FELIPE CERQUIZE é engenheiro químico pós-graduado em Marketing. Com forte atuação na vida cultural do Rio de Janeiro, lançou, em 1996, o livro RHUMOR, coletânea de contos classificada pela comissão julgadora do Prêmio Nestlé de Literatura no ano de seu lançamento. Em 1999, lançou o CD de MPB chamado LÉGUAS, com apresentação do compositor Guttemberg Guarabyra. Em 2001, participou do livro EXCELÊNCIA LITERÁRIA, lançado pela Editora Litteris na X Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Em 2003, foi classificado em primeiro lugar no concurso de poesias da Faculdade Educacional Unificada Campograndense (RJ) com a obra intitulada POEMA TRANSVERSO, entre as mais de 400 poesias inscritas. Também em 2003, classificou-se em sexto lugar no Festival de Música Popular do Clube dos Compositores do Brasil com a música APÁTICO PACTO, selecionada entre as mais de 1600 canções concorrentes. Em 2004, classificou-se em sexto lugar no Concurso Internacional de Poesia Livre Celito Medeiros com a obra SONETO ALITERADO. Em 2005, lançou o livro CONTOS SINISTROS na XII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, com prefácios dos compositores Tibério Gaspar e Reginaldo Bessa. Em 2006 teve a sua música COMUNHÃO inserida na trilha sonora da novela ALÔ ALÔ MULHERES, exibida na http://www.alltv.com.br/.
Em 2007 e 2008, teve destaque artístico nas seguintes participações:
Junho/2007 - Foi classificado em primeiro lugar no concurso BALADA DO IMPOSTOR, promovido pelo poeta GERALDO CARNEIRO, com um texto sobre a morte de PAUL MCCARTNEY.
Setembro/2007 - Lançou o livro de poesias CONVERSA RIMADA, em parceria com a cantora, compositora e poetisa LUHLI, na XIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO RIO DE JANEIRO.
Novembro/2007 – Teve três músicas de sua autoria selecionadas para a trilha sonora da web novela NOS TEMPOS DA GAROA (http://www.spetaculos.com.br/)
Dezembro/2007 - Classificado em primeiro lugar no concurso de poesias da FACULDADE EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE (RJ) com a obra intitulada COMO NOSSOS FILHOS, entre as mais de 250 poesias inscritas.
Junho/2007 - Foi classificado em primeiro lugar no concurso BALADA DO IMPOSTOR, promovido pelo poeta GERALDO CARNEIRO, com um texto sobre a morte de PAUL MCCARTNEY.
Setembro/2007 - Lançou o livro de poesias CONVERSA RIMADA, em parceria com a cantora, compositora e poetisa LUHLI, na XIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO RIO DE JANEIRO.
Novembro/2007 – Teve três músicas de sua autoria selecionadas para a trilha sonora da web novela NOS TEMPOS DA GAROA (http://www.spetaculos.com.br/)
Dezembro/2007 - Classificado em primeiro lugar no concurso de poesias da FACULDADE EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE (RJ) com a obra intitulada COMO NOSSOS FILHOS, entre as mais de 250 poesias inscritas.
Abril/2008 - Teve três músicas de sua autoria selecionada para a trilha sonora da web novela VIRADOS PRA LUA (http://www.spetaculos.com.br/)
Outubro/2008 - Recebeu MENÇÃO ESPECIAL DA UNIÃO BRASILEIRA DOS ESCRITORES para livro CONVERSA RIMADA, escrito em parceria com Luhli.
Como é que aparece a música na Sua vida?
Com menos de dez anos de idade, lembro-me que uma das minhas grandes diversões era compor músicas para os amigos, retratando nosso cotidiano infantil. Algumas passaram a ser tema para o grupo e as cantávamos o tempo todo. Na adolescência, participei de vários festivais estudantis da canção, sendo o mais interessante deles o Festival de Música do Hélio Alonso (Rio de Janeiro), em 1976, que tinha no corpo de jurados diversas personalidades da música brasileira, entre as quais Maria Bethânia, Luís Gonzaga Jr., Roberto Moura (crítico musical) e Mariozinho Rocha (atual diretor musical da Rede Globo de Televisão). O primeiro lugar desse festival coube a Fátima Guedes, hoje reconhecida como compositora e cantora do primeiro time da música brasileira.
