28/09/2010

BITUCA PARA CRIANÇAS - POR KIKO CONTINENTINO

LUCYNHA - SHOW BITUCA PARA CRIANÇAS - TRÊS PONTAS (MG)
BITUCA PARA CRIANÇAS - VESPASIANO (MG)
BITUCA PARA CRIANÇAS - VESPASIANO (MG)
BITUCA PARA CRIANÇAS-NEGUINHO,PATRICIA E LUCYNHA-VESPASIANO (MG)
BITUCA PARA CRIANÇAS - TRÊS PONTAS (MG)
CENTRO CULTURAL MILTON NASCIMENTO - TRÊS PONTAS (MG)
KIKO CONTINENTINO E LUCYNHA

Prezados amigos, venho aqui reportar e compartilhar com vocês boas notícias.
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Realizamos dias atrás em Minas Gerais um projeto novo de oficinas e shows chamado BITUCA para CRIANÇAS – Canções de Milton Nascimento -, que foi um grande barato! Viajamos em TRIO: eu no teclado (+ arranjos e direção musical), minha esposa Lucynha, cantora, educadora musical e regente coral - que ministrou as oficinas e nos shows se desdobrou na percussão – e o grande talento multi-instrumentista Clauton “Neguinho” Sales, que além da bateria e trompete – simultaneamente – ainda “encontrou tempo” de nos ajudar com seus belos vocais.
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Não conseguimos levar contrabaixista e a função ficou mesmo na minha mão esquerda; por vezes, programei no ‘sequencer’ do teclado um contrabaixo para nos auxiliar. E assim fomos a duas cidades mineiras, Vespasiano e Três Pontas, estrear esse novo trabalho. Agradeço ao Lindomar do Festival Internacional de Corais pelo convite e o empreendimento de um super festival, que envolve dezenas de cidades e apresentações das mais diversas em MG. Em semi-breve relato, tentarei descrever como foi a nossa parte, nesses 4 dias.
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Chegamos a Vespasiano - pequena e simpática cidade, na periferia de BH - na segunda-feira, 20set2010. Apesar de pequenos problemas estruturais, realizamos a primeira oficina numa escola pública da periferia da cidade para umas 30 crianças, ansiosas em participar. Contornamos os contratempos com o auxílio da cuidadosa produção da Carol, Kênia e Fabiano da Champagne Eventos, empresa de cerimoniais da agradável cidadezinha de Pedro Leopoldo – localizada bem atrás do aeroporto de Confins.
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No dia seguinte, o show foi na mesma escola, na quadra de esportes, com sonorização do Luiz - também de Pedro Leopoldo. A diretora, Sandra, foi muito gentil e receptiva conosco, assim como as professoras do grupo. Um povo simples e alto-astral que adorou a iniciativa do projeto. Eram mais de 100 crianças dessa vez. No final, pedimos para se aproximarem do palco e na 'Canção da América', minha esposa se emocionou ao ver os olhos embargados de um menino que cantava com a gente. Quando começou a descer rios e rios de lágrimas dos olhos do menino, ela não se conteve e também chorou, chorou a beça... Não conseguiu terminar a música.
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Isso mostra a força da obra do Milton. E dos seus maravilhosos parceiros, como Fernando Brant que escreveu a “música do amigo” - como era conhecida “Canção da América” na escola do meu filho, aqui em Niterói. Na época, as crianças estavam meio “briguentas” e as professoras resolveram instituir a “semana do amigo” que tinha como símbolo, essa canção – na verdade, um hino da fraternidade. A música do Bituca se comunica de forma ainda mais fluente com os pequenos. A reação espontânea de uma criança, nada mais do que um ser em estado bruto de espontaneidade, nos aponta uma direção: temos que levar esse 'Bituca para Crianças' avante...
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Logo após o show em Vespasiano, fomos para Três Pontas - mais ou menos 4 horas de van. Chegamos à noite. Curiosamente, eu já conhecia bem os caminhos da cidade. Não era pra menos. Uma semana antes, fiquei hospedado por 10 dias na casa do seu Zino (sob os cuidados da Beth – irmã do Bituca), onde o Milton foi criado. Estávamos ensaiando o show do novo CD do Milton – “E a Gente Sonhando...” - gravado com músicos de Três Pontas e apresentado ao público no segundo Festival do Mundo – super realização da produtora e escritora Maria Dolores.
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Assim que nos instalamos no Hotel Brasil, fomos ter com Jacaré, figuraça primo do Bituca e Marco Elizeo, que coordenava o festival por lá, na Praça Travessia – em frente à casa do seu Zino. Assistimos 3 grupos vocais. O primeiro, um grupo local: as 'Cigarras de Rosa', côro regido pelo Maurinho, que cantou com a gente no lançamento do CD do Bituca; logo depois entrou um puta grupo vocal venezuelano chamado 'Bocapella', com cantores que usam a voz como efeito percussivo e são excelentes no ritmo caribenho - além de cantarem pacas. Eles arrasaram. Eram 6 ou 7 homens, mas “o arranjador” era uma mulher, uma figuraça que dançava animadamente na praça onde se realizaram as apresentações. Gostei muito do arranjo do 'Bocapella' para CANÇÃO do SAL, música que adoro e já gravei no meu CD com o Sambajazz Trio.
