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Boca-livre,
prato feito,
pau-mandado,
folha seca,
galho fraco,
pé-de-vento,
braço forte,
olho gordo.
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Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
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Pé-de-cabra,
ombro a ombro,
trem de doido,
dor no peito,
sono eterno,
paz na Terra,
pé na tábua
e fé em Deus.
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Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
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Piso na terra batida,
durmo em cama de campanha,
vou pro mato sem cachorro,
ganho a pena de morte.
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Cada passo tem seu preço,
cada mão tem seu apreço.
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Já não sei se levo a vida
ou se alguém leva por mim.
Eu só sei que vou vivendo assim.
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Eu deixo o barco correr,
desligo o motor de arranque,
ando com pernas-de-pau,
solto cabeças-de-negro.
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O apreço não tem pressa,
precisa é de precisão.
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A vida tem mil motivos,
que dependerão de mim.
É por isso que eu vivo assim.
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Felipe Cerquize
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13/10/2010
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