amendoim nas ruas ou suplicando colaborações mínimas aos adultos que cruzavam seus caminhos. Que acabaram se viciando pelos becos e assumindo a perspectiva de contribuição social nula ou mesmo negativa como cidadão. A realidade nos mostra que, embora muitos tentem dizer que o caráter de uma pessoa se mantenha em quaisquer circunstâncias, isto não é verdade. Lembremo-nos de que a primeira coisa herdada da natureza é o instinto de sobrevivência, que ignora a racionalidade. Os animais devoram-se indiferentemente, preocupando-se só com o momento de ser ou de ter a presa. O homem diferencia-se por questionar o fato.

Podemos, então, sonhar com os filhos doutrinando os pais. Fazendo as leis, escrevendo quais os direitos e os deveres dos cidadãos, mostrando-lhes todas as sensibilidades perdidas. Deixando as coisas tão ininteligíveis, que se perderiam todos os conceitos e preconceitos aprendidos. Ensinando a não correr, a não ser alucinadamente ambicioso, a ter somente impulsos. Talvez complicasse mais a situação, porém seria um giro completo, formando uma revolução, onde a infantocracia governaria com uma coroa de chocolate e um cetro em forma de pirulito. Onde o armamento bélico se constituiria de canhões com balas de hortelã e bombinhas de são-joão. Os adultos, naturalmente, ficariam revoltados, com ódio saindo por todos os buracos do corpo e planos de contra-revolução. Sentindo-se oprimidos e sem direitos. Permanecendo impotentes diante de um exército de soldadinhos de chumbo. Gritando por Deus, sem que este os atendesse. Enfim, privando-se definitivamente das decisões que os aniquilaram mansamente.

A grande vantagem de um escritor é que ele pode conduzir a sua vida e a dos outros para onde bem entender, sem que haja prejuízo para ninguém. É pouco provável que as coisas mudem, pois a muleta que sustenta esse corpanzil é feita em madeira de lei. Porém, de vez em quando, aparecem uns obstinados por aí, que conseguem fazer seus sonhos virarem realidade. Quem, por exemplo, conseguiria imaginar um país comunista fincado a poucos quilômetros da maior potência capitalista por mais de quarenta anos? Ninguém melhor do que a criança para ter aspirações. Por isto, mesmo que estejamos velhos e sem forças, enquanto pudermos presenciar a vitalidade dos infantes, nossas existências certamente continuarão valendo a pena, pois esta é a forma de vermos o prosseguimento dos sonhos que um dia embalaram as nossas atitudes.

Felipe Cerquize

11/10/2008

PAUL MCCARTNEY MORREU


“The dream is over!”, mostrava a faixa de um dos fãs que se aglomeravam no cemitério de Liverpool. Era uma manhã chuvosa e fria e o mundo finalmente se deparava com a crueza da frase de Lennon, sem nenhum apelo que pudesse justificar alguma esperança de se escutarem novas canções do último componente vivo da maior banda de música de todos os tempos. O sonho definitivamente havia acabado. Paul McCartney morreu.

Nos anos sessenta surgiram boatos que diziam que Paul teria morrido em um acidente de moto. Dando asas à imaginação do seu público, os Beatles teriam, então, deixado algumas pistas em músicas, capas de discos e filmes, para que o público pudesse deduzir que Paul McCartney morreu e que quem estava no seu lugar era apenas um sósia.

A primeira suspeita foi quando os Beatles anunciaram que não fariam mais shows ao vivo. No disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, a capa estaria simbolizando a sepultura de Paul, com todas as pessoas ao redor e com arranjos de flores que lembravam um funeral.

O nome do disco Magical Mystery Tour (Jornada Mágica e Misteriosa) seria a jornada para decifrar os mistérios da morte de Paul. Em Strawberry Fields Forever, Lennon diz: "I buried Paul" (Eu enterrei Paul).

No disco branco, em I'm So Tired, escutando a música de trás para frente, Lennon diz: "Paul is dead, man!".

No disco Yellow Submarine, o submarino amarelo dá a impressão de ser um caixão enterrado na montanha e na capa há também uma mão aberta sobre a cabeça de Paul McCartney (os mortos são abençoados com a mão aberta sobre a cabeça).

No disco Abbey Road, o último gravado, a foto de capa mostra os Beatles atravessando a rua, sendo que Paul está de olhos fechados, descalço e com o passo trocado em relação aos outros. A placa do fusca branco estacionado na rua é 28IF, o que queria dizer que Paul teria 28 anos se (IF) estivesse vivo. Além disso, na Inglaterra, o Fusca é chamado de Beetle e havia um carro funerário estacionado.

