01/08/2009

FESTIVAL DE INVERNO DE OURO PRETO II

Não sei se a primeira letra do Márcio Borges, que me impressionou nos anos 60, foi Vera Cruz ou Alunar, mas o fato é que eu estava ali, num Fiat Uno com pneus carecas e para-brisa trincado, indo de Nova Lima para Ouro Preto, a fim de encontrar com um dos grandes responsáveis pela minha formação poética. Eu estava no ponto, esperando um ônibus da viação Pássaro Verde, quando o Uno parou e o motorista me perguntou se eu queria condução para Ouro Preto pelo mesmo preço do busão. Como havia a possibilidade de o ônibus não parar no ponto em que eu estava, por estar cheio, aceitei no ato aquele transporte mambembe.

Depois de uma hora, mais ou menos, chegamos a Ouro Preto e eu pedi ao motorista para me deixar em frente à pousada Casa Grande, que fica no início da estrada para Mariana. Essa era minha principal referência, pois foi lá que eu havia me hospedado, quando fiz a viagem pela Estrada Real, em janeiro deste ano. Desci as escadas, em meio a um mar de malas de hóspedes, cheguei à recepção e perguntei ao atendente se havia vaga. A resposta, obviamente, foi "não". Pedi para que ele verificasse com outros hotéis se havia a possibilidade de hospedagem para uma pessoa e nenhum dos contactados tinha. Foi nessa hora que eu liguei para o Márcio para perguntar se poderia me ajudar a encontrar uma pousada e ele me chamou para ir até a casa em que estava.

Rua Salvador Trópia, 138, antigo Beco da Ferraria. Esse era o endereço do QG do Clube da Esquina, onde estava o Marcinho com a família. Toquei a campainha e a Cláudia me atendeu. Entrei e fui recebido como se fosse de casa, apesar de ser aquela a primeira vez em que me encontrava com todos. Com 51 anos de idade, ao apertar a mão de Márcio Borges, me senti como se fosse o garoto de 15, que viajava ao som de Alunar pelos recônditos da própria imaginação.

De sexta-feira à noite até domingo pela manhã, vocês podem imaginar a riqueza que foi esse final de semana para mim. Papos agradabilíssimos rolaram o dia todo, desde o café da manhã até a última fagulha da fogueira noturna acesa para espantar o frio. Ainda na sexta-feira, à noite, Marcinho me levou para ver a exposição do Museu do Clube da Esquina, no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto. Logo depois, me deixou entregue a Fernando Brant para ver seu show com Geraldo Vianna e o grupo Amaranto. No sábado, muita conversa sobre o Clube, com algumas informações que fizeram eu me sentir um privilegiado. Nesse mesmo dia, o show de Lô Borges na Praça da UFOP e depois o encontro dos músicos da banda de Lô e de Marina Machado no QG do Clube, em meio a um conversê que rolou até altas horas.

No domingo de manhã, quando acordei, todos ainda estavam dormindo. Eu já havia comprado a passagem de volta e não podia me atrasar. Cheguei a conversar rapidamente com a Claudinha e com a ex do Sá, mas com o Marcinho só consegui depois que já estava no ônibus, quando recebi o telefonema do querido amigo, perguntando se correu tudo bem para mim e se eu havia ficado satisfeito com a estada em sua casa. Satisfeito? Poxa, Márcio! Você conseguiu provar para mim, na prática, que os sonhos realmente não envelhecem. Valeu demais da conta, meu caro amigo! Muito obrigado por tudo.

Abaixo, duas gravações feitas durante o show do Lô, que subi para o You Tube:

1) http://www.youtube.com/watch?v=zZzeJidpmuc

2) http://www.youtube.com/watch?v=rmFIJh4nc2k
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QG do Clube da Esquina no antigo Beco da Ferraria
Exposição do Museu do Clube na UFOP

Oficina literária no Centro de Artes e Convenções da UFOP
Marcinho e Cerquize na exposição do Museu do Clube

Marcinho e Cerquize na exposição do Museu do Clube

Lô, Cerquize e Marcinho na exposição do Museu do Clube

Lô e Márcio Borges em entrevista para a TV UFOP

Lô Borges durante o show Bhanda, realizado na praça da UFOP



2 comentários:

Maria Valéria disse...

Oi Felipe,

Muito legal o seu post sobre o Festival de Inverno - Clube da Esquina! Gostei das fotos, são históricas, heim?!!

Eu estive lá na 1ª semana, para as palestras de Andrea Estanislau sobre o livro dela 'Coração Americano - 35 anos do álbum Clube da Esquina', e, assisti o show de Bituca + Lado B, maravilhoso!

Ouro Prêto é minha 2ª pátria, minha 2ª casa, morei lá e amo aquela cidade e aquela atmosfera cultural e artística de lá!

Beijos,
Maria Valéria.
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http://minastrain.blogspot.com/

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Maria Valéria disse...

Felipe,

Votei em seu blog!
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Beijos,
Maria Valéria.
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