Hoje, acordei às sete da manhã e saí batendo perna Roma afora. Fui ao Coliseu, que estava aberto para visitação e aproveitei para ver todos os detalhes do interior dessa arena milenar. Ao final, quando saí, havia uns caras vestidos de romano, cobrando dois euros para tirar fotos. Quando cheguei perto deles, para saber o preço, perguntaram, na sacanagem, se eu era gaúcho. Disse que não e, então, começaram a falar em italiano da fama dos nossos conterrâneos (deu pra entender, mesmo eu não conhecendo a língua). A brincadeira com a turma do Rio Grande do Sul está indo longe demais, literalmente. Aliás, uma perguntinha: quem tem boca vai a Roma ou vaia Roma? Deixo a resposta para quem souber.
Do Coliseu, fui para o Pantheon, passando pelo Fórum Romano, ruínas mil e outros trocentos prédios históricos, dos quais não me lembro de nomes, agora. O Pantheon também é uma construção de imponência ímpar. O interior é belíssimo.
Mas o melhor de tudo, mesmo, veio depois do Pantheon. No caminho, descobri Trastevere, bairro boêmio de Roma, que fez parte do meu imaginário, desde a época em que Milton cantou a música homônima no seu disco, Minas, de 1975 (se não me engano, dele com Ronaldo Bastos). Aliás, no início, nem sabia o que significava a palavra e ficava imaginando um local utópico, tipo Pasárgada. Na verdade, Tevere é o rio Tigre ("fiuma Tevere"), que corta toda a cidade de Roma. Trastevere, então, significa "depois do Tevere", que é onde o bairro fica, tomando por referência o lado principal da cidade. O lugar é agradabilíssimo, cheio de pequenas lojas, cantinas e restaurantes. Caminhando sozinho pelas ruas, com minha máquina fotográfica, me veio a ideia de fazer poesias no local e para o local, enquanto caminhava. Pus a máquina no modo "filmar" e, enquanto mostrava as vielas de Trastevere, fui recitando poemas, que criei na hora. Na minha opinião (suspeita), ficou um exercício bastante interessante. Quando eu subir com elas para o You Tube, aviso. No final descobri e comi um prato super saboroso, num pequeno restaurante de lá, à base de camarão e calamar (lula) fritos, muito mais barato do que os pratos similares existentes no Brasil, pelo incrível que pareça.
No restante, foi a volta para o hotel, a maior parte do tempo andando pela via Nazionale, onde existem lojas de tudo que é tipo, inclusive com precinhos camaradas. Comprei algumas lembranças para levar para o Brasil.
Amanhã (30/11), estou em Roma até o meio-dia (nove horas da manhã, no Brasil). Depois, começo o caminho de volta, indo para o aeroporto de trem, de lá pegando um voo para Paris e, finalmente, outro para o Rio de Janeiro, onde chego na manhã do dia primeiro.
Vão, abaixo, mais três fotos, ainda com defasagem em relação à narrativa, pois as de hoje não foram baixadas para o meu computador. A primeira é uma foto de dois guardas do Vaticano, que mais parecem coringas de carta colorida de baralho. A segunda é Fontana di Trevi, onde deixei meus desejos com duas moedas. Finalmente, a terceira é uma foto da escultura de Pietá, que tirei na Basílica de São Pedro.
Provavelmente, só volto a escrever, agora, quando chegar ao Brasil. Se tiver oportunidade, escrevo antes.