Existiam várias outras pistas, que mexiam profundamente com os que admiravam aquela banda. Ironicamente, Paul McCartney foi o último dos quatro Beatles a morrer. Nas paredes da sala em que estava sendo velado, foram estampados diversos posters com a foto do seu disco de 1993, "Paul Is Live”, em que ele fazia referência ao boato de sua morte, provando que tudo era realmente mentira. Aquela foto de capa também foi tirada no mesmo local da de Abbey Road e, nela, Paul acertou o passo, calçou as botas, já não havia mais o carro funerário e na placa do fusca estava escrito 50IS, que era a idade que Paul estava (IS) quando lançou o disco.

Não se sabe por quê, mas o próprio Paul subestimava a obra dos Beatles, dizendo que havia sido apenas mais uma banda. Yoko Ono ainda vive, mas só traz más recordações. Estranhamente, Michel Jackson continua como proprietário do espólio artístico do grupo.
Já não existem movimentos humanísticos mundiais que justifiquem a paz e o amor, mesmo que ainda estejamos em tempos de cólera.

Por mais que queiramos, ninguém nunca conseguirá reproduzir o fenômeno que se passou com os quatro garotos de Liverpool. A poesia contundente de Lennon e a musicalidade de McCartney formaram uma espécie de conjuntura artística irreprodutível. E mesmo que por um milagre surjam pessoas que consigam alguma coisa semelhante, não haverá publico para reverenciá-las.

Descanse em paz, Paul.

09/10/2008

SANE SOCIETY - ENTREVISTA COM FELIPE CERQUIZE

FELIPE CERQUIZE é engenheiro químico pós-graduado em Marketing. Com forte atuação na vida cultural do Rio de Janeiro, lançou, em 1996, o livro RHUMOR, coletânea de contos classificada pela comissão julgadora do Prêmio Nestlé de Literatura no ano de seu lançamento. Em 1999, lançou o CD de MPB chamado LÉGUAS, com apresentação do compositor Guttemberg Guarabyra. Em 2001, participou do livro EXCELÊNCIA LITERÁRIA, lançado pela Editora Litteris na X Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Em 2003, foi classificado em primeiro lugar no concurso de poesias da Faculdade Educacional Unificada Campograndense (RJ) com a obra intitulada POEMA TRANSVERSO, entre as mais de 400 poesias inscritas. Também em 2003, classificou-se em sexto lugar no Festival de Música Popular do Clube dos Compositores do Brasil com a música APÁTICO PACTO, selecionada entre as mais de 1600 canções concorrentes. Em 2004, classificou-se em sexto lugar no Concurso Internacional de Poesia Livre Celito Medeiros com a obra SONETO ALITERADO. Em 2005, lançou o livro CONTOS SINISTROS na XII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, com prefácios dos compositores Tibério Gaspar e Reginaldo Bessa. Em 2006 teve a sua música COMUNHÃO inserida na trilha sonora da novela ALÔ ALÔ MULHERES, exibida na http://www.alltv.com.br/.

Em 2007 e 2008, teve destaque artístico nas seguintes participações:

Junho/2007 - Foi classificado em primeiro lugar no concurso BALADA DO IMPOSTOR, promovido pelo poeta GERALDO CARNEIRO, com um texto sobre a morte de PAUL MCCARTNEY.

Setembro/2007 - Lançou o livro de poesias CONVERSA RIMADA, em parceria com a cantora, compositora e poetisa LUHLI, na XIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO RIO DE JANEIRO.

Novembro/2007 – Teve três músicas de sua autoria selecionadas para a trilha sonora da web novela NOS TEMPOS DA GAROA (http://www.spetaculos.com.br/)

Dezembro/2007 - Classificado em primeiro lugar no concurso de poesias da FACULDADE EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE (RJ) com a obra intitulada COMO NOSSOS FILHOS, entre as mais de 250 poesias inscritas.
Abril/2008 - Teve três músicas de sua autoria selecionada para a trilha sonora da web novela VIRADOS PRA LUA (http://www.spetaculos.com.br/)
Outubro/2008 - Recebeu MENÇÃO ESPECIAL DA UNIÃO BRASILEIRA DOS ESCRITORES para livro CONVERSA RIMADA, escrito em parceria com Luhli.

Como é que aparece a música na Sua vida?