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Logo após os venezuelanos, entraram as meninas do TXAI com a Clarissa, responsável pelo coro que tocou com a gente no show do Bituca – aquele de 10 dias atrás – e mais três cantoras e três músicos, todos muito talentosos, de BH. Muito bonito o arranjo para 'Ponta de Areia'. Infelizmente não ficamos até o final. Tivemos que seguir para o jantar, cuidar do alimento elementar sem o qual não poderíamos render no dia seguinte.
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Quarta-feira, 22set2010. Pela manhã, partimos para a oficina no Centro Cultural Milton Nascimento –, local TAMBÉM muito familiar para mim. Foi ali que ensaiamos, durante uma semana, o repertório do novo show do Bituca com a “thurma” de 3ptas. É um teatro bonito, com acústica excelente, localizado atrás do “TOC” (Trespontano Olímpico Clube). Fiquei muy contente em saber que trabalharíamos nesse lugar. Ali tudo transpira música.
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A Lucynha coordenou uma excelente oficina para 350 crianças (comportadíssimas) da rede pública da cidade. Muitas da área rural. Que experiência única, essa! Levar a música do Milton pr'uma garotada que não tem essa oportunidade todo dia! Agradeço a Secretária de Educação, a todo o pessoal da secretaria e as professoras que tão bem receberam o nosso trabalho!
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Foi uma oficina de quase 2 horas onde a Lu passou exercícios vocais, falou um bocado de música - sempre de forma lúdica - e colocou as crianças para participar, cantar junto com a gente. Passamos com elas alguns dos vocais que 'cairiam' no show, logo após o almoço.
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O show foi mágico e bem interativo, com a criançada participando, cantando junto... No final, muitas subiram ao palco, divididas em dois grupos – cada um com dezenas de crianças. O primeiro grupo cantou 'Bailes da Vida' e o segundo, 'Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor', do Lô e do Marcinho. Neguinho, como sempre, mandou-ver na bateria, trompete e principalmente nos vocais. Saí de lá com a sensação de 'missão cumprida'. Adorei conversar depois com a turma da secretaria de educação trespontana que possibilitou toda essa operação. Estão todas de parabéns.
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Marco Elizeo e Alex Tiso, meus companheiros dos tempos de Fredera (estive em Três Pontas entre 1988 e 1989) também ajudaram bastante, inclusive nos vocais, assim como o Ronaldo do som. Tivemos também a participação 'meteórica' do Andrezinho, figura maravilhosa da cidade que além de arrasar nos vocais em 'Maria Maria', encontrou tempo para consertar uma peça do meu teclado que estava solta.
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Encontrei também por lá amigos talentosíssimos da cidade: Clayton Prosperi e Ismael Tiso Jr, vulgo 'Marrequinho' (os dois TAMBÉM participaram do show do Bituca...), além do super-motora e futebol player Edu. Sou grato ao Edu pelos passes precisos na 'pelada' disputada dias atrás em 3ptas, que marcou o meu ‘retorno triunfal’ ao futebol (fui a sensação da pelada, com 5 gols marcados... rsrs... o pior é que não é brincadeira... tudo graças ao Edu, que me municiou de forma generosa; e jogou no Santos da época de Muller e Caio, sob comando do Luxemburgo). Sempre por perto, estava a Vanusa, fotógrafa que registrou nossa apresentação no twitter cam.
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Três pontas é assim: povo acolhedor, gente boa demais.
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Esse é o retrato do interior do meu estado: MG.
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Como gostaria de morar num lugar assim...
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Depois do show ainda arrumamos tempo para conhecer uma maravilhosa ‘padoca’ local. E comer os famosos cigarretes de queijo-presunto e um refri, que não me lembro o nome agora, de abacaxi - saborosíssimo; segundo a Vanusa, parece 'bala chita líquida'... Quem é de minas sabe do q estou falando. Ah, o picolé de salada de frutas do 'Sorvete do Chico' é também parada obrigatória para quem for a Três Pontas no festival do ano que vem.
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Interessante como a gente vai despertando para coisas mais sérias de forma natural, às vezes meio por acaso. Essa é a proposta do 'Bituca para Crianças', 'Bossa-nova para Crianças' e do 'Brasileirinho', projetos educativos que tenho com minha companheira Lucynha que além de cantora é educadora musical e trabalha com vozes infantis.
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Temos aí um terreno muito grande a ser explorado.
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Vamos tocando essa bola pra frente... A idéia merece ser levada adiante.
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... Quem tiver algo a dizer, deixe aqui suas palavras.abraços a todos
KIKO CONTINENTINO

