18/05/2011

ESTRADA REAL IV

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OURO PRETO E CATAS ALTAS
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De Lavras Novas a Ouro Preto são 30 minutos, já considerando os 7 Km de estrada de chão na saída de Lavras. Quando chegamos a Ouro Preto, eram mais ou menos 3 horas da tarde e a fome já estava apertando. Ficamos no hotel pousada Casa Grande, mesmo local em que nos hospedamos, em janeiro 2009. Deixamos as bagagens rapidamente no quarto e saímos para o almoço, porém, antes, desviei do caminho e passei pela rua do “quartel general” do Clube da Esquina, que foi armado no Festival de Inverno de Ouro Preto, de julho de 2009, onde tive a oportunidade de ficar hospedado graças ao convite do amigo Márcio Borges (o Festival de 2009 homenageou o Clube da Esquina). Tendo feito isto, resolvi matar um pouco mais a saudade, indo ao restaurante Bené da Flauta, onde, em julho de 2009, jantei com Fernando Brant, Geraldo Vianna e o grupo Amaranto, após um show que eles fizeram no Teatro Ouro Preto. Depois do almoço, caminhamos um pouco pelas ladeiras da cidade ao som do buzinaço da torcida do Cruzeiro que tinha acabado de ganhar do Atlético Mineiro por 2 a 0, sagrando-se campeão mineiro de 2011 (pensei até que o Atlético tivesse sido o campeão, pois a torcida do Galo é que costuma ser muito barulhenta). No dia seguinte, algumas contas para pagar no banco (elas não querem se esquecer da gente e nós não podemos nos esquecer delas), mais um passeio pelas lojas das ruas Direita e das Flores, para depois meter as malas de novo no carro e seguir para Catas Altas.

Restaurante Bené da Flauta - Ouro Preto

O ladeirão da Rua Direita - Ouro Preto

Casa de Tomaz Antônio Gonzaga - Ouro Preto

Ford 1929 em exposição na Praça Tiradentes - Ouro Preto

Tomaz Antônio Gonzaga e Marília de Dirceu - Ouro Preto
Para chegar a Catas Altas, saindo de Ouro Preto, são cerca de 80 Km e é necessário passar por Mariana. Problema maior é o de falta de placas na rodovia com o nome da cidade de destino, o que me forçou a várias paradas para perguntar aos transeuntes se estava indo na direção certa. Um pouco de chuva na estrada, seguida de sol forte e evaporação rápida da água no asfalto, fazendo um show à parte da natureza. Na chegada a Catas Altas, fui logo procurando pelo Solar da Serra, recomendação do argentino José Maria, quando ainda estávamos em Santana dos Montes. Pousada simples e agradável, como a própria cidade, pela qual saímos em caminhada, logo após fechar a estadia para uma diária. Domingo, 15 de maio, foi o último dia da festa do vinho em Catas Altas. As barraquinhas e o palco dos shows estavam sendo desmontados, quando chegamos ao centrão histórico. A composição de prédios não é muito diferente da de outras cidades do circuito. Aliás, um pouco mais compacto por se tratar de um município realmente muito pequeno. O vinho que se produz na região é feito de jabuticaba. Cheguei a prová-lo e achei que seria mais bem classificado se considerado como licor ou cachaça mais leve, devido ao teor alcoólico mais alto do que o de um vinho clássico. Também me chamou a atenção as esculturas feitas em madeira-de-lei que estavam à mostra no quintal de uma casa, no caminho para o centro histórico da cidade. Eram verdadeiras estátuas, em tamanho natural, de santos e de alguns artistas contemporâneos, como Raul Seixas e Bob Marley. Bati palmas, para tentar falar com o proprietário, mas ninguém atendeu. No mais, esticamos nossa caminhada para além do centro da cidade e conhecemos mais alguns prédios interessantes, de notável valor histórico, certamente não reconhecidos à altura, devido ao estado de aparente maus tratos em que se encontram. Na volta, jantamos no restaurante Taipa, único aberto naquela segunda-feira, e voltamos para a pousada, a fim de descansarmos um pouco e nos prepararmos para mais um trecho da viagem, no dia seguinte pela manhã.

Igreja matriz de Catas Altas

Pequena praça em Catas Altas

Belas esculturas à venda em Catas Altas

Casas coloniais no centro de Catas Altas

A festa do vinho terminou no dia 15/05/2011 em Catas Altas

Exemplo de casa bem conservada em Catas Altas

Exemplo de casa mal conservada em Catas Altas

CATAS ALTAS
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Casarões seculares,
igrejas com seus altares.
Estradas calçadas
com pés-de-moleque.
Pilar, pilão e pileque.
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Grandes esculturas

em madeira-de-lei.
Há muitas coisas por aqui
que ainda não vi,
que ainda não sei.
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Vinho de jabuticaba.
A luta pela vida
nunca termina.
Nossa criatividade
nunca se acaba.
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Felipe Cerquize
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2 comentários:

Anônimo disse...

Felipe gostaria de saber em qual instituição de Ouro Preto você fotografo os retratos de Marília de Dirceu e Tomaz Antônio Gozaga. Obrigada! Att. Amanda

FELIPE CERQUIZE disse...

Amanda,

os quadros com os retratos de Marília de Dirceu e Tomaz Antônio Gonzaga estão na Casa de Tomaz Antônio Gonzaga, que fica no centro de Ouro Preto, próximo ao restaurante Bené da Flautra. Uma das fotos desta postagem mostra a frente da Casa de Tomaz Antônio Gonzaga.

Um abraço!