BASÍLICA DE BOM JESUS DE MATOSINHOS
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Não me hospedei em Congonhas. De Tiradentes a Ouro Preto, são cerca de 200 Km e, no trajeto, tive de retornar à BR-040 (Rio – Brasília), num percurso de cerca de 10 Km. Nesse trecho é que se situa a cidade onde está a Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, com os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão por Aleijadinho. O destaque turístico de Congonhas resume-se a esse rico conjunto barroco, que foi classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1985.
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Doente, após anos de trabalho em minas de ouro, o imigrante português Feliciano Mendes fez uma promessa: se recuperasse a saúde, mandaria erguer um templo em honra ao Bom Jesus de Matosinhos. E assim foi. A obra começou em 1757, mas Mendes morreu oito anos depois, sem saber que de sua iniciativa surgiria um dos maiores tesouros da arte barroca. A visita à basílica divide-se em três etapas. A primeira é ainda do lado de fora, onde estão as seis Capelas dos Passos. Nelas estão representadas sete cenas da Paixão de Cristo, sendo que as três primeiras foram cromadas por Mestre Athayde e parte delas é criação de Aleijadinho. A segunda etapa da visita são os doze profetas em pedra-sabão, que foram esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, entre 1800 e 1805, e enfeitam o adro da basílica. Por fim, a visita à igreja, que exibe traçado inspirado nos santuários portugueses de Matosinhos e Braga. O interior tem rica decoração rococó e a pintura do teto da nave, em cores vivas e traços marcantes, é assinada por Mestre Atahyde. Anexa à igreja, fica a sala dos ex-votos, que foi transformada em museu. De costas para a igreja, olhando para a cidade, têm-se, do lado direito, várias lojinhas de artesanatos, com seus relógios em pedra-sabão, colchas, redes, santos e até fitinhas de “Lembranças do Senhor de Bom Jesus de Congonhas”, numa clara imitação da célebre fitinha do Senhor do Bonfim (Salvador, Bahia). Do lado esquerdo, está o restaurante Cova do Daniel (Nome muito interessante, provavelmente em alusão a um dos profetas esculpidos), onde parei para comer um tutu à mineira delicioso. Dentro do restaurante, um pouco afastado do salão principal, existem umas baias, onde a rapaziada fica tomando cerveja e tocando violão. Escutei algumas boas canções do Gonzaguinha e do Chico.
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Depois do almoço, esperei por mais uma daquelas pancadas de chuva rápidas e segui para Ouro Preto.
Depois do almoço, esperei por mais uma daquelas pancadas de chuva rápidas e segui para Ouro Preto.
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OS DOZE PROFETAS
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O primeiro é Isaías
Tem barba e cabelos longos
O profeta que mais fala
Sobre a vinda de Messias
..
Usa uma túnica curta
Sobre a qual desce um manto
Era um iluminado
E por pouco não foi santo.
..
O segundo é Jeremias
À direita de Isaías
Um homem de meia idade
Bem à moda bizantina
..
Tem na mão um pergaminho
Feito por Aleijadinho
Na cabeça um turbante
Que enriquece seu semblante
.
O terceiro é Baruc
Profeta jovem e imberbe
Foi um nobre erudito
Que ajudou Jeremias
..
Numa das mãos tem o manto
Seguro pelos seus dedos
E na outra a profecia
Que ele escreveu um dia
..
O quarto é Ezequiel
Do lado oposto a Baruc
Túnica longa e cintada
Com barba seccionada
..
O "profeta do exílio"
Fugiu para a Babilônia
Onde não havia as palmeiras
Que existem em Congonhas
..
Ladeando o passo do adro
Está o profeta Daniel
A quinta das doze estátuas
a cumprir o seu papel
..
Aparência altaneira
Com os louros da vitória
Por derrotar os leões
Que o levaram à glória
..
Oséias é o sexto profeta
O maior entre os menores
Com anatomia correta
Talvez seja um dos melhores
..
Botas tipo borzeguim
Casaco curto e fechado
Na mão direita uma pena
Profecias do outro lado
.