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2 comentários:

FELIPE CERQUIZE disse...

Fascinante esse seu relato, Kiko.

A associação das músicas do Bituca com crianças me parece natural, pois ele sempre as colocou em seus trabalhos. Se não me engano, o disco Minas foi o primeiro onde coros infantis surgiram como vinhetas cativantes. Independente disso, as canções do Milton têm um lado juvenil e lúdico forte e nos remetem aos momentos felizes de nossas vidas, que predominantemente acontecem na infância e na adolescência. Claro que seus parceiros contribuem significativamente para essa sensibilidade, com seus versos.

Fui a Três Pontas duas vezes. A primeira em janeiro de 2009, quando fiz a viagem pela Estrada Real, passando por lá antes de ir para São Lourenço. Eu e a Nilza ficamos sentados na praça Travessia bastante tempo, na esperança de ver alguém entrando ou saindo da casa de seu Zino, mas não tivemos essa sorte e ao mesmo tempo não tivemos coragem de bater palmas no portão para ter um dedo de prosa. A segunda vez, foi em dezembro do mesmo ano. Cheguei no dia seguinte ao Festival Música do Mundo (27/12) e acabei não encontrando mais ninguém. Fui à casa do Heitor Branquinho, mas ele também já tinha zarpado para São Paulo. Ficamos, então, eu Nilza, dona Eliana (mãe do Heitor Branquinho) e Hugo (irmão) conversando e tocando violão a tarde toda. A cidade é muito agradável e pretendo voltar outras vezes, ainda mais agora com tantos amigos que também gostam de lá.

Parabéns pelo trabalho, Kiko.

Grande abraço!

Felipe

Unknown disse...

Olá, turma, sou a Carol, da Champagne Cerimonial, que aparece nesse lindo relato do Kiko. E bom, nossa...quanta honra encontrar o nome da nossa empresa lembrando, com tanto carinho, por duas pessoas que sabem o quanto as considero especiais - o KIko e a Lucynha. Foram momentos mais que especiais. E me desdobraria quantas vezes forem necessárias, para estar com vocês! Espero poder revê-los em breve... e que eu seja sempre privilegiada com a presença de pessoas especiais e músicos tão talentosos quanto eles! Um bjo enorme!
Carol Lopes e equipe Champagne Cerimonial e Eventos