Com menos de dez anos de idade, lembro-me que uma das minhas grandes diversões era compor músicas para os amigos, retratando nosso cotidiano infantil. Algumas passaram a ser tema para o grupo e as cantávamos o tempo todo. Na adolescência, participei de vários festivais estudantis da canção, sendo o mais interessante deles o Festival de Música do Hélio Alonso (Rio de Janeiro), em 1976, que tinha no corpo de jurados diversas personalidades da música brasileira, entre as quais Maria Bethânia, Luís Gonzaga Jr., Roberto Moura (crítico musical) e Mariozinho Rocha (atual diretor musical da Rede Globo de Televisão). O primeiro lugar desse festival coube a Fátima Guedes, hoje reconhecida como compositora e cantora do primeiro time da música brasileira.

Qual MÉTODO (pesquisa, leitura, estudos,…) você utiliza para preparar a sua obra?

Minhas inspirações não são cíclicas nem sistemáticas. Em alguns períodos, passo meses sem compor uma música sequer, em outros componho quase todos os dias. Normalmente, inicio uma melodia com a letra em função da música, mas, algumas vezes, o procedimento se inverte, o que é mais difícil para mim.

As minhas composições livres retratam temas que estão no dia-a-dia. Somente em situações específicas, faço leitura e pesquisa para o desenvolvimento de uma obra. Esse foi o caso da trilha sonora da peça infantil AVENTURAS NO REINO DA MATEMÁTICA, representada no Rio de Janeiro entre 1978 e 1983. A composição de jingles, que é uma atividade esporádica, também me leva à necessidade de pesquisa sobre a empresa contratante e seu produto.

Como também sou escritor, eventualmente acontece a transferência de elementos de uma linguagem artística para a outra. Um exemplo é o da música intitulada O FIM DA PRIMEIRA IDADE, que se derivou de uma crônica com o mesmo título.

Quando você Compõe, você trabalha em parceria ou sozinho?

Tenho mais de trezentas composições e pelo menos cem delas são em parceria, algumas vezes como letrista, outras como músico. Entre os meus parceiros estão Kiko Furtado (autor de sucessos como “Janela” (com Daniel Gonzaga), gravada por Daniela Mercury, e “Lero do bolero” (com Abel Silva), gravada por Nana Caymmi), Philippe Baden Powell (filho do saudoso violonista Baden Powell), Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro em diversas músicas), Luhli (compositora de vários sucessos gravados por Ney Matogrosso, tais como “O vira” (com João Ricardo) e “Bandoleiro” (com Lucina)), Luiz Carlos Sá (do trio Sá, Rodrix e Guarabyra), Tavito (autor de "Casa no campo" (com Zé Rodrix) e "Rua Ramalhete" (com Ney Azambuja)), Célio Mattos (compositor brasileiro, que vive na França e divulga a música brasileira naquele país), Felipe Radicetti (autor da trilha sonora do filme "Anjos do Sol"), que está para lançar o CD "Sagrado & Profano" com uma parceria nossa) e Iso Fischer (compositor paranaense, autor do sucesso “Isso e aquilo” (com Guilherme Rondon), gravado também por Nana Caymmi.


Acredito que a arte, em qualquer lugar do mundo, tenha dificuldades para se estabelecer e no Brasil não é diferente. A cultura é dinâmica e se modifica com o tempo. A chamada Música Popular Brasileira (MPB), consagrada nas décadas de sessenta e setenta, hoje já não é tão apreciada pelos mais jovens quanto naquela época. A fórmula dos festivais da canção esgotou-se, não havendo tanta receptividade por parte do público, mesmo quando organizado pela grande mídia, como foi o caso do festival apresentado pela Rede Globo de Televisão, no ano 2000. Esse é um exemplo de atrofiamento de mercado, que citei justamente por ser aquele em que me situo, mas o fato é que, independente do gênero musical, o número de músicos talentosos disponíveis é muito maior do que a procura por eles, fazendo com que muitos sejam excluídos. Então, o que vislumbro é uma caminhada longa e árdua para os que desejam ingressar no mundo da música com o objetivo estrito de mostrar sua arte. A perseverança certamente faz diferença.

Quais as dificuldades que um músico encontra atualmente no sentido mais abrangente possível – social, político, financeiro… ?

Do ponto de vista político, nos dias de hoje, os problemas são mínimos. É possível publicar qualquer letra de música sem que haja vetos por parte dos poderes instituídos.

Do ponto de vista social, é evidente a existência de nichos de compositores de acordo com a preferência das sociedades em que vivem, o que, de alguma forma, vem acompanhado de um certo segregacionismo, facilmente perceptível quando olhamos de maneira isenta cada um desses movimentos. No entanto, todos têm direito de escolha, apesar de a maioria não ter a oportunidade de conhecer quais são suas opções.

Financeiramente, as dificuldades sempre existiram e existirão e, como no futebol, somente alguns poucos privilegiados ganham fortunas, enquanto a maioria vive de migalhas. Para complicar ainda mais a situação dos que têm menos recursos, a maioria das rádios só toca as músicas daqueles que pagam para isto (o famigerado jabá).

Que qualidades se devem destacar em um músico? E quais são as suas? Gostaria de descrevê-las?

Na minha opinião, a dedicação às atividades para as quais o indivíduo possui talento é a maior qualidade de um profissional. Não devemos associar qualidade a gosto por determinados gêneros e instrumentos, pois essas são opções pessoais que não medem o quilate de uma realização.

Apesar de trabalhar como engenheiro químico, sempre me dediquei à Literatura e à Música, que são duas atividades artísticas pelas quais sou aficionado.

Qual é, atualmente, o papel da internet no trabalho de um músico, no setor de divulgação, por exemplo?

A internet vem democratizando consideravelmente as relações entre o público e o compositor. A maior vantagem para o músico independente é a possibilidade de apresentar as suas composições para a muita gente sem que haja a interferência das empresas fonográficas. Cabe tão somente ao público a decisão de ouvi-las ou não. A maior desvantagem que vejo é a falta de respeito à propriedade intelectual e ao direito autoral. Para os grandes artistas, a internet facilita a localização e a compra de seus trabalhos pelos fãs.

De todas as tuas partcipações, premiações, publicações, enfim, qual foi a que te deu maior alegria?

A Festival do Clube dos Compositores do Brasil foi o que mais me emocionou. A minha composição intitulada APÁTICO PACTO foi uma das 12 finalistas entre as mais de 1600 concorrentes de todo o Brasil. A final ocorreu no Guarujá (São Paulo), em dezembro de 2003, e fiquei em sexto lugar na classificação final. Ali tive a oportunidade de conhecer grandes compositores, como o Chico Teixeira (filho de Renato Teixeira) e o Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro), sendo que esse último tornou-se meu parceiro, depois desse encontro.

Em qual projeto você está trabalhando ultimamente e quais os teus planos para o futuro? (sempre relacionado ao mundo musical)

Atualmente, estou preparando um novo CD. No meu disco anterior (LÉGUAS), não havia parcerias. Foi uma imersão em temas que considero relevantes, tais como viagem, solidão e gente simples, como o sertanejo e o índio. Já nesse novo trabalho, o que me empolga mais é a possibilidade de pôr na voz de uma cantora profissional diversas parcerias realizadas nos últimos cinco anos, tendo como produtor o maestro Nelson Angelo, oriundo do Clube da Esquina, de quem sou fã incondicional. A cantora chama-se Ana Martins, filha da Joyce, que foi cantada pela mãe na música Clareana, que foi finalista do Festival MPB 80, da Rede Globo. O CD deverá ser lançado em 2009.

Se quiser acrescentar algo mais,... sinta-se inteiramente à vontade.

Quero agradecer à Sane Society pela oportunidade que me dá com esta entrevista. Para os leitores que quiserem enviar mensagens, disponibilizo o e-mail cerquize@gmail.com. Os endereços para aquisição dos meus trabalhos editados são:

CD LÉGUAS – leguas2000@hotmail.com
Livro RHUMOR – rhumor2000@hotmail.com
Livro CONTOS SINISTROS – contos.sinistros@gmail.com
Livro CONVERSA RIMADA - conversarimada@gmail.com

Abraços a todos.

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Entrevista realizada por Sandra Sarti - Representante do idioma português da organização Sane Society.

08/10/2008

EDITORA COMUNICA PRÊMIO CONQUISTADO

A Litteris Editora anuncia o prêmio conquistado pelo Conversa Rimada na página principal do seu site: http://www.litteris.com.br/home.htm O livro recebeu MENÇÃO ESPECIAL no Prêmio Afonso Félix de Souza. A solenidade de premiação acontecerá na Academia Brasileira de Letras:

Dia e hora: 31/10/2008, às 16h.
Local: Teatro R. Magalhães Jr., da ABL.
Av. Presidente Wilson, 203 – Centro, Rio de Janeiro - RJ.

07/10/2008

CONSTRUINDO A TRAMA

Música: Eduardo Franco
Letra: Felipe Cerquize

Não há sorte que ocorra ao acaso,
na falta da fatalidade.
Cada passo faz o caminho
que desfibrila o destino
do coração do menino
que sonhou amar a vida.