Qual MÉTODO (pesquisa, leitura, estudos,…) você utiliza para preparar a sua obra?
Minhas inspirações não são cíclicas nem sistemáticas. Em alguns períodos, passo meses sem compor uma música sequer, em outros componho quase todos os dias. Normalmente, inicio uma melodia com a letra em função da música, mas, algumas vezes, o procedimento se inverte, o que é mais difícil para mim.
As minhas composições livres retratam temas que estão no dia-a-dia. Somente em situações específicas, faço leitura e pesquisa para o desenvolvimento de uma obra. Esse foi o caso da trilha sonora da peça infantil AVENTURAS NO REINO DA MATEMÁTICA, representada no Rio de Janeiro entre 1978 e 1983. A composição de jingles, que é uma atividade esporádica, também me leva à necessidade de pesquisa sobre a empresa contratante e seu produto.
Como também sou escritor, eventualmente acontece a transferência de elementos de uma linguagem artística para a outra. Um exemplo é o da música intitulada O FIM DA PRIMEIRA IDADE, que se derivou de uma crônica com o mesmo título.
Quando você Compõe, você trabalha em parceria ou sozinho?
Tenho mais de trezentas composições e pelo menos cem delas são em parceria, algumas vezes como letrista, outras como músico. Entre os meus parceiros estão Kiko Furtado (autor de sucessos como “Janela” (com Daniel Gonzaga), gravada por Daniela Mercury, e “Lero do bolero” (com Abel Silva), gravada por Nana Caymmi), Philippe Baden Powell (filho do saudoso violonista Baden Powell), Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro em diversas músicas), Luhli (compositora de vários sucessos gravados por Ney Matogrosso, tais como “O vira” (com João Ricardo) e “Bandoleiro” (com Lucina)), Luiz Carlos Sá (do trio Sá, Rodrix e Guarabyra), Tavito (autor de "Casa no campo" (com Zé Rodrix) e "Rua Ramalhete" (com Ney Azambuja)), Célio Mattos (compositor brasileiro, que vive na França e divulga a música brasileira naquele país), Felipe Radicetti (autor da trilha sonora do filme "Anjos do Sol"), que está para lançar o CD "Sagrado & Profano" com uma parceria nossa) e Iso Fischer (compositor paranaense, autor do sucesso “Isso e aquilo” (com Guilherme Rondon), gravado também por Nana Caymmi.
Quando você Compõe, você trabalha em parceria ou sozinho?
Tenho mais de trezentas composições e pelo menos cem delas são em parceria, algumas vezes como letrista, outras como músico. Entre os meus parceiros estão Kiko Furtado (autor de sucessos como “Janela” (com Daniel Gonzaga), gravada por Daniela Mercury, e “Lero do bolero” (com Abel Silva), gravada por Nana Caymmi), Philippe Baden Powell (filho do saudoso violonista Baden Powell), Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro em diversas músicas), Luhli (compositora de vários sucessos gravados por Ney Matogrosso, tais como “O vira” (com João Ricardo) e “Bandoleiro” (com Lucina)), Luiz Carlos Sá (do trio Sá, Rodrix e Guarabyra), Tavito (autor de "Casa no campo" (com Zé Rodrix) e "Rua Ramalhete" (com Ney Azambuja)), Célio Mattos (compositor brasileiro, que vive na França e divulga a música brasileira naquele país), Felipe Radicetti (autor da trilha sonora do filme "Anjos do Sol"), que está para lançar o CD "Sagrado & Profano" com uma parceria nossa) e Iso Fischer (compositor paranaense, autor do sucesso “Isso e aquilo” (com Guilherme Rondon), gravado também por Nana Caymmi.
Acredito que a arte, em qualquer lugar do mundo, tenha dificuldades para se estabelecer e no Brasil não é diferente. A cultura é dinâmica e se modifica com o tempo. A chamada Música Popular Brasileira (MPB), consagrada nas décadas de sessenta e setenta, hoje já não é tão apreciada pelos mais jovens quanto naquela época. A fórmula dos festivais da canção esgotou-se, não havendo tanta receptividade por parte do público, mesmo quando organizado pela grande mídia, como foi o caso do festival apresentado pela Rede Globo de Televisão, no ano 2000. Esse é um exemplo de atrofiamento de mercado, que citei justamente por ser aquele em que me situo, mas o fato é que, independente do gênero musical, o número de músicos talentosos disponíveis é muito maior do que a procura por eles, fazendo com que muitos sejam excluídos. Então, o que vislumbro é uma caminhada longa e árdua para os que desejam ingressar no mundo da música com o objetivo estrito de mostrar sua arte. A perseverança certamente faz diferença.