Em sétimo vem Joel
Que disse que as mãos de Deus
Protegeriam Israel
De todo inimigo seu
.
O segundo dos pequenos
Um profeta escatológico
Que assumiu grande importância
Na teologia cristã
.
Abdias é o oitavo
E assume um baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Habacuc
.
Numa escultura perfeita
Numa escritura sagrada
Levantando a mão direita
Onde pousa a passarada
.
No arco de circunferência
Que une muros extremos
Está o profeta Amós
O nono de Aleijadinho
.
Vestido como um pastor
Diferente dos demais
Com um jeito bonachão
Sugerindo estar em paz
.
O décimo profeta é Jonas
Aquele que caiu no mar
Um grande peixe o comeu
Mas conseguiu se salvar
.
Com a boca entreaberta
Cabeça voltada ao alto
Parece pedir perdão
Por errar na decisão
.
Habacuc é o penúltimo
E assume o outro baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Abdias
.
Com gola ornada por borlas
Um turbante em quatro gomos
Carrega alguns mistérios
Maiores do que supomos
.
E por fim o profeta Naum
Que previu a destruição
Da capital da Assíria
Séculos antes de Cristo
.
Numa sotaina abotoada
Uma estátua que destoa
Talvez a menos prezada
Por nosso mestre Lisboa
..
Felipe Cerquize
.
OS DOZE PROFETAS
..
O primeiro é Isaías
Tem barba e cabelos longos
O profeta que mais fala
Sobre a vinda de Messias
..
Usa uma túnica curta
Sobre a qual desce um manto
Era um iluminado
E por pouco não foi santo.
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O segundo é Jeremias
À direita de Isaías
Um homem de meia idade
Bem à moda bizantina
..
Tem na mão um pergaminho
Feito por Aleijadinho
Na cabeça um turbante
Que enriquece seu semblante
.
O terceiro é Baruc
Profeta jovem e imberbe
Foi um nobre erudito
Que ajudou Jeremias
..
Numa das mãos tem o manto
Seguro pelos seus dedos
E na outra a profecia
Que ele escreveu um dia
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O quarto é Ezequiel
Do lado oposto a Baruc
Túnica longa e cintada
Com barba seccionada
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O "profeta do exílio"
Fugiu para a Babilônia
Onde não havia as palmeiras
Que existem em Congonhas
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Ladeando o passo do adro
Está o profeta Daniel
A quinta das doze estátuas
a cumprir o seu papel
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Aparência altaneira
Com os louros da vitória
Por derrotar os leões
Que o levaram à glória
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Oséias é o sexto profeta
O maior entre os menores
Com anatomia correta
Talvez seja um dos melhores
..
Botas tipo borzeguim
Casaco curto e fechado
Na mão direita uma pena
Profecias do outro lado
.
Em sétimo vem Joel
Que disse que as mãos de Deus
Protegeriam Israel
De todo inimigo seu
.
O segundo dos pequenos
Um profeta escatológico
Que assumiu grande importância
Na teologia cristã
.
Abdias é o oitavo
E assume um baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Habacuc
.
Numa escultura perfeita
Numa escritura sagrada
Levantando a mão direita
Onde pousa a passarada
.
No arco de circunferência
Que une muros extremos
Está o profeta Amós
O nono de Aleijadinho
.
Vestido como um pastor
Diferente dos demais
Com um jeito bonachão
Sugerindo estar em paz
.
O décimo profeta é Jonas
Aquele que caiu no mar
Um grande peixe o comeu
Mas conseguiu se salvar
.
Com a boca entreaberta
Cabeça voltada ao alto
Parece pedir perdão
Por errar na decisão
.
Habacuc é o penúltimo
E assume o outro baluarte
Ficando na contraparte
Do profeta Abdias
.
Com gola ornada por borlas
Um turbante em quatro gomos
Carrega alguns mistérios
Maiores do que supomos
.
E por fim o profeta Naum
Que previu a destruição
Da capital da Assíria
Séculos antes de Cristo
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Numa sotaina abotoada
Uma estátua que destoa
Talvez a menos prezada
Por nosso mestre Lisboa
..
Felipe Cerquize
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