Se os passos descompassados
conspiram a favor do futuro,
vou tateando no escuro,
baqueando em bachianas,
estremecendo o meu glote,
calejando o teu culote.

Pode ser que o último fio
seja o próprio pavio,
que atravessa a vela e revela
que tudo é premeditado
e o amor não fica de lado
quando se constrói a trama.

Ouça a música acessando o endereço, abaixo

http://www.mp3tube.net/musics/Eduardo-Franco-e-Felipe-Cerquize-02-Construindo-a-trama/167359/

06/10/2008

SINCRETISMO

No final de setembro, quando estive em Salvador (BA) filmei parte de uma missa numa igreja do Pelourinho (vejam no vídeo, abaixo). Nunca tinha visto o sincretismo baiano de perto e achei muito interessante essa mescla de rituais. A Bahia, realmente, é um estado de espírito.

03/10/2008

CONVERSA RIMADA PREMIADO PELA UBE

O presidente da União Brasileira dos Escritores (UBE), Edir Meirelles, ligou para mim, informando que eu e a Luhli estamos entre os premiados do Concurso UBE-RJ 2008, para livros editados em 2007. O nosso Conversa Rimada. Recebeu MENÇÃO ESPECIAL no Prêmio Afonso Félix de Souza.

Ter um trabalho reconhecido é sempre bom, não importa em qual área de atuação seja. Obter esse reconhecimento da União Brasileira dos Escritores me dá um orgulho muito grande. A minha menção especial particular vai para a minha parceira, que em nenhum momento pensou em deixar de realizar esse projeto, mesmo com seu brilho artístico anos-luz à frente do meu.

A solenidade de premiação acontecerá na Academia Brasileira de Letras:

Dia e hora: 31/10/2008, às 16h.
Local: Teatro R. Magalhães Jr., da ABL.
Av. Presidente Wilson, 203 – Centro, Rio de Janeiro - RJ.

Convido aos que estiverem pelo centro do Rio de Janeiro, na sexta-feira 31/10, para um papo, depois da solenidade na ABL.

Abaixo, a relação completa de premiados, conforme correio eletrônico recebido da UBE.

Abraços!

Felipe


União Brasileira de Escritores (UBE-RJ) – 2008

PREMIADOS

LIVRO ESCRITO POR MULHER
Prêmio ALEJANDRO CABASSA
“Talvez crônicas” – vol. II
GLENDA MAIER
Rio de Janeiro - RJ.

ENSAIO
Prêmio ENEIDA DE MORAES
“O despertar do nativismo brasileiro”
EDSON MONTEIRO
Rio de Janeiro, RJ.

CONTOS
Prêmio HARRY LAUS

1º lugar MEDALHA HARRY LAUS: “Histórias de Fogo”
FLÁVIA SAVARY
Teresópolis - RJ.

2º lugar: “Já sem os adereços”
PEDRO FRANCO
Rio de Janeiro, RJ.

3º lugar: “Hóspede do silêncio”
BERREDO DE MENEZES
Vila Velha - ES

ROMANCE
Prêmio MARQUES REBELO

1º lugar: “Apassionada”
LEDA MIRANDA HÜHNE
Rio de Janeiro, RJ.

2º lugar: “As escolhas de Rafael” (Editora Salesiana)
FLÁVIA SAVARY
Teresópolis – RJ.

3º lugar: “A traficante do Morro do Careca”
GERALDO EDSON DE ANDRADE
Rio de Janeiro - RJ.
POESIA
Prêmio AFONSO FÉLIX DE SOUZA

1º lugar: “Passaporte para o país das palavras”
MARCUS VINICIUS QUEIROGA
Rio de Janeiro, RJ.

2º lugar: “Tempestade na proa”
GABRIEL NASCENTE
Goiânia - GO.

3º lugar: “Flauta sonâmbula”
BERREDO DE MENEZES
Vila Velha - ES.

MENÇÃO HONROSA
“Caminhos de sempre”
COELHO VAZ
Goiânia - GO.

MENÇÃO ESPECIAL
“Conversa rimada”
FELIPE CERQUIZE em co-autoria com LUHLI
Rio de Janeiro, RJ.

LITERATURA INFANTIL E JUVENIL
Prêmio ADOLFO AISEN

1º lugar: “Lili, a estrela do mar”
KATIA MACHADO PINO
Rio de Janeiro, RJ.

2º lugar: “Operação Resgate na Jordânia”
LUCIANA SAVAGET
Rio de Janeiro – RJ.

3º lugar: “O Menino e o Canário”
PAULO REZENDE
Goiânia – GO.