Quais as dificuldades que um músico encontra atualmente no sentido mais abrangente possível – social, político, financeiro… ?
Do ponto de vista político, nos dias de hoje, os problemas são mínimos. É possível publicar qualquer letra de música sem que haja vetos por parte dos poderes instituídos.
Do ponto de vista social, é evidente a existência de nichos de compositores de acordo com a preferência das sociedades em que vivem, o que, de alguma forma, vem acompanhado de um certo segregacionismo, facilmente perceptível quando olhamos de maneira isenta cada um desses movimentos. No entanto, todos têm direito de escolha, apesar de a maioria não ter a oportunidade de conhecer quais são suas opções.
Financeiramente, as dificuldades sempre existiram e existirão e, como no futebol, somente alguns poucos privilegiados ganham fortunas, enquanto a maioria vive de migalhas. Para complicar ainda mais a situação dos que têm menos recursos, a maioria das rádios só toca as músicas daqueles que pagam para isto (o famigerado jabá).
Que qualidades se devem destacar em um músico? E quais são as suas? Gostaria de descrevê-las?
Na minha opinião, a dedicação às atividades para as quais o indivíduo possui talento é a maior qualidade de um profissional. Não devemos associar qualidade a gosto por determinados gêneros e instrumentos, pois essas são opções pessoais que não medem o quilate de uma realização.
Apesar de trabalhar como engenheiro químico, sempre me dediquei à Literatura e à Música, que são duas atividades artísticas pelas quais sou aficionado.
Qual é, atualmente, o papel da internet no trabalho de um músico, no setor de divulgação, por exemplo?
A internet vem democratizando consideravelmente as relações entre o público e o compositor. A maior vantagem para o músico independente é a possibilidade de apresentar as suas composições para a muita gente sem que haja a interferência das empresas fonográficas. Cabe tão somente ao público a decisão de ouvi-las ou não. A maior desvantagem que vejo é a falta de respeito à propriedade intelectual e ao direito autoral. Para os grandes artistas, a internet facilita a localização e a compra de seus trabalhos pelos fãs.
De todas as tuas partcipações, premiações, publicações, enfim, qual foi a que te deu maior alegria?
A Festival do Clube dos Compositores do Brasil foi o que mais me emocionou. A minha composição intitulada APÁTICO PACTO foi uma das 12 finalistas entre as mais de 1600 concorrentes de todo o Brasil. A final ocorreu no Guarujá (São Paulo), em dezembro de 2003, e fiquei em sexto lugar na classificação final. Ali tive a oportunidade de conhecer grandes compositores, como o Chico Teixeira (filho de Renato Teixeira) e o Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro), sendo que esse último tornou-se meu parceiro, depois desse encontro.
Em qual projeto você está trabalhando ultimamente e quais os teus planos para o futuro? (sempre relacionado ao mundo musical)
Atualmente, estou preparando um novo CD. No meu disco anterior (LÉGUAS), não havia parcerias. Foi uma imersão em temas que considero relevantes, tais como viagem, solidão e gente simples, como o sertanejo e o índio. Já nesse novo trabalho, o que me empolga mais é a possibilidade de pôr na voz de uma cantora profissional diversas parcerias realizadas nos últimos cinco anos, tendo como produtor o maestro Nelson Angelo, oriundo do Clube da Esquina, de quem sou fã incondicional. A cantora chama-se Ana Martins, filha da Joyce, que foi cantada pela mãe na música Clareana, que foi finalista do Festival MPB 80, da Rede Globo. O CD deverá ser lançado em 2009.
Quais as dificuldades que um músico encontra atualmente no sentido mais abrangente possível – social, político, financeiro… ?
Do ponto de vista político, nos dias de hoje, os problemas são mínimos. É possível publicar qualquer letra de música sem que haja vetos por parte dos poderes instituídos.
