11/10/2008

PAUL MCCARTNEY MORREU


“The dream is over!”, mostrava a faixa de um dos fãs que se aglomeravam no cemitério de Liverpool. Era uma manhã chuvosa e fria e o mundo finalmente se deparava com a crueza da frase de Lennon, sem nenhum apelo que pudesse justificar alguma esperança de se escutarem novas canções do último componente vivo da maior banda de música de todos os tempos. O sonho definitivamente havia acabado. Paul McCartney morreu.

Nos anos sessenta surgiram boatos que diziam que Paul teria morrido em um acidente de moto. Dando asas à imaginação do seu público, os Beatles teriam, então, deixado algumas pistas em músicas, capas de discos e filmes, para que o público pudesse deduzir que Paul McCartney morreu e que quem estava no seu lugar era apenas um sósia.

A primeira suspeita foi quando os Beatles anunciaram que não fariam mais shows ao vivo. No disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, a capa estaria simbolizando a sepultura de Paul, com todas as pessoas ao redor e com arranjos de flores que lembravam um funeral.

O nome do disco Magical Mystery Tour (Jornada Mágica e Misteriosa) seria a jornada para decifrar os mistérios da morte de Paul. Em Strawberry Fields Forever, Lennon diz: "I buried Paul" (Eu enterrei Paul).

No disco branco, em I'm So Tired, escutando a música de trás para frente, Lennon diz: "Paul is dead, man!".

No disco Yellow Submarine, o submarino amarelo dá a impressão de ser um caixão enterrado na montanha e na capa há também uma mão aberta sobre a cabeça de Paul McCartney (os mortos são abençoados com a mão aberta sobre a cabeça).

No disco Abbey Road, o último gravado, a foto de capa mostra os Beatles atravessando a rua, sendo que Paul está de olhos fechados, descalço e com o passo trocado em relação aos outros. A placa do fusca branco estacionado na rua é 28IF, o que queria dizer que Paul teria 28 anos se (IF) estivesse vivo. Além disso, na Inglaterra, o Fusca é chamado de Beetle e havia um carro funerário estacionado.

Existiam várias outras pistas, que mexiam profundamente com os que admiravam aquela banda. Ironicamente, Paul McCartney foi o último dos quatro Beatles a morrer. Nas paredes da sala em que estava sendo velado, foram estampados diversos posters com a foto do seu disco de 1993, "Paul Is Live”, em que ele fazia referência ao boato de sua morte, provando que tudo era realmente mentira. Aquela foto de capa também foi tirada no mesmo local da de Abbey Road e, nela, Paul acertou o passo, calçou as botas, já não havia mais o carro funerário e na placa do fusca estava escrito 50IS, que era a idade que Paul estava (IS) quando lançou o disco.

Não se sabe por quê, mas o próprio Paul subestimava a obra dos Beatles, dizendo que havia sido apenas mais uma banda. Yoko Ono ainda vive, mas só traz más recordações. Estranhamente, Michel Jackson continua como proprietário do espólio artístico do grupo.
Já não existem movimentos humanísticos mundiais que justifiquem a paz e o amor, mesmo que ainda estejamos em tempos de cólera.

Por mais que queiramos, ninguém nunca conseguirá reproduzir o fenômeno que se passou com os quatro garotos de Liverpool. A poesia contundente de Lennon e a musicalidade de McCartney formaram uma espécie de conjuntura artística irreprodutível. E mesmo que por um milagre surjam pessoas que consigam alguma coisa semelhante, não haverá publico para reverenciá-las.

Descanse em paz, Paul.

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