Do ponto de vista social, é evidente a existência de nichos de compositores de acordo com a preferência das sociedades em que vivem, o que, de alguma forma, vem acompanhado de um certo segregacionismo, facilmente perceptível quando olhamos de maneira isenta cada um desses movimentos. No entanto, todos têm direito de escolha, apesar de a maioria não ter a oportunidade de conhecer quais são suas opções.
Financeiramente, as dificuldades sempre existiram e existirão e, como no futebol, somente alguns poucos privilegiados ganham fortunas, enquanto a maioria vive de migalhas. Para complicar ainda mais a situação dos que têm menos recursos, a maioria das rádios só toca as músicas daqueles que pagam para isto (o famigerado jabá).
Que qualidades se devem destacar em um músico? E quais são as suas? Gostaria de descrevê-las?
Na minha opinião, a dedicação às atividades para as quais o indivíduo possui talento é a maior qualidade de um profissional. Não devemos associar qualidade a gosto por determinados gêneros e instrumentos, pois essas são opções pessoais que não medem o quilate de uma realização.
Apesar de trabalhar como engenheiro químico, sempre me dediquei à Literatura e à Música, que são duas atividades artísticas pelas quais sou aficionado.
Qual é, atualmente, o papel da internet no trabalho de um músico, no setor de divulgação, por exemplo?
A internet vem democratizando consideravelmente as relações entre o público e o compositor. A maior vantagem para o músico independente é a possibilidade de apresentar as suas composições para a muita gente sem que haja a interferência das empresas fonográficas. Cabe tão somente ao público a decisão de ouvi-las ou não. A maior desvantagem que vejo é a falta de respeito à propriedade intelectual e ao direito autoral. Para os grandes artistas, a internet facilita a localização e a compra de seus trabalhos pelos fãs.
De todas as tuas partcipações, premiações, publicações, enfim, qual foi a que te deu maior alegria?
A Festival do Clube dos Compositores do Brasil foi o que mais me emocionou. A minha composição intitulada APÁTICO PACTO foi uma das 12 finalistas entre as mais de 1600 concorrentes de todo o Brasil. A final ocorreu no Guarujá (São Paulo), em dezembro de 2003, e fiquei em sexto lugar na classificação final. Ali tive a oportunidade de conhecer grandes compositores, como o Chico Teixeira (filho de Renato Teixeira) e o Zé Alexandre (parceiro de Osvaldo Montenegro), sendo que esse último tornou-se meu parceiro, depois desse encontro.
Em qual projeto você está trabalhando ultimamente e quais os teus planos para o futuro? (sempre relacionado ao mundo musical)
Atualmente, estou preparando um novo CD. No meu disco anterior (LÉGUAS), não havia parcerias. Foi uma imersão em temas que considero relevantes, tais como viagem, solidão e gente simples, como o sertanejo e o índio. Já nesse novo trabalho, o que me empolga mais é a possibilidade de pôr na voz de uma cantora profissional diversas parcerias realizadas nos últimos cinco anos, tendo como produtor o maestro Nelson Angelo, oriundo do Clube da Esquina, de quem sou fã incondicional. A cantora chama-se Ana Martins, filha da Joyce, que foi cantada pela mãe na música Clareana, que foi finalista do Festival MPB 80, da Rede Globo. O CD deverá ser lançado em 2009.
Se quiser acrescentar algo mais,... sinta-se inteiramente à vontade.
Quero agradecer à Sane Society pela oportunidade que me dá com esta entrevista. Para os leitores que quiserem enviar mensagens, disponibilizo o e-mail cerquize@gmail.com. Os endereços para aquisição dos meus trabalhos editados são:
CD LÉGUAS – leguas2000@hotmail.com
Livro RHUMOR – rhumor2000@hotmail.com
Livro CONTOS SINISTROS – contos.sinistros@gmail.com
Quero agradecer à Sane Society pela oportunidade que me dá com esta entrevista. Para os leitores que quiserem enviar mensagens, disponibilizo o e-mail cerquize@gmail.com. Os endereços para aquisição dos meus trabalhos editados são:
CD LÉGUAS – leguas2000@hotmail.com
Livro RHUMOR – rhumor2000@hotmail.com
Livro CONTOS SINISTROS – contos.sinistros@gmail.com
Livro CONVERSA RIMADA - conversarimada@gmail.com
Abraços a todos.
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Entrevista realizada por Sandra Sarti - Representante do idioma português da organização Sane